30/05/11

Se só pudesses salvar uma coisa da tua casa...

... o que seria? O exercício não é inovador, mas é engraçado pensar nisso. Cá em casa não somos dados a grandes prisões às coisas. Não tenho nada assim de terrivelmente sentimental, nada de terrivelmente valioso, nada que me faça voltar atrás. Uma coisa é dizerem-me: podes levar cem, ou 50, coisas. Outra coisa é "só uma".
Dito isto, valorizo a casa em si. Não pelo que é, mas pelo que tem. A nossa família. E a nossa família é-o aqui ou noutro lado qualquer. Por isso, levo a família.

Hoje é um daqueles dias

Estou cheia de energia e só me apetece resolver coisas e combinar programas. Excelente.

29/05/11

Informação completamente desinteressante

Desde que nasci que só tenho quatro unhas em cada pé. A quinta "da normalidade" está lá, mas escondida. É curioso como, apesar de sermos todos iguais, há estas pequenas subtilezas que nos diferenciam e que, às vezes, têm piada.

26/05/11

Que coisa

Não sou pessoa de ter saído de muitos sítios, mas hoje vi uma despedida do trabalho que mexeu comigo, de uma rapariga que esteve mais de um ano a trabalhar no mesmo sítio.
No momento em que se prepara para ir embora, e em que estou a desejar-lhe sorte e felicidades, as pessoas que estiveram sentadas ao seu lado todo este tempo não lhe dão as tradicionais palmadinhas nas costas, não desejam boa sorte, não dizem "se precisares de alguma coisa diz", não dão beijinhos, não organizam um almoço, não dizem adeus.
Bolas, nem levantam o rabo da cadeira.
Fiquei a tarde toda a remoer no que aconteceu e a tentar perceber porquê.
Acho que isto diz, sem dúvida, alguma coisa sobre a pessoa que se vai embora, mas, lamentavelmente, diz ainda mais sobre quem fica e não diz nada.

25/05/11

Clima

Hoje ia ver de uns vestidinhos novos, de umas sandálias de salto alto, de uns ganchos novos para o cabelo - porque é que sou viciada em ganchos?
E, para ser perfeito e porque ando meia obcecada com isso, ía às compras a Paris, nos Champs Elisées. Tinha montes de dinheiro para gastar, os sacos não me pesavam nas mãos, as lojas estavam cheias de novidades e de cores bonitas.
Almoçava numa esplanada qualquer e ia passear nas margens do Sena, no Jardim do Luxemburgo e na Ladurée, onde comprava caixas de macarons de todas as cores.
Era uma fuga à rotina tramada que ando a ter, não era?

24/05/11

A viagem dos cem passos

Devorei ontem até ao final da noite o livro "A viagem dos cem passos", de Richard C. Morais. Foi-me dado dois ou três dias antes pelo melhor amigo do mundo.
Um livro assim mesmo como eu gosto: bem escrito, rápido, colorido, com cheiro e vida própria. Não encontrei momentos mortos, não tive vontade de o pousar nunca. É um daqueles livros que só irrita porque quero chegar ao fim o mais depressa possível para conhecer toda a história e, ao mesmo tempo, não quero que acabe nunca e quero continuar a participar na vida das personagens.
O autor nasceu em Lisboa e vive nos EUA, mas o livro é de alma indiana, londrina e francesa - é um livro do mundo. É editado pela D. Quixote e é, como prometem na contracapa, de leitura compulsiva (só não gostei assim lá muito da revisão).

22/05/11

Pérolas de sabedoria

Como é que se chamam estas árvores, que a mamã ensinou ontem?
"são as choramingas", diz a miúda pequena. *
* n.t. As árvores são os chorões.

A comer o novo gelado do max com efeito de estalinhos e a olhar desconfiada para todo o lado:
"oh mãe! Quem é que está a fazer pscht pscht?"

19/05/11

Ninhos vazios

Olho para estes prédios à minha frente e vejo um monte de ninhos vazios.
Olho para o outro lado e só vejo cabeças vazias.
E, do outro, um amigo de infância que vai buscar a filha de moto e lhe entrega um capacete com a bandeira de Inglaterra.

É tramado

Às vezes os dias começam de uma maneira e depois, de repente, parece que levam uma volta e acabam de outra maneira qualquer, ao contrário do que era suposto ter sido.
E também há pessoas assim. Parecem uma coisa e são outra. Não gosto.

18/05/11

Dúvida daquelas II

Alguém que tenha filhas sabe explicar-me quando passam as birras matinais da hora de vestir? A minha filha agora só aceita vestidos e saias, portanto odeia a farda da ginástica, portanto engonha até chegar o momento em que já está tudo de cabelo em pé e acaba a chorar quando lhe vestimos a roupa que tem de ser, sempre tentando negociar levar a roupa que gostava numa mochila para vestir no fim das aulas. Ando a ter umas dessas esta semana e não está a ser divertido.

