31/12/11

Para o caso de depois não ter tempo

Votos de um 2012 brutal para todos!
Aproveito para avisar que, em 2012, a gerência já tem a nova agenda e já está a aceitar marcações para almoços e jantares, convívios variados e borga generalizada. Acho que, de outra maneira, não chegamos lá.
Beijinhos e abraços,
Eu adoro-vos. A sério. Do fundo do coração.

30/12/11

Cair no amor

A língua inglesa tem aquelas expressões típicas que todos conhecemos e, muitas vezes, gostávamos de ter em português. Falling in love, para eles, é excelente, é o princípio de tudo, é o que traz as borboletas no estômago e o sorriso parvo na cara. Para mim, cair no amor é um azar, uma infeliz sucessão de acontecimentos, ou uma coincidência indesejada, se assim quiserem chamar-lhe.
O que eu gosto é de ser uma pessoa livre. Ter muitas aventuras. Ter a liberdade de fazer o que quero com o meu tempo. Decidi logo aos oito anos que ía ser sempre assim. In-de-pen-den-te. Cinco sílabas, que me permitem ter já posto os pés e os olhos nos cinco continentes, sem nunca ter de estar preso às linhas telefónicas ou a escrever postais para alguém que não podia ou queria acompanhar-me. O problema é esse. Ninguém quer depois acompanhar ninguém. É, podemos chamar-lhe, o egoísmo de cada um.
Aos oito anos, eu gostava da Teresa e ela gostava do Pedro. Achei indecente e escrevi uma carta de amor à Ana - de quem não gostava. Só para fazer ciúmes à Teresa. Depois percebi que não gostava da Teresa também. E aí fiquei amigo de todas. O que foi sempre muito mais divertido. No fundo, esta mania de ser independente é uma forma de egoísmo.
O pior é que agora estou assim. Parvo de apaixonado. Caí.

Branco e dourado

Diz a anfitriã da passagem de ano de amanhã que o dress code é branco e dourado. Já tenho o meu kit. Espero que não esteja muito frio, senão lá terei de ficar com o sobretudo preto vestido - not golden...
Mais alguém está com fé que 2012 vai ser um ano bestial?
Ou que pode passar rapidamente a besta?
Estou cheia de vontade de pensar que vai ser óptimo...

28/12/11

Mais umas coisas

Barceloneta

Prédio da empresa de gás - lindo!

O enfeite de Natal mais exuberante que havia em Barcelona. Bastante discreto.

Estatística

Alguém percebe as estatísticas do blogger?

O trabalho

É sempre mais difícil com duas pequenas crianças que querem que eu brinque com elas, senão todo o dia, pelo menos de cinco em cinco minutos.

A melhor declaração de amor do mundo

Se isto não é uma declaração de amor, não sei o que seja. Comprada na bubó, sem eu saber (onde fomos todos os dias comer doçarias com os miúdos - favoritos: marshmallows de violeta e este bolo delicioso):

27/12/11

Sagrada Família

A pergunta à entrada já dá que pensar.
Há 11 anos, quando fomos a Barcelona pela primeira vez, andámos pendurados em andaimes a visitar o esqueleto incompleto da Sagrada Família - o templo de Antoni Gaudí que me parece capaz de converter ao cristianismo até o mais empedernido ateu.
Desta vez, ficámos deslumbrados com o interior já concluído. O altar mais bonito que alguma vez vi, os vitrais com cores alucinantes, a loucura de tudo aquilo.
A obra toda só termina lá para 2026, mas já vale a pena a visita. Os miúdos também adoraram.

Mantendo a lógica do cagader... (ou caganer)

... o melhor postal de Natal, que vi hoje no facebook de alguém...

O cagader (ou caganer)

Já sabia que o dia de Reis é que era o mais importante em Espanha, devido a várias idas a Madrid em anteriores férias de Natal, e que a véspera não era o delírio que é cá (e que eu adoro). Mas em Barcelona levam isso ao extremo. Nada de gente nas compras natalícias, nada de grandes enfeites, as montras não berram Natal como cá, as músicas de Natal não entram pelos ouvidos adentro onde quer que se vá. As luzes, nos escassos sítios onde as há, são discretas.
Assim sendo, o presépio é a parte fundamental do Natal e o Pai Natal (um nadita mais comercial que o menino Jesus) não tem grande destaque. O mais importante de tudo são os Reis Magos - são assim uma espécie de tios (muito) mais velhos, que trazem carradas de presentes para as crianças. Por isso, o ponto alto das festividades é a cavalgada dos Reis, que percorre a cidade para gaúdio da pequenada que de seguida recolhe a casa para facturar presentes.
E a especialidade que mais me divertiu nos inúmeros presépios espalhados pela cidade foi a presença de um senhor - el cagader - que está agachadinho num canto a fazer, precisamente, um cocó. A sua presença é justificada para dar sorte para as colheitas. Não resisti e trouxe um para o presépio da minha irmã.
El cagader num presépio lindo, todo feito em esferovite, que estava na praça da câmara municipal
Nas pastelarias, além do carvão feito de açúcar que é usado como aviso à navegação para as crianças em vez da nossa batata podre, vendem-se, nesta altura, os urinóis, que têm dentro, precisamente, um cocó. Não provei, obviamente.

Chegámos a Lisboa no dia 24 depois do almoço. Para mim, o Natal este ano foi mini.

O que é preciso é imaginação

À porta da Sagrada Família, nos meandros de uma feira de Natal onde se vendem presépios, luzes, pinheiros e musgo, mas também gomas gigantes e torrão de Alicante, encontrámos este anúncio muito original.
Achei a ideia uma delícia. E sei de muitas famílias que, de bom grado, contratariam este serviço. A parte mais curiosa é que em Barcelona, ninguém liga nenhuma ao Natal e, muito menos ao Pai Natal.

De Barcelona para a Lina


Como nem tudo é perfeito, em Barcelona há pombos assim gigantes. Lembrei-me logo de ti, não sei porquê. Ainda houve quem se lembrasse de uma canjinha de pombo.

Barcelona e fotos esquisitas

Lembro-me de já ter dito isto uma vez: adoro quando vou ver as fotos que tirei e aparecem umas que não faço ideia o que são.
Parece um vitral, mas é só o flash no vidro
Parece massa a crescer debaixo dos cobertores e das rezas

Gosto de pensar que são momentos em que criaturas mágicas se apropriam da minha máquina fotográfica para deixarem recados ou recordações malucas. 

