17/06/15

O preço das coisas ou porque é que o Estado tem que "laissez faire laissez passez"

Na sexta, fartinha de um dia inteiro de trabalho, despeguei a cadeira do corpo e apanhei um táxi na praça aqui ao pé. Em indo sozinha vou a pé, porque é um passeio purificador, mas já passava das 20h20 e tinha uns quantos esfomeados em casa à espera do jantar.
Por favor, porque o senhor perguntou para onde eu ia como quem diz "se for para um sítio que não me dê jeito não vou" e eu respondi a medo porque não havia mais táxis na zona, lá me levou até casa. O táxi era um nojo, daqueles mesmo sujo e para lá de malcheiroso e daqueles que se fosse um carro particular era de certeza proibido de circular.
O que é que incluiu a viagem? Descer uma rua, subir outra, fazer uma rotunda e descer mais uma rua e estamos lá. Na rotunda apercebi-me que o taxímetro não estava ligado. Quando parou o carro disse, "pronto são cinco euros". E eu, xiça, cinco euros, isso é quase mais caro do que o jantar. E disse "cinco euros e nem ligou o taxímetro, isso é que é. Ora boa tarde".
Eu sei que isto só confirma uma coisa: é que eu devo ser, pronto, estúpida, mas volto ao princípio do desabafo - "na sexta, fartinha de um dia inteiro de trabalho e com uns quantos esfomeados em casa à espera do jantar", you get the picture.
Hoje, num Uber, a mesma viagem mas ao contrário, num carro novo, a cheirar bem, com um condutor civilizado, foram 2,90 euros.
Não quero saber das regulações, não quero saber desta iniciativa do Estado que bloqueia a vida aos privados. O que é que os táxis têm mesmo a ver com o Estado? É que não consigo perceber. E, na realidade, não quero perceber. Quero pagar o preço justo por uma viagem e um serviço bom.
Desculpem que isto vai longo. "Laissez faire, laissez passez. Le monde va de lui même". Não chateiem.