29/09/15

Vivam os passeios a pé

Parece que andar de carro nos faz ficar estúpidos, tristes e sentirmo-nos sozinhos, diz a Quartz.

Vamos então brincar a isto

Uma brincadeira nova:

Vamos dizer que os carros que enchem as nossas ruas onde respiram os nossos filhos e o seu futuro poluem muito menos do que poluem,
vamos chamar "saudável", dizer que tem "o verdadeiro sabor de" ou outra coisa qualquer apelativa e pôr o máximo de açúcar, sal ou gordura ou os três na comida por forma a que as pessoas fiquem viciadas,
vamos encher os animais de antibióticos e fazê-los ficar adultos em menos de nada,
vamos...

Vamos pôr isto tudo nas mãos das crianças.
O mundo está tranquilo. Há água em Marte.

26/09/15

The dock of the bay

Sitting in the morning sun
I'll be sitting when the evening comes
Watching the ships roll in
Then I watch them roll away again, yeah

I'm sitting on the dock of the bay
Watching the tide roll away
Just sitting on the dock of the bay
Wasting time...

Ottis Redding e a ociosidade. A ler sobre isso na flow. Adoro. Ambos os dois. A música, que é quase calor de Verão a entrar na mente, e a ociosidade. Passear a pé, olhar pela janela longamente, estar sentada no jardim, ler um livro ou uma revista, olhar para o céu, contar nuvens. Não fazer nada. Estar.

16/09/15

O que eu não daria hoje para recuperar...

...
- as fotografias de infância e dos vários anos depois disso que nunca tirei;
- o tempo perdido a pensar em coisas que não interessam;
- as horas perdidas a fazer coisas sem interesse nenhum;
- conversas fundamentais sobre o sentido da vida;
- o best off dos melhores filmes que já vi;
- o sabor das primeiras vezes: comer um gelado, fazer um amigo, dar um beijinho, ir à discoteca, transgredir, comer uma pizza, ...;
- o cheiro do mar das férias;
- emoções como as das brincadeiras da apanhada e dos polícias e ladrões que nos deixavam todos felizes e transpirados;
- a liberdade dos anos 90;
...

15/09/15

Para o fim da fila, já

As pessoas que vão simplesmente pagar qualquer coisa mas que têm que usar mais do que um cartãozinho e pedir uma factura e dizer o número de contribuinte e não se lembram de cor por isso precisam de mais um cartãozinho. Para o fim da fila, já.

14/09/15

Mãezinha, eu sabia que havia uma razão forte para não querer fazer a cama

A vida toda achei estupidificante fazer a cama. Não só pelo argumento de que ao final do dia iria desfazê-la de novo, mas também porque sempre achei uma impossibilidade prática fazer bem feita uma cama onde já alguém dormira.
Fica tudo enxovalhado, especialmente se for Inverno e estivermos a falar de lençol de baixo, lençol de cima e cobertores (geralmente cada um de seu tamanho e material - cobertores de papa, anyone?). Em cima ainda se acrescentava uma colcha (que era linda, às riscas azuis e brancas a condizer com a da minha irmã).
Então, em miúda fazia sempre a cama à custa de muito "vai fazer a cama" da minha mãe, coitadinha que paciência. Assim que tive capacidade de argumentar cravei-lhe um edredon. Pura preguiça - um edredon diminui consideravelmente o esforço, é só puxar-lhe as orelhas.

Não massacro os meus filhos com o "façam as camas", mas mesmo antes de sairmos de casa ao fim-de-semana (isto é, depois de já ter tudo tido tempo para arejar) lá lhes digo "só saímos quando as camas estiverem feitas" e eles aquiescem sem esforço.
Mãezinha, eu sabia que havia uma razão forte para não querer fazer a cama - os ácaros. Parece que adoram a atmosfera "quentinha" que fica numa cama onde alguém acabou de dormir. Não sou eu que o digo, são os cientistas, neste estudo sobre "porque é que não devemos fazer a cama". Por causa deles também, lá em casa a roupa de cama é lavada a 60º.

P.S. Adoro dormir numa cama bem feita - daquelas com lençóis por estrear e com os cantos dobrados como nos hotéis, mas sem os cobertores presos.