Barcelona @ home

Não sei se é de ter acabado de chegar das férias, mas estou mais ou menos desmotivada para escrever. Uma pessoa desabitua-se e depois é mais difícil retomar. Mas uma promessa é uma promessa e aqui vão algumas fotos de Barcelona, onde passámos uma semana num apartamento lindo, encontrado via airbnb, outra vez.
Adorei este quadro e tive de me aproximar mais

A casa tinha imensa luz...
... e livros de viagens e romances para ler


Uma mesa de jantar que usámos muitas vezes...
... e uma cozinha para pequenos almoços e jantares 

20/12/11

A simple life

Este ano não vou ter tempo para fazer broas de Natal com a minha mãe, não vou poder ir passear ao Chiado na semana do Natal, não vou à Avenida de Roma, não vou andar a gozar os dias de alegre antecipação do Natal perto de casa, de que gosto sempre muito.
Estamos de férias - viemos a Barcelona (dir-se-ia que de propósito para fazer pirraça à "Elyse" do quem sai aos seus) e não podíamos ter ficado numa casa mais cool e num bairro mais cool e, já agora, numa cidade mais cool. O tempo está óptimo, apesar de um pouco frio e ontem fomos à praia, onde nos cruzámos com um nudista. Depois conto mais pormenores, ok?
Para já, só para partilhar uma ideia engraçada. Também aqui, a crise já chegou. Por isso, a Vinçon lançou presuntos insufláveis. Ao longe, enganaram-me bem.

19/12/11

Pelo sim, pelo não

A miúda, que está crescida que nem percebo, diz-me solenemente que não acredita no Pai Natal - "são os pais, os avós e os tios" - para, segundos depois, dar com ela sentada a escolher receitas de bolachinhas para deixar ao dito senhor.
"Com um copo de leite branco e uma cenourinha para as renas."

Paz e Boas Festas

Os meus filhos estão tão contentes, mas tão contentes, com as férias, que começaram sexta, com a aproximação do Natal e dos anos da mais pequena, que nem digo. Acabámos de regressar das compras onde enchemos um saco com gomas... Só tive de os "ameaçar" com uma ida para a escola, mas isso faz parte, certo?
Mal eles sonham que, hoje mesmo, ainda vão ter mais uma surpresa gigante. Para a semana eu conto, ok?
Entretanto, desejo que tenham um óptimo Natal, na melhor companhia, e que o Pai Natal ou o menino Jesus tragam tudo aquilo de que precisam.
E, já agora, que estou numa de desejos, que 2012 seja só um bocadinho menos mau do que aquilo que vai ser e que o Pai Natal, o menino Jesus, o coelhinho da Páscoa e a fada dos dentes e todas as outras criaturas imaginadas ou reais nos ajudem a sair do buraco...

16/12/11

Bolos lindos

Será possível ser mais giro do que isto? Este Pai Natal apareceu ontem sentadinho num bolo no jantar de Natal da empresa.
quem saiba fazer estas coisas, assim com esta perícia toda - lindões. Adorava ter a paciência infinita que é preciso ter para conseguir transformar massa de açúcar em braços e pernas e as bochechas mais deliciosas do mundo.

14/12/11

Mais um

Já cá está o meu sobrinho mais pequenino. Chegou esta manhã e acho que fez boa viagem. Ainda não fui vê-lo, mas conto ir mais tarde dar um beijinho aos pais e ao mano, que é menino para ir ficar um pouco baralhado com a novidade. É a vida.

O rapaz do gorro

"Não, não, não pode ser..."
Segura a cabeça com as mãos, enquanto abana o corpo desalentado, debaixo do telheiro do restaurante na bomba da A1. A caminho do Porto, onde tem uma entrevista às 15h e onde conta chegar mesmo à justa, segue num autocarro, que faz uma paragem na bomba da Mealhada. É a hora do almoço e o rapaz, de ar completamente inofensivo e que leva na cabeça um gorro à Bob Marley, só mais discreto nas cores, e umas calças muito largas, decide almoçar.
Uma sandes de leitão - um petisco - e um sumo. Come. O autocarro, que parece do Benfica, continua no mesmo sítio. Vejo-o pelo canto do olho, enquanto converso e mastigo tranquilamente a minha sandes de leitão, se calhar devíamos ter pedido só uma para as duas... Esquecemo-nos de pedir o molho. Deixa lá, fica para o lanche, dizes-me.
Enquanto regresso da casa de banho, no piso inferior, ouço-o a fazer o relato da sua desventura às senhoras do restaurante. O autocarro foi-se embora, deixando-o a lamuriar-se de não ter a mala, nem a carteira, e de ter a tal entrevista, que é mesmo muito importante.
Ouço-o a contar a sua história e tenho de morder a língua para não dizer:
Podes vir connosco.
Tenho de morder a língua mesmo, porque somos duas. Mas, enquanto varro rapidamente com os olhos o restaurante, vejo pequenos grupos de homens ou rapazes que, sem problema nenhum, poderão resolver o problema ao rapaz e o nosso de consciência.
Fico irritada, claro. Entramos no carro, a debater a questão. E ainda vamos a falar sobre o caso quando se aproxima ao longe um Mercedes cinzento claro.
Queres ver? O rapaz já apanhou boleia e vem neste carro.
"Será?"
O Mercedes passa por nós depressa, exactamente à mesma velocidade que passa o rapaz do gorro à boleia, salvo do seu infortúnio.

13/12/11

Mais alguém tem um destes?

Olha, gostas das minhas botas novas?
"Sim, gosto, pé de carneiro."

Acabei de chegar

É estranho, mas tenho sempre a sensação de que acabei de chegar.
Apesar disso, já vou fazer 35 daqui a três meses e meio.
Por isso, cheguei há um bocado. Mas ainda há muitas coisas que não consigo compreender. E ontem lembrei-me disto, enquanto via o Habemus Papam, do Nanni Moretti - que adorei.
Árvores enormes dobradas em camiões pequeninos;
A aleatoriedade do nascimento e o que isso faz por nós;
A simples felicidade dos passarinhos;
A força da água;
A necessidade que muitas pessoas têm de rituais e como esses rituais lhes/nos tiram a autonomia ou a liberdade de escolha;
A resistência das crianças a ouvirem o que nós sabemos serem verdades (que o quente queima e que as facas cortam...);
A minha falta de jeito para combinar coisas;
O cheiro de alguns pés;
A cor impossível de azul do céu;
Os olhos do meu filho;
O passar do tempo;
A inconstância da existência;
O tecto inelástico dos recursos;
A resistência ao amor ou a dúvida de que ele exista;
A solidão;
...


11/12/11

À espera do Outono

Às vezes, há livros ou filmes que achamos que foram escritos/feitos para nós e que depois são uma decepção. Acontece. E depois há outros que excedem as expectativas. E isso é raro.
Na minha wishlist de Natal, já tenho de cortar "O príncipe da neblina", do Záfon, porque comprei o livro num impulso, sei lá, com um medo infantil que todo o mundo descobrisse a escrita genial do autor e comprassem todos os livros. Mas ainda não o li. É tão pequenino, em comparação com os outros dele que li antes, que tenho medo de o acabar numa só noite. E depois ficar sem nenhum para ler.
Ontem, o meu sócio (antiguidade 18 anos não comemorados no início do mês) comprou o filme "500 days of Summer" no iTunes. Era outro dos presentes que gostava de receber no Natal, por isso achei amoroso que o tenha comprado para mim. Mas confesso que estava com receio de não cumprir o esperado - até porque acho que já ando a wishlistá-lo desde o ano passado.
Estivemos a vê-lo. E só posso dizer que amei. Que excedeu as minhas expectativas.

