25/11/11

A responsabilização

Como acho que os pais são responsáveis e devem ser responsabilizados pelo que os seus filhos fazem - ao contrário do sistema que se