30/10/14

A história como nós a aprendíamos

Cristóvão Colombo era um espião ao serviço da Coroa Portuguesa (e, portanto, foram os portugueses que descobriram a América e, portanto, os americanos só existem por causa de nós).
Portugal vencia (quase) todas as batalhas em que entrava.
Portugal dava (quase) sempre 10 a zero aos espanhóis.
Em suma, o mapa mundo (que os portugueses inventaram ou melhoraram significativamente, em paralelo com o quadrante e o astrolábio) era pequeno para tanta valentia e criatividade.
Éramos "muita" bons quando eu andava na primária e no ciclo.
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Eu nasci em 1977, ok? E, apesar disso, se a aula acabasse antes do tempo, cantávamos muitas vezes o hino nacional. Portugal era mesmo racing quando nós éramos pequenos.
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Lembrei-me disto ao ler um artigo da Quartz sobre percepções erradas.

[E se tivesse paciência para ir ver onde isto me levaria, a hashtag que inventava era # somostaobonsqueateomapamundoepequenoparanos, mas separo aqui o cardinal do proposto termo, porque não quero ir por esse buraco de coelho abaixo.]

22/10/14

A sala de espera

Devo ter alguma vez lido esta ideia em qualquer lado: a vida é como uma gigante sala de espera. 
Lembro-me dessa ideia agora, enquanto espero pelos miúdos, que andam a fazer piscinas. Lembro-me disso sempre que estou à espera ou que alguém espera por mim. Isso é raro, habitualmente peco por excesso de pontualidade. Saio sempre com tempo para chegar cinco minutos antes.
Às vezes, como nas salas de espera dos consultórios, há revistas boas para ler. Às vezes só há coisas velhas e não se aprende nada. Às vezes são confortáveis e até é bom estar lá um bocado com a desculpa de que não podemos estar em mais lado nenhum porque temos de estar à espera. Dá para pensar na vida e pôr algumas coisas em perspectiva.
Muitas vezes é uma seca e não há nada interessante para ver e para fazer. 
Era isto.

Dias fofinhos

Do ficheiro bastante óbvio "músicas que eu adoro" e que, talvez com grande facillidade, fazem com que eu fique mais ou menos emocionada.


12/10/14

Sem antena

Acabo de ver pela janela que me roubaram a antena do carro. Fico triste.
Pode não parecer quase nada, pode parecer que é tão pouco que nem justifica escrever sobre isso. É tão pouco que nem me passa pela cabeça ir à polícia fazer queixa. Porque sei que nada acontece.
Mas, no entanto, levar uma antena de um carro de alguém é, sem tirar nem pôr, o mesmo que ir a casa dessa pessoa e tirar um candeeiro, um quadro ou uma peça de roupa. É o mesmo que tirar uma carteira a uma pessoa no meio da rua, que tirar uma bicicleta a uma criança. É o mesmo que ir a um restaurante e não pagar.
Como é que foi que fomos crescendo e estes aparentemente pequenos actos de indecência e podridão se tornaram coisas tão vulgares e frequentes? Se a diferença é apenas que mais ninguém viu, há uma expressão apenas: shame on you. Isto é cobardia.

A vida sem um microondas

"Como é que conseguem viver sem microondas?" Esta é a primeira pergunta que toda a gente faz quando o assunto vem à conversa. A seguir vem sempre um olhar um bocado paternalista, "mas são tão baratos..."
Na realidade, nunca gostei de microondas e acho mesmo que são overrated. Além de não gostar do termo microondas em si, de mandar sempre as pessoas afastar-se dois metros quando o dito funcionava e de, especialmente, duvidar do efeito que microondas teriam na comida, acho que servem para muito pouco.
Na casa antiga, usávamo-lo para descongelar pão e, ocasionalmente, para derreter chocolate. O pão tinha de ser comido logo a correr, senão ficava duro que nem pedra. Uma coisa daquele tamanho para derreter chocolate não se justifica. Cozinhar lá dentro nem pensar.
Portanto, é basicamente um mono e, ainda por cima, um mono grande. Além disso, a comida aquecida no fogão sabe muito melhor. Sim, acender o fogão de manhã para aquecer a comida que o miúdo leva para a escola e ter de a mexer enquanto aquece pode parecer um bocado de há dois séculos atrás. O microondas é mais estanque - os cheiros e a comida estão afastados de nós por um vidro com um ar extremamente resistente. Mas sinto-me muito satisfeita de não termos microondas.

10/10/14

5 pauzinhos de som

Com 5 pauzinhos de som nos phones do computador - quando geralmente uso só 1 porque menos não há som - não consigo ouvir as coisas daquelas notícias más sobre as quais aqui ao lado estão a falar. A Arianna Grande canta o "Break free" e até me parece apropriado. A seguir passa para Meghan Trainor, "All about that bass". Afinal a manhã está fixe.

07/10/14

5h35

Acordei com medo, com um pesadelo daqueles do qual não se consegue propriamente acordar. A abanar as ideias fui acudir à pequenita, que se queixava da garganta, ainda, menos, mas ainda.  Depois, comecei a manhã a ler um post de uma colega de escola sobre o medo. O medo é uma treta.

04/10/14

Arroz longe das ondas

A miúda comeu satisfeita o arroz mais insípido da sua vida, seguido de uma pêra cozida, enquanto o miúdo era enrolado numa onda vinda directamente do Hawai. O pai ria-se enquanto contava que teve de saltar para dentro de água para o apanhar... Imagino a praia de Carcavelos cheia de gente a gozar o sol de Outono, à medida da minha rua vazia de carros. Ficámos as duas em casa a dar mimo à febre dela. Será possível que a entrada numa escola nova implique vírus novos? Quando nascer outra vez quero ser pediatra.

01/10/14

Que fixe

"Mãe, a tua mensagem era a mais fixe de todas."
Miúdo, não imaginas como fico contente com essa mini-frase. 
Quando fui à reunião de pais, a directora de turma pediu-nos para lermos uma carta que cada aluno tinha escrito para os pais - que ideia gira. É claro que, assim que vi o envelope, endereçado "queridos pais", percebi que ia dar lagrimita. Blah, blah, blah, melhores pais do mundo, blah, blah, blah :) só coisas queridas.
Na volta do correio, a professora pediu-nos para deixarmos nós uma mensagem num post-it que eles vão ver todos os dias quando abrirem as secretárias. Acho que disse "Bom trabalho e diverte-te!". Ele gostou. É claro que não leu as outras mensagens, mas foi tão querido.