09/12/11

O tal do Licor Beirão

Há lá coisa melhor do que uma boa publicidade? Uma daquelas que dá mesmo gosto ver e que comentamos com os amigos?
Nunca tinha bebido Licor Beirão. 
Mas achei que a publicidade dos cartões de Natal com a Angela Merkel e o Sarkozy a dizer qualquer coisa como "Portugal está a dar o seu melhor. Boas Festas" é genial. Amei. E, só por causa disso, comprei a poção, que já estou a degustar, misturada com duas pedrinhas de gelo. 
Muito agradável.

08/12/11

Pois...

Então tenho andado bastante por fora, em trabalho, daí ter andado escassa na escrita (confesso que já estava a sentir a ressaca a chegar):

Em Leiria, descobri uma cidade animada, mas não consegui visitar o castelo, que já queria conhecer há muitos anos, porque era segunda-feira. E os castelos estão fechados à segunda, toda a gente sabe... menos eu.

Em Aveiro, comprei os melhores ovos moles do mundo no "altar" da Confeitaria Peixinho. Desapareceram num ápice. Só é uma pena ser tão longe...
No Porto, entrei finalmente nos Armazéns do Linho, onde tinha combinada uma ida com a minha irmã, mas ainda não foi desta. Aí encontrei a árvore de Natal mais bonita de todas.


Na Rua de Santa Catarina, onde comprei umas botas lindas porque estava um briol daqueles, encontrei este Pai Natal, que foi de viagem até Lisboa para ir ter com a minha filha que tinha ido ao médico e tinha sido uma heroína. Ao lado, está um dos bonitos azulejos do restaurante "A abadia", onde nunca tinha entrado, que foi recomendado pelo meu cunhado, e onde comi muito bem.
Nos Aliados, estava esta bela imagem a avisar os passageiros mais distraídos que a linha da paragem onde estavam encostados estava, afinal, desactivada. E, portanto, não valia a pena estar lá à espera do autocarro.

E uma curiosidade: alguém sabe o que é isto?



04/12/11

A matemática

Então, teste de matemática... O que é que tens de estudar?
"Tenho de estudar contas em pé, contas deitadas e problemas. Depois ajudas-me?"
M-E-D-O
Claro, vamos a isso. Começamos pelos problemas. (já que não sei o que são os outros...)

02/12/11

Um nome como qualquer outro

Sempre adorei o meu nome. É simples, fácil de usar e versátil. Acho que é dos poucos nomes que sustenta bem o diminutivo, mesmo em círculos mais formais (como o senhor do bigodinho há dias numa sessão de formação, que se dirigiu a mim tratando-me por Joaninha). Hoje, dei com este post sobre músicas com Joana dentro.
Gostava de acrescentar esta:

25/11/11

A responsabilização

Como acho que os pais são responsáveis e devem ser responsabilizados pelo que os seus filhos fazem - ao contrário do sistema que se criou em Portugal nos últimos anos da total desreponsabilização de todos - gostei muito desta notícia do Público.

24/11/11

A lista

Pai Natal em crise, menino Jesus sem dinheiro para roupinha,
aqui fica A lista, que pode ser útil para o mês que se avizinha:


P.S. Viverei igualmente feliz sem ter nenhuma destas coisas. Juro.

Obrigada

Hoje é dia de agradecer coisas. A todos. À família, aos amigos, aos fornecedores variados. A gerência agradece. Quem é que faz o perú? Tenham um bom dia - está um sol brutal!

Será possível?

... Que o desaparecimento da gabardine rosa com pintinhas brancas LINDA da minha filha tenha sido um acidente? Estou triste...

23/11/11

Fácil

Querida amiga,
Eu sei que não dar para perceber se estou animada com qualquer coisa é um dos meus maiores defeitos. Às vezes pode parecer que não estou animada mas estou e acabo por dar a impressão errada.
Passo a explicar:
Houve um tempo em que me entusiasmei muito com uma hipótese que saiu completamente, irreversivelmente e atrozmente ao contrário do que eu estava a imaginar. Aliás, o que aconteceu era uma impossibilidade para mim.
Quando soube que o meu irmão estava doente, fiz planos a meses para o acompanhar até ficar bom, calculei que poderia estar com ele antes das aulas começarem e ao final do dia também. Imaginei que ia ser difícil, mas posso dizer que estava mesmo muito animada com as perspectivas. Achava que aquilo era temporário.
E depois descobri que essa hipótese nunca existiu.
É isto. Não perdi propriamente a capacidade de me entusiasmar, mas talvez tenha menos capacidade de o mostrar.

22/11/11

Coisas de que eu gosto

Aqui pespegadas de uma forma completamente aleatória:
- os dias em que o trabalho corre mesmo bem (diploma "A profissional exemplar")
- os dias de férias
- os dias de receber
- as montras das lojas carregadinhas de roupa lindona:
     * coletes e casacos de peles (falsos)
     * casacos e cachecóis de lã grossa - cores vivas welcome
     * dourado e prateado
     * vestidos
     * leggings e collants de todas as cores
     * botas e sapatos com um ar muito confortável e impermeável...
     * sabrinas de todas as cores, preferencialmente pretas, douradas ou prateadas e especialmente as zebradas (sabem, as da made in? Essas mesmo)
- dinheiro para comprar estas coisas todas.
- música e videoclips.
- E dançar.

Coisas que me irritam

Aqui pespegadas de uma forma completamente aleatória:
- Fitinhas de cetim que agora vêm agarradas a todas as peças de roupa. Tenho duas hipóteses: 1ª finjo que não as vi e depois vão fazer peekaboo de cada vez que usar a roupa; 2ª corto-as e depois ponho-as em qualquer sítio durante uns dias a pensar "será que consigo usar isto para alguma coisa?". Nope. Não servem para nada.
- Papéis de publicidade incrustados no vidro do meu carro. Especialmente quando chove. Hoje. Ontem.
- Querer muito falar com uma pessoa e essa pessoa não atender o telefone. Toda a gente sabe que eu não sou a maior conversadora do mundo ao telefone, por isso, se eu ligo, já agora dá para atender?
- Ouvir o amolas a assobiar e não ter nada para amolar, nem nunca ter usado o serviço de nenhum porque: a) sempre ouvi dizer que são caros; b) toda a gente tem uma pedra de amolar em casa, certo? E mesmo assim ficar com pena do senhor porque anda à chuva de bicicleta e não me parece que tenha muito serviço.
- Ter coisas para levar ao sapateiro, a fazer baínhas, à lavandaria, ao electricista ou mesmo mandar vir um cá a casa - não vai acontecer.
- Ter coisas avariadas.
- Há uns anos atrás, irritava-me profundamente ter de me assoar em público e não compreendia como é que havia pessoas que tinham o seu próprio lençinho bordado, eventualmente com iniciais, que enfiava dentro do bolso depois de o encher de ranho. Agora, desde que tenho dois filhos esporadicamente ranhosos, perdi toda a vergonha. Claro que só utilizo lenços descartáveis - o que choca com a minha consciência ambiental, como é óbvio, mas é preferível ao caldo de vírus ambulante (no bolso).
- Estar à espera de coisas. Como agora. Estou à espera.

