28/11/14

Eu não sou perfeita

Eu não sou (nem quero ser) uma mãe perfeita.

Às vezes sou reles. Às vezes sou um espectáculo. Às vezes só quero dormir mais um bocadinho. Às vezes quero encher-vos de beijos e abraços e cheirar-vos o cucuruto da cabeça. Às vezes tenho todo o tempo do mundo. Às vezes paciência zero.

Não sou uma mãe perfeita. Nem quero ser, acho que isso não existe.

Mas gosto de cozinhar convosco, gosto de fazer artes plásticas, gosto de desenhar e pintar convosco, gosto de vos mostrar Lisboa, de irmos à praia, de vermos um filme enroscados no sofá. Adoro as vossas criações, mesmo as toscas, ou, se calhar, gosto ainda mais das mais toscas. Adoro a maneira como se empenham nos trabalhos da escola ou quando temos festas em casa. Adoro quando temos a música a tocar pela casa toda e dançamos.

Mando-vos cedo para a cama porque é bom para vocês, mas também porque é bom para nós. Mando-vos assoar o nariz e lavar os dentes e lavar a cara e pentear o cabelo e vestir casacos e pôr os pratos na máquina e arrumar os quartos e cumprimentarem as pessoas e dizerem obrigado e por favor... Às vezes sou chata.

Não tenho de vos mandar comer a fruta.

24/11/14

Um filme giro

"Um lugar especial", com o Morgan Freeman, anda a dar no TVCine. Vi ontem com os miúdos ("este filme é com o Nelson Mandela, mãe?"), nos intervalos dos estudos. História querida e Uma música especial.

23/11/14

Um sítio

Descobri há dias ao acaso um pedaço de rua de Lisboa que cheira tal e qual como o campo em Abrantes. O campo onde eramos piratas, ladrões, exploradores, salteadores, bonecos ou só miúdos. O cheiro da ribeira, sem tirar nem pôr. Melhor com vento. Melhor ainda com chuva. 
É só fechar os olhos estou lá.

17/11/14

Os Maias

Ponto prévio: adorei ler "Os Maias" na escola. Mas adorei mesmo. A construção das personagens, dos sítios, das casas, os pormenores todos. Lembro-me de ficar muito baralhada por ter colegas que não saíam do primeiro capítulo e que se lamentavam da obrigatoriedade da leitura. Tentava convencê-los a avançar, estranhando haver uma diferença tão grande de perspectivas entre o fluir que eu identificava na obra prima de Eça de Queiroz e o sufoco em que eles se viam.

No sábado fui ver "Os Maias" ao cinema. Não gostei e fiquei muito desapontada. A história merecia muito mais.

Ponto final: vou voltar a ler o livro, para voltar às imagens que tinha antes.

12/11/14

O que se ganha na tradução

Em que outro sítio do mundo é que uma frase como:

"Bom dia, quero um pão destes com pouca manteiga, por favor."

Se transforma numa frase como:

"'Dia, sai um sementinhas com um cheirinho de manteiga."?

Somos ou não somos um país de românticos?

05/11/14

Sítios onde...

... Dá sempre para ser pequenina - Great American Disaster, no Marquês de Pombal. Vinha aqui com os meus pais e irmãos quando era mini e quando volto quase que nos vejo ali ao canto, a dançar as músicas dos Beatles.

A beleza dos números

Anda lá por casa outra vez a numeração romana. É assim como andar de bicicleta e acaba por ser divertido.

I - 1
II - 2
III - 3
IV -4
V - 5
VI - 6
VII - 7
VIII - 8
IX - 9
X - 10
...

A miúda anda entusiasmada com isso e até fez uma tabela enorme que pendurou no quarto com os números fundamentais - estes e mais o 50, o 100, o 1.000, etc. "Sabias que os romanos não têm o zero?" Numa das pesquisas para a ajudar, tropecei num V, que é um 5, com um traço por cima, que faz o 5 passar a 5.000. Não me lembrava.
E isto hoje é tão mais fácil por causa da net. O que só me faz pensar que os meus pais são mesmo espertos, porque quando era eu a aprender estas coisas eles sabiam tudo e não tinham de ir verificar a lado nenhum, como eu faço.
Já o miúdo anda nos mínimos e nos máximos múltiplos comuns e eu, que já nem me lembrava da existência desta divertida modalidade matemática, tenho andado a reaprender tudo outra vez. Consigo fazer sem problemas, mas ele é muito mais rápido - vinha muito orgulhoso porque foi mesmo o mais rápido da turma a fazer uma série de exercícios destes.
Acho que se fosse aprender agora matemática ia apreciar de uma forma diferente.

04/11/14

Constatação

Hoje está um dia mesmo triste, não está?

Sem açúcar II

Um pacote de açúcar daqueles que se põe no café pesa cerca de 8 gramas - uma criança não pode comer mais de 16 gramas, portanto máximo por dia dois pacotes de açúcar. Uma lata de refrigerante escurinho tem quase quatro pacotes e meio de açúcar! Os meus filhos não gostam.
Deixei de pôr açúcar no café. E não é que agora gosto do sabor sem açúcar?

Sem açúcar

Ao ajudar a miúda a fazer pesquisas para um trabalho da escola, chegámos a umas conclusões muito interessantes/preocupantes.

O máximo de açúcar que um adulto pode comer são 25 gramas de açúcar por dia.


O máximo de açúcar que uma criança pode comer são 16 gramas de açúcar por dia. 


As recomendações são da Organização Mundial de Saúde e obrigam a pensar muito, especialmente para quem tem crianças. Isto porque qualquer embalagem de papa ou cereais para crianças tem entre 25 a 40% de açúcar por 100 gramas. Se for para juntar leite piora um pouco.
Há iogurtes líquidos que têm 22 gramas de açúcar por embalagem.
Há refrigerantes que chegam aos 35% de açúcar. 
Um pão e um copo de leite ao pequeno-almoço e já está a dose no limite.

Uma subida rápida de açúcar dá uma subida rápida da energia e, pouco depois, uma descida rápida de energia. É ver os miúdos a apagarem-se a meio da manhã, altura em que levam "lanchinhos da manhã" carregados de açúcar e gordura (uma bolacha daquelas que é de chocolate com um recheio branco no meio leva 14 gramas de açúcar!!!).

Papas de aveia, sem açúcar acrescentado. Só é pena não conseguir convencer o mais crescido a gostar delas.