17/05/11

Tenho um grupo de amigas novo. Começámos a dar-nos todas quando percebemos que o café da loja de móveis enorme era grátis.
Primeiro, embirrei com a loja e fiz a promessa de não entrar lá, por causa do que veio fazer aqui ao bairro.
A última coisa de que precisávamos era de um monstro daqueles ao pé de casa.
E não fui. Nem à abertura, nem quando as romarias se intensificaram aos fins-de-semana. Também, nessa altura, estava mais entretida a tratar de ti.
Mas, de repente, morreste. E o que era uma vida de isolamento a dois, passou a ser muito triste mesmo. Só eu, à janela, a ver passar toda a gente...
E, um dia, enchi-me de coragem e lá fui eu. Havias de ter visto o que eu vi. Móveis de todas as cores e feitios, almofadas, tecidos, tachos, tudo o que as casas precisam e muito mais.
E oferecem café. Primeiro fui uma ou duas vezes, depois comecei a ir todos os dias. Agora tenho lá um grupo de amigas. O café é intragável e tu sabes que eu não gosto de café. Mas assim estou entretida.

16/05/11

Muito rápido

Só para contar que percebi agora que perdi o trabalho TODO que fiz no fim-de-semana. Por burrice, estupidez, cansaço ou qualquer outra coisa, mas nada que seja bom para a minha pessoa. Tem graça que o trabalho que estou agora a refazer até está a sair melhor. Mas era escusado. Sim, isto que está a sair das minhas orelhas é mesmo fumo.

11/05/11

Cupcake news

Está um homem com cara de cupcake na televisão, enquanto procuro ver as notícias.
Agora, desde que tenho filhos, isto é, deixei de ter direito a ver o telejornal, que durante anos foi a medida dos dias. Às 20h tocava o sinal de chamada e sentávamo-nos todos à espera de saber o que se passara no mundo. Lembro-me de muitas dessas aberturas do telejornal.
Agora não. Com sorte, consigo ver uns resumos depois de eles irem para a cama. Passei a consumir as notícias de manhã, no telefone, ou na Sábado. É a velha máxima do "mudam-se os tempos..."

10/05/11

Não sei

Perguntas porque é que não tenho escrito no blogue. Não sei. Acho que estou a precisar de férias de computador. Também acho que aquilo das agulhas acalmou um pouco esse lado que me faz precisar de libertar algumas ideias.
Hoje está sol e isso está sempre no top das coisas que me faz ficar feliz. Chama-me tonta, se quiseres.

05/05/11

Quem tem medo das agulhas?

Brutal! Ontem tive uma sessão de acupunctura e o dinheiro que paguei no final foi o dinheiro mais bem gasto da semana (mais bem/melhor?).
Sou repetente e só posso dizer que ainda adoro a sensação de plenitude e bem estar depois das agulhas.
Perguntas, com ar meio arrepiado meio desconfiado, se não é só sugestão. Não. Eu bem sinto a energia a ir de um ponto para o outro do corpo. Dormi muito bem, acordei às dez para as cinco super bem disposta. Amei. Outra vez.

O médico enquanto vedeta

Na clínica Quadrantes, em Miraflores, há uma caixa daquelas transparentes de escritório, marcada com uma etiqueta branca que diz "pedidos médicos originais".
Há muito tempo que não lia nada tão cómico.
Claro, no tempo em que estive à espera de ir fazer um exame, estive a ponderar quais seriam os pedidos médicos mais originais que já passaram por aquelas caixas transparentes. Dentro de envelopes - logo, sem permitir tirar a curiosidade...
Lembro-me logo das reportagens - que adoro ler - sobre os pedidos mais estranhos dos músicos e vedetas do cinema. Uma que quer o camarim cheio de m&m's, um que quer toalhas brancas de algodão egípcio, o dos morangos frescos e champagne, o que quer massagens e viaja com a sua entourage de 50 pessoas, o que só quer whisky...
Volto à caixa dos pedidos dos médicos e só posso rir-me com as coisas que imagino possam estar lá escritas.

04/05/11

O problema de Angola

No táxi, a caminho de uma consulta de medicina chinesa, o taxista revela-me o problema de Angola - e penso que ele pensa que o problema de tudo.
O mal são as mulheres, diz, com clarividência, como quem não quer deixar margem para dúvidas.
"Elas são jovens. Querem dinheiro. Os homens mais velhos é que têm dinheiro. Os mais novos ou sem posição não têm dinheiro. Os mais velhos ficam com as mulheres novas e depois têm de as sustentar. Esse é o problema da corrupção - o querer ter mais, para agradar às mulheres."
Assim, tudo seguido, penso que já devia ter ensaiado várias vezes o discurso.
Eu, que adoro taxistas conversadores, vou concordando, não sou feminista, compreendo o problema das mulheres jovens, "querem uma vida melhor".
Vou-me rindo. Dou-lhe conselhos para tratar o colesterol. Falamos sobre Angola mais um pouco.
À despedida aconselho-o a ir ter com uma rapariga que o desafiara para almoçar, mas ele tinha acabado o pequeno-almoço, dois bifes, estava sem saber se havia de ir "o mal são as mulheres"...
É fácil ficar amiga dos taxistas.