21/11/11

Como despachar quem está a mais?

Tenho andado a pensar em relações e desencontros e cheguei à conclusão que mesmo que às vezes achemos que alguém nos faz muita falta, as relações tóxicas dão-nos cabo da vida, da auto-estima e também da pele (ainda que nos esforçemos por a preservar bonita com cremes caros e poções mágicas, que eu, na realidade, não frequento).
Círculo vicioso?
Senão, vejamos: Por relações tóxicas, entendo:
1. as impossíveis - se são impossíveis, por definição, só vão dar cabo da cabeça e isso é muito século XIX para ainda se usar;
2. as muito difíceis - contrariamente ao que às vezes possa parecer, nem tudo tem que ser doloroso, e gostar de outra pessoa pode só ser um prazer;
3. as desequilibradas - aquelas em que um dá tudo e não recebe nada ou recebe muito pouco, por exemplo.
Acho que todos devemos assumir que somos os principais responsáveis pela preservação da nossa auto-estima e sanidade mental. 
Concluindo: isto é suposto ser divertido. O tempo que gastamos a sentirmo-nos infelizes não volta para nós.

Cheia de energia

Estou. Absolutamente. Cheia. De. Energia.

18/11/11

Lã para casacos de bebé

Suavemente, como a lã para fazer casacos de bebés, vamos abdicando de pedaçinhos pequeninos um do outro. Deixamos pequenas partículas de "nós" dissolverem-se com as ausências, outras com as presenças que ainda vamos tendo e que gastamos em silêncio. Quando estamos juntos, parecemos agora casacos largos nas costas dos velhotes. Já não encaixamos um no outro.
Mas houve uma altura em que a nossa conversa era essa lã macia dos casacos de bebés, em que as nossas mãos e os nossos braços se enleavam numa ginástica sincronizada sem que tivessemos de pensar nisso. Nos momentos em que pressentíamos a presença do outro no meio de uma multidão, no momento em que as luzes se acendiam todas só para nós.
Agora, a maior parte das luzes está apagada. E deixámos de ter a capacidade de acender luzes novas.
A música que ouvimos já não é a paz, já não são melodias alegres, já não são pequenos-almoços na cama ou piqueniques na praia. O tempo que tínhamos juntos acabou. E não volta mais.

O que é que eu posso fazer?

Não sei tratar de plantas. Têm todas a estranha tendência para a morte quando cá chegam.
No entanto, é uma espécie de tentação trazê-las para casa. Quando vejo lojas de plantas idealizo logo um jardim luxuriante na minha sala ou na cozinha, que vão ser, ao mesmo tempo, um prazer para a vista e um foco de grande curiosidade para as pessoas que cá vêm a casa e, por isso, de vez em quando, compro uma nova para substituir outra que tenha tido um caso de morte.
Acho que isso quer dizer que sou uma optimista, especialmente porque isso é o que me acontece com quase tudo.
Quando vejo uma roupa gira imagino sempre que vou usá-la da melhor maneira possível e, por norma, numa festa. Quando conheço alguém de novo, acho sempre que vai ser a melhor pessoa do mundo. Quando vejo tecidos à venda acho que se os comprar vou conseguir fazer os vestidos mais bonitos - já ficou claro que não vou. Quando vejo tintas ou pincéis também acho que vou pintar um quadro fantástico.
Mas não vou.
E, por isso, ver as minhas plantas moribundas é como uma facada no coração. É uma prova diária de que não consigo tratar de seres vivos que não falam. Isso faz-me pena.

17/11/11

Coisas estranhas

A H&M está cheia de gajas e gajos histéricos a comprarem coisas de susto da colecção Versace. Creepy.

Sou uma sortuda

Passeio num dos sítios de que mais gosto no mundo todo, sem agenda e sem nada para fazer. Não há melhor.

É assim, mamã?

"O Pai Natal está em crise, pois está mamã?", pergunta a miúda, esperançosamente agarrada ao catálogo dos brinquedos da Popota do Continente, que anda a riscanhar há três dias.
Quem é que te disse isso?
Pergunto, enquanto tenho um vertiginoso flashback mental de todos os momentos absolutamente deliciosos da minha infância que envolveram o Natal. Dos quatro histéricos enfiados no quarto enquanto a minha mãe batia panelas na cozinha e o meu pai passava com um saco carregado com presentes. De montar a árvores de Natal, de procurar os presentes escondidos no quarto dos meus pais ao mesmo tempo que acreditava na generosidade do Pai Natal e do menino Jesus.
Acho que as crianças deviam ser resguardadas destes problemas. Ponto final. Já basta as ansiedades normais, o medo do escuro, o medo dos fantasmas, a vergonha das meias rotas, o sono, o cansaço, os testes, aprender coisas, viver a vida, para terem de estar preocupados com coisas que não percebem e que não podem resolver.
Não te preocupes com isso, mesmo que o Pai Natal esteja em crise, alguma prendinha se há-de arranjar e o importante é estarmos todos juntos.

Obviamente

Obviamente, fiquei enjoada com as porcarias que misturei e acabei por não jantar. Fomos passear até Carcavelos e estava uma noite bonita. Bebi um chá, em vez da caipirinha que tinha idealizado. Passeámos de mão dada a conversar.

16/11/11

Planos

Estou a contar os minutos que faltam para poder ir para a borga. Não sei o que vamos fazer, mas, pelo menos, conversaremos. As últimas semanas têm sido cheias de desencontros e de horários esquisitos. O mais provável é hoje estares cansado. Os miúdos já estão de pijama e vão agora jantar (sopa + massa com ovo + fruta). Enquanto lhes fazia o jantar fui comendo alguns dos meus petiscos preferidos: chocolate de menta, batatas fritas e cornichons. Belo lanche.

15/11/11

Fia-te na virgin


Alguém já consumiu o novo mega ginásio que a Virgin Active abriu ao lado do Oeiras Parque e onde existe esta bela fonte? Eu fazia-me sócia do SPA... Acho que estou carregadinha de stress e outras coisas más que fazem mal ao corpo. Até quase que dá para ouvir o barulho da água a correr e ficar relaxada. E se calhar até se perde peso só de olhar para as fotos do site...

14/11/11

Havia necessidade...

... de umas olheiras tão monstruosas?

Sondagem remete enfeites para 1 de Dezembro

Cerca de 80% das pessoas inquiridas aqui mesmo não querem ainda ver enfeites de Natal por todo o lado. Os mais moderados querem a 1 de Dezembro - o que me parece justo e o dia em que eu votaria - os mais radicais - e presumo que raparigas apenas - ainda não querem arrumar o bikini. Os restantes cerca de 20% admitem que "tem dias". É uma resposta simpática para o inquérito de um blogue chamado vida a dias...
Vale o que vale, porque só dez responderam :) 

Meia noite...

Hora do crime e mistério... Conhecem todos esta história, certo? É para sussurar enfaticamente a crianças em sítios assustadores, tipo no pinhal, à noite, na praia, à noite, no parque de campismo, à noite, na casa assustadora dos avós, à noite. Se houver gemidos das madeiras e passinhos apressados de ratitos, ainda melhor.
A história continua, em sussuro:
Abre-se uma porta (barulho de porta a abrir)
pausa, para aumentar o suspense,
ouve-se um grito
breve pausa,
Ó Xico, traz cá o penico.
Esta história tem sido útil desde pequenina, quando quero aliviar situações assustadoras. Pode-se contar a crianças porque ficam aliviadas quando ouvem o final e descomprimem com umas boas gargalhadas (que são nervosas, é claro).
Pois ontem, à tal meia noite, hora do crime e mistério, estava eu sozinha em casa com os miúdos que dormiam desde as sete, tal foi a estoira do fim-de-semana, trovejava desde as seis e estava escuro como breu e eu não estava a fazer nada de especial. As madeiras não gemiam, o que até não é mau de todo, mas o vento e a chuva fustigavam as janelas da sala - que eu penso sempre qualquer dia hão-de voar com tanto vento.
Bem, meia noite, hora do crime e mistério,
as portas abanam (com o vento, ok?),
ouve-se um grito
pausa, para aumentar o suspense,
"O que é um fantasma?"
...
Acho que o meu coração deixou de bater durante cinco minutos, até verificar que estava tudo tranquilo e que os miúdos dormiam. Aquilo que me parecia o início de uma conversa, do estilo "olá, eu sou canalizador", "o que é um canalizador?", afinal era só uma pergunta filosófica e o rapaz voltou a dormir. Como se nada fosse. E eu fiquei-me pelos risinhos histéricos, encolhida no sofá.

11/11/11

A pilha

Tenho uma pilha assustadora de papelinhos à minha frente.
Estive a separá-los até tarde, por estilo - os completos, os incompletos, os vazios. São 251 ao todo. Tenho de os ler todinhos, catalogar, passar para a base de dados. Depois escolher os dez melhores. Quando a pilha estiver organizada, é só enviar dez presentes pelo correio e está feito. Mas, sinceramente, preferia ter uma pilha de notas.

09/11/11

A força da natureza

O White Salmon River em Washington, EUA, foi restituído ao seu curso normal a 28 de Outubro. Depois de cem anos de aprisionamento, demorou duas horas até equilibrar entre os dois lados da barreira. A força das águas é impressionante. A paisagem é linda.

08/11/11

Meia noite em Paris

Acho que nesta altura, já não é novidade para ninguém que o filme é muito bom. Por incapacidade de agenda, deixei-o para o fim.
Não só é Woody Allen dos pés à cabeça - que eu adoro sempre -, como é Paris - que eu adoro sempre, também. Acho mesmo que o filme é uma carta de amor a uma cidade inteira (ao género do que fazia antes com Manhattan). Mesmo com os barulhentos americanos que não a compreendem e que acham que na terra deles é que é.
Gostei acima de tudo da festa de casamento surrealista, com as paredes azuis esverdeadas e os animais embalsamados mais as borboletas, do Hemingway, com a sua barba incipiente e do Dalí, com os seus rinocerontes e as suas lágrimas. Adoro as festas, a música, as ruas, os cafés, os recantos todos.
Na realidade, só tenho pena que Paris não seja a uma hora e meia de Lisboa e que não possa ir lá mais vezes. Ou mesmo morar lá uns tempos.
Muito bom.

07/11/11

Românticos anónimos

Um filme francês, tão querido e doce como o chocolate que lhe dá corpo. Vi ontem nas Amoreiras, com um público divertido. Bonita fotografia e luz (ou será que isso é a mesma coisa?).

O sol nos pés

Esta noite, incorporei-te no meu sonho depois de teres chegado tarde e, hoje de manhã, enquanto tomava banho, fiquei arrepiada com a água fria a cair nos pés. O desconforto foi tão grande que nem a água a escaldar, quando virei a torneira para o lado vermelho, compensou. Já passaram duas horas, mas ainda sinto os pés frios, o que é das coisas mais desagradáveis de ter fria, porque tem o condão de arrefecer tudo o resto.
Quando sinto os pés frios, lembro-me instantaneamente do meu avô, com os pés ao sol enquanto me lia os seus livros mágicos ou escrevia os seus romances. Primeiro, escrito à mão em folhas fininhas e translúcidas, depois passado à máquina, que mais tarde passou a máquina de escrever eléctrica e que ainda vejo em cima da arca muito grande que está na sala lá de dentro. Apesar de não ir a casa dos meus avós há mais de cinco anos, talvez.
Vejo a máquina da mesma maneira que vejo nitidamente o meu avô a fazer a barba com os seus pijamas fofinhos de flanela, que vejo o menino Jesus pequenino sobre a cómoda do quarto e a minha avó a fazer arroz e sopa nas panelas de brincar ou com a caixa de costura aberta na camilha da sala, a passajar pacientemente meias com o ovo de madeira e o dedal de prata. A memória do cheiro da casa dos meus avós também persiste em mim, com o cheiro doce que têm as memórias de criança.
As casas sem gente são iguais a casas vazias de móveis, apesar de continuarem iguais ao que eram quando as pessoas sairam pela última vez. Não sei se a casa se apercebeu que não tem já gente, que o meu avô já não põe os pés ao sol, que a minha avó não organiza as suas receitas na mesa da cozinha laranja, guardadas na gaveta aos pés da letra da música da Nossa Senhora do Almortão. Ou, se calhar, a casa também está triste.

04/11/11

Deitar fora o secundário


No Sábado, enquanto esperávamos que voltasses, estive a acabar o secundário. E a faculdade também.
Numa manhã, em casa dos meus pais, enchi cinco sacos de lixo gigantes com dossiers e livros, estojos e outros despojos dessa altura.
Dossiers inteiros cheios de sebentas que já na faculdade não foram estimulantes - a hermenêutica, a lei da rádio, Habermas, Witgenstein, teoria da comunicação e outros temas esotéricos - foram todos para o lixo. Que alívio.
As coisas interessantes que se aprendem na faculdade - quase exclusivamente com os professores que têm vida fora dela - ficam dentro de nós. Passam a fazer parte do nosso discurso. Vamos buscá-las ao ficheiro da memória em que se arquivam quando são precisas. Os professores valem por aquilo que sabem, que vale por aquilo que fazem. Ponto final.

03/11/11

[Este ano]

[Eu sei que falta imeeeeeeeeeenso para o Natal e, não, senhores dos shoppings que já enfeitaram tudo com objectos natalícios, isso não aguça a minha vontade de comprar prendas de Natal, mas sim aumenta a minha indiferença face à óbvia extemporaneidade da iniciativa. Mas estes enfeites aqui são tão bonitos, que eu não resisto a partilhar. Bastam-me dois de cada.]

Fim-de-semana+feriado

Sábado à noite
Regressaste de Moçambique depois de uma semana inteirinha
Os miúdos estavam cheios de saudades
Eu também
Domingo de manhã
Enquanto esperamos pela miúda que foi à festa de dois amigos
Passeio por Sintra com o mais velho
Não há melhor
Segunda à tarde
A montar kits
À noite
A assustar crianças no pinhal, a brincar ao Halloween
Com uma máscara que não me deixa respirar
Terça
A brincar aos crescidos
Hoje
A brincar às crianças

27/10/11

Sou uma fácil

A minha manhã foi uma miséria. Entre os miúdos completamente em delírio * e o trabalho meio atravessado, mais a reportagem da TSF sobre crianças com cancro, estava a sentir-me uma bosta.

* só consegui que a miúda acalmasse quando lhe disse que se não parasse com a histeria a levava ao cabeleireiro e lhe cortava o cabelo. Onde é que nós (raramente) vamos buscar estas ideias luminosas? Devem contrariar as convenções de Genebra e outras do estilo, mas às vezes ser mãe é mesmo ser odioso.

Como sou uma fácil, tive sorte e mudei para a m80 a tempo de ouvir uma música cheia de energia, que compensou o crappy feeling anterior.

26/10/11

Ténis lindos

Com o raio da chuva, as sandálias já não são eficazes. Os ténis estão rotos ou são não impermeáveis. Tive de ir às compras com os dois miúdos. Estiveram espojados no sofá da loja durante 40 minutos enquanto experimentavam todos os modelos que havia. Um dizia "ui, ai, aperta aqui, aperta ali". A outra limpava o chão com os calções azuis e brancos.
Descobrimos estes ténis lindos. Quero uns iguais. Estou a falar a sério. E - ainda por cima - a bom preço.


À chuva, em Roma

Era de noite e chovia. Ou, se calhar, não chovia e fui só eu que fiquei com a imagem de chuva.
Era de noite e andávamos a passear por Roma. Estava frio, isso sei de certeza, porque vejo nas poucas fotografias que tirámos (como sempre) que estamos de casaco - até tu. Em Trastevere, perto de casa, tínhamos por hábito dar umas voltas antes de ir dormir. A zona fez-nos lembrar o Bairro Alto, sem as subidas e descidas.
O ambiente era meio assustador, ali à beira do Tibre, húmido e frio, as ruas pouco iluminadas, imersas em silêncio e caminhávamos de mão dada, a conversar sobre o que já tínhamos visto e a loucura que é Roma.

Pelas ruas começámos, de repente, a ouvir vozes altas e o bater imponente de botas de cavaleiro nas pedras da calçada. E fomos dar a um largo onde estavam reunidos imensos cavaleiros templários ou de qualquer ordem do estilo.
Vestidos com fatos castanhos e as botas, estavam numa cerimónia especial e, a parte a que achámos mais piada, eram rapazes da nossa idade. Quando demos a volta à igreja, fomos encontrar um grupinho de vestidos castanhos e botas de cano alto a conspirar, a fumarem cigarros e a rir. Como um grupo de adolescentes, puseram-se em sentido quando passámos, porque provavelmente não estavam a ser pios.
Penso que no mesmo dia, mas de manhã, fizemos um passeio de segway pela cidade e o guia - um estudante de arte italiano - levou-nos à Praça dos Cavaleiros Templários, que tem o pormenor magnífico de, ao espreitar pela fechadura da imponente porta, ficarmos focados no Vaticano, na Basílica de São Pedro.
Como gostamos de uma boa teoria da conspiração e do valor dos símbolos, da maçonaria e dos templários, ficámos encantados ao descobrir esse "segredo".
Hoje lembrei-me de Roma. Foi bom.

24/10/11

Não sei como ela consegue

Ga-lho-fa. Acabei de regressar do "Não sei como ela consegue" e ri-me à séria - especialmente com dois momentos que não posso contar porque não gosto de ser uma desmancha prazeres que conta as partes mais divertidas dos filmes antes de toda a gente ver. Como sobre "A melhor despedida de solteira" podia ter sugerido que prestassem bem atenção à prova dos vestidos...
Aqui, tanto a Sarah Jessica Parker como o Pierce Brosnan revelam que estão a ficar... velhotes. As mãos dela são um susto, ele engordou que nem um perú - parece-me. Mas, tirando essa sempre óbvia constatação de que o tempo passa, o filme é para ver em modo descontraído. Não dá para tirar de lá soluções para o universo - a conclusão do filme é muito gender oriented, as mulheres vão dizer a-ha!, os homens vão dizer, no máximo, está bem caçado, mas eu não sou assim, pois não? Quer dizer, eu ajudo imenso lá em casa...
E, esta é para os apressadinhos que têm de se levantar mal o filme está a chegar ao fim, para serem os primeiros a chegar à rua ou ao corredor do shopping, ouçam a piada do fim.

21/10/11

A melhor despedida de solteira

Sou capaz de ter lido uma frase sobre o filme "a melhor despedida de solteira". Que dizia, para aí, "muito divertido" ou "a ver". E hoje vi. Deu para rir e para chorar. O que é que uma miúda pode querer mais de um filme?

O Kadafi do outro lado da rua

Creepy!
Já não é a primeira vez que falo no Kadafi no meu blogue. O tal monstro da minha infância - o homem que eu associava a tudo o que há de mau neste mundo e que teve finalmente um fim semelhante às atrocidades que cometeu durante tantos anos.
Hoje, depois do almoço que me deu dor de cabeça, do outro lado da passadeira, estava uma mulher vestida com um misto de gabardine e burka, beige da cabeça aos pés, que era a versão feminina do Kadafi. Só que em modo Chanel. E o raio da mulher, que tinha uns óculos escuros enormes e caríssimos, não tirava a mirada de mim - juro que até me arrepiei um pouco. Seria da família do senhor, que tenha vindo cá levantar dinheiro ao banco?

20/10/11

A santa

Assim, sem contar com isso, ontem tive direito a noite de compras, patrocinada pelo mestre. Assim, sem contar com isso também, trouxe para casa um saco de roupa nova linda e reluzente antes de trazer os tais sacos do lixo pretos gigantes que inspiraram receios criminais em dona Quem sai aos seus.
Bem, queridas, já que já cá estão, então encolham-se um pouco para caberem todas. A santa fez o favor de arrumar tudo arrumadinho e eu agora só preciso de olhar para vocês, enlevada.

19/10/11

Patience

A música que ouço enquanto cruzo as pernas em posição yogi, descansando as costas das mãos nas pernas e encostando os polegares aos dedos médios...

Especialmente na parte, all we need is just a little patience.
Om sa
Om sa
Om sa

A distância

À distância, o meu sobrinho mais pequeno já começou a andar. Falamos pelo Skype, mas ele está irritado com uns dentinhos que andam a ver se nascem e não mostra a proeza. Hoje é feriado por lá.

17/10/11

The lights are out

Estou a trabalhar freneticamente desde que me sentei ao computador. Tenho as costas cansadas, os olhos moídos e os punhos a queixarem-se dos movimentos repetitivos no teclado e no rato. Tenho aqui para mais umas horas ao mesmo ritmo. Mas agora faltou a luz e a casa ficou toda em silêncio. Fui verificar o que se passava e o quadro eléctrico está em forma e o prédio está todo às escuras. Vou dormir 10 minutos de sesta e já volto.

14/10/11

As camadas

Acho que me lembro das pessoas que conheço assim-assim por camadas.
Isto é, apago as memórias mais antigas e substituo-as pelas mais recentes, esquecendo as antigas. Por isso é que, às vezes, se alguém muda muito de feições, sou capaz de não me lembrar de quem são.
Assim, em relação aos conhecidos, a imagem que mantenho é a última que vi. Por exemplo, os pais dos meus amigos teriam, em média, 30 anos quando os conheci, mas as memórias que tenho deles são as que vejo hoje, pessoas com 60 ou 65 anos - que para mim são iguais ao que eram, mas, na realidade, não são.
Se calhar, é porque envelhecemos às camadas assim que ficamos com rugas. É porque queremos sempre continuar a ser jovens, por isso, as camadas querem continuar a espreitar lá do fundinho do tempo.
Em relação às pessoas de quem gosto é diferente.  Na minha cabeça, a "foto do perfil" das pessoas de quem gosto não é a mais recente, mas sim a melhor. A melhor de todas.

11/10/11

10/10/11

Casamentos renováveis

Nem vale a pena ler, mas o i diz que o México quer casamentos renováveis de dois em dois anos. Isso é que era festança! É o chamado amor a prazo, renovável e com potencial capitalização dos juros e agravos.

09/10/11

Casa assombrada

Na Disneyland Paris, este Verão, tivemos de sair por um atalho da casa assombrada, porque os miúdos estavam com medo. Tive imensa pena, porque gosto de casas assombradas e aquela tinha um ar fenomenal. Não passámos do elevador.
Hoje encontrei um álbum de fotografias tiradas a pessoas numa casa assombrada na América e estive a rir-me que nem uma perdida.

07/10/11

Ainda a morte de Steve Jobs

O DN destaca para a primeira página "morreu o criador do rato para o computador" e "Steve Jobs mudou a nossa vida". Pergunta: o rato será a mudança com maior impacto?

06/10/11

Amor e photoshop

Não é segredo nenhum que eu amo o Photoshop e que acho que devia haver algumas das suas funcionalidades na vida real. [Gostava honestamente de fazer um resize ao meu roupeiro e aos armários cá de casa, gostava de poder brincar com as cores nas paredes e nos móveis e fazer undo logo de seguida, gostava de poder retocar as olheiras ou as minhas cores só com um pequeno toque, gostava de melhorar a luz à minha volta... e a ferramenta do free transform? Quem não gostaria de ter?]


Buy the Photoshop Fridge Magnets at the Photojojo Store!

Não estás chocada com a morte do Steve Jobs?

Não, não estou. Enquanto visionário - que acredito ser - tenho pena que deixe de produzir. Tenho curiosidade do muito que deixou por fazer. Enquanto cara da Apple, que consumo diariamente em multiplataforma, sou fã do trabalho de Steve Jobs. Enquanto pessoa, não me dizia nada.

Hoje o meu irmão faria 41 anos.

04/10/11

Momento hilário do dia

No elevador, dou boleia a um típico advogado-marialva-bigode-retorcido-fato-azul-e-pasta-debaixo-do-braço.  Carrega para o décimo oitavo, encosta-se para trás. Pondero um pouco, viro-me ligeiramente para lhe perguntar: A vista é boa...?
Apanho-o a tirar-me as medidas, ele sente-se apanhado, o próprio bigode retorcido torce-se ainda mais num risinho torcista/envergonhado.
... lá no décimo oitavo andar?
Engulo um ataque de riso e, civilizadamente, ele responde: "Magnífica!"
Eu digo, civilizadamente também,  Imagino!
E ele diz: "Tem de vir visitar-nos."
Sim, qualquer dia, obrigada. Bom dia.
E imagino logo um pequeno grupo de advogados com bigodinhos retorcidos, marialvas, a exibir a vista do escritório a 360 graus sobre Lisboa - magnífica!

27/09/11

Ah ah ah ah - riso histérico

Need I say more, girls?
(notonthehighstreet, again)

A vida, ao jantar

"Mamã, o que quer dizer absurdo?"
Pergunta - bastante alto, devo dizer - o meu filho, imediatamente depois de termos ouvido o senhor da mesa ao lado no restaurante dizer
"blá blá blá é absurdo blá blá blá".

Poster da deliciosa notonthehighstreet.

26/09/11

Toy story

Estou nesta casa minúscula desde que cheguei a Londres. Não procurei ainda uma maior. Não é por falta de dinheiro. É por falta de paciência, por me lembrar ainda dos caixotes que trouxe de Portugal e para os quais já tive de encontrar lugar uma vez. Não me apetece fazê-lo outra vez. O meu pai diz que é desinteresse, a minha mãe desleixo. Who cares? A única coisa boa que a casa tem é ser perto do metro, o que, em Londres, quer dizer perto de tudo. Além de não ser muito gelada no Inverno, por causa do aquecimento central, que foi a única exigência que fiz ao homenzinho curioso da agência imobiliária. Nunca fui dada a frios, gosto de ter calor, esse foi o único factor que me fez torcer o nariz durante tanto tempo ao convite para vir para cá. Eles acharam que eram questões salariais - lucky me. Vim ganhar muito acima daquilo que valho, o que só pode ser uma correcção ou uma espécie de justiça cósmica face às merdas que tenho tido na vida. "Há quem tenha pior", diz a minha tia velhota, que julga assim conseguir corrigir todas as infelicidades do mundo. Não consegue, sendo, ela própria, uma pessoa vagamente infeliz, com uma casa ensombrada por pesados cortinados de veludo e mobílias igualmente tristes e escuras. Na minha casa minúscula, quando está sol e é Inverno, com o tal aquecedor ligado, quase consigo sonhar que estou em Portugal. Sim, que isto de ser expatriado é chique mas dói no fundinho da alma. Custa quando o trabalho chega ao fim e ficamos sozinhos num sítio onde quase ninguém é igual a nós. No final do próximo ano termina a minha aventura por aqui e, como não me perdi de amores por nenhum príncipe, devo regressar a casa. Mas aí, também eu já não vou ser igual.

Rock bottom

Sabemos que estamos lá quando o roupeiro desmorona em cima de nós. Aí, é altura de começar tudo de novo.

A que instituição é que costumam dar as vossas roupas?

19/09/11

Amor de mãe

Forrar os 14 livros e cadernos do meu filho com papel autocolante num final de tarde de Domingo. (Especialmente depois de ter visto o serviço de forrar livros do Corte Inglês. Antes, tinha estado a pensar "tem de haver uma maneira mais simples, não estou a ver 'os ricos' a forrar livros na noite antes do regresso às aulas, em cima da mesa da sala ou mesmo no chão". E há uma maneira mais simples, mas, como com tudo o que é bom, excepto a natureza, que já dá para compensar, paga-se.)

16/09/11

Girls just want to have fun

Quem gosta de brincar aos look books? Guilty.

A bandalheira às portas de Lisboa

Será possível que ninguém se preocupe em resolver a bandalheira do processo de levantar meninos à saída das aulas do Liceu Francês? É uma vergonha que papás, avós e afins estacionem em 2a e 3a fila, sem se preocuparem com quem não tem culpa nenhuma disso. Será uma questão que cabe à câmara resolver, será à polícia, será ao próprio colégio? É uma bandalheira.

Caixa-de-óculos

Quase seguramente com o acordo ortográfico, contra o qual milito silenciosamente - acho que, como sucedeu com os euros, nunca vou aprender a usar correctamente as novas grafias e vou estar a fazer erros atrás de erros sem me aperceber -, a manhosa expressão pejorativa "caixa-de-óculos" vai perder os hífens.
Tenho preguiça para confirmar.
Lembrei-me que era dos insultos mais ofensivos que se podia fazer a alguém que usasse óculos ao ler a manchete do i de hoje, que diz que há crianças a serem incentivadas a usar óculos sem deles precisarem.
Quando éramos pequenos, ir ao oftalmologista significava quase sempre vir de lá com uma receitazinha para óculos, que motivariam a chacota dos colegas e (também um pouco) a vergonha própria.
Eram as dificuldades na visão, detectadas pelos pais, pelos professores ou pelo próprio, que motivavam a ida ao oftalmologista e mais nada (os médicos não eram um bem de primeira necessidade. Não havia dinheiro para sapatos, quanto mais). Por isso, havia queixas. Por isso, fazia sentido haver óculos.
Agora, de acordo com o i, parece que se fazem rastreios nas escolas e que as crianças passam a ter de usar óculos sem precisarem deles, o que pode agravar problemas que existam.
É tão importante confiarmos nos nossos filhos e reagirmos às suas queixas e não sermos hiperactivos e fazermos tudo o que supostos técnicos nos aconselham. Daí também a importância de uma segunda (ou terceira) opinião.
Eu devo ser muito casmurra, porque corri os oftalmologistas todos de Lisboa para encontrar um que resolvesse um problema nos olhos da minha filha. Inclusivamente uma especialista em Campo de Ourique, que vinha com recomendação para pediatria, que era uma besta e que disse que não a ia tratar porque eu já tinha falado com um colega dela, portanto não seria ético, mas que nos tratou (eu mais dois putos) como se fossemos imbecis. E, no fim, cobrou a consulta.
Além disso, tinha uma casa de banho que era um nojo. Casa de banho, sem hífen.

15/09/11

Coisas esquisitas

A simpática senhora da loja das gomas das Amoreiras cumprimenta-me efusivamente num dos corredores (há quantos anos sabe da minha pancada por gomas?)
O senhor que vem tirar a medição do contador da água cumprimenta-me, aplicando ao meu apelido uma pronúncia estrangeira. Fica muito chique.

O som do teu silêncio

Está a chover baixinho há mais de 12 horas. Não consigo ir lá fora buscar a roupa que tinha posto a secar. De noite, desde há uns dias, ouço o telefone tocar de maneira cada vez mais aflitiva - apesar de o som ser o mesmo desde sempre. Ouço, com o coração a bater com força, o carro da polícia, uma ambulância, o carro dos bombeiros. Passam e afastam-se com o seu lamento estridente. Ouço um trovão, escondida debaixo dos lençóis. Ouço-te bater a porta de casa. Ouço o elevador arrastar-se pelos carris. Ouço o silêncio que fica quando sais. O frigorífico recomeça a fazer barulho, depois estremece e, de repente, fica calado. A máquina da roupa continua a rodar a 600 rotações, para acabar de lavar a roupa que trouxeste hoje de manhã do trabalho. Ouço-me a pensar que tenho de arrumar a casa, tirar a roupa molhada da corda, espalhá-la pelas cadeiras da cozinha e pelos toalheiros da casa de banho, fazer o jantar só para mim. Ouço-me a chorar baixinho. Ouço-me a recomeçar - no mesmo sítio - todos os dias. Há quantos anos...

14/09/11

A senhora do mel

Eu sei como é essa urgência de falar com alguém, especialmente com alguém que vai ouvir-nos sem sentir verdadeiramente aquilo que sentimos. Talvez pena. Um gesto mais carinhoso. Um festa ou um abraço. A senhora do mel abriu-nos a alma assim que abriu a porta da rua. Ao pé das escadas, ainda na rua, as abelhas agitavam-se à volta dos cortiços em mais um dia quente de Verão.
(quero profundamente gostar de abelhas, mas tenho muito medo delas)
A porta aberta e logo um lamento. A doença. Não precisa sequer de dizer qual é. Nós percebemos e os miúdos não precisam de saber. Um litro e meio de mel algarvio, dourado e delicioso para cada uma. Quatro euros e 20 cada frasco. Um litro e meio que estou a repartir por frascos para dar aos meus pais, aos meus irmãos e aos amigos que estão perto. A dor da alma da senhora. A resignação. São tantos os meus amigos com a doença, desabafa. Os miúdos saltam por ali. Dizemos-lhe o comum, que está com óptima cara, que vai melhorar, que há muitos casos assim. Perguntamos-lhe como estão a correr os tratamentos. Se precisa de alguma coisa. Não, obrigada, tenho muitos amigos. Sabiam que, às vezes, o mel tem um sabor meio amargo?

12/09/11

Preciso de me organizar

Eu precisava que este senhor viesse cá a casa organizar as minhas coisas por códigos de cores. O ano passado fiz isso ao meu roupeiro, mas este ano não tenho tempo (aka paciência).




Como é duro trabalhar

A natureza dos homens

Imediatamente sinto-te irrequieto, muito interessado, a inclinares-te para a frente, perguntador, tu, que geralmente perguntas pouco. Insistente, até. Isto depois de saberes que a senhora de cabelos brancos, ar de avó e idade indefinida, mas seguramente à volta dos 70 anos, vai hoje jantar moreia frita, que ela própria apanha em covas que teima em não dizer onde são.
À noite, para compensar, jantamos também moreia frita, mas não fomos nós que a apanhámos. "Não consigo resistir, é superior a mim, sinto que estou a renegar à minha natureza. Eu sou caçador." E os olhos brilham-te como se fosses um miúdo, como eu gosto de ver. E é mesmo verdade o que dizes.
Eu não sou caçadora. Gosto de pescar, gosto de mariscar, mas arrepio-me só de pensar em encontrar-me com uma moreia no mar - onde são bem mais ofensivas do que estas que aqui estão a secar ao sol numa casa no Algarve, como se fossem roupa lavada, como também já vi fazerem com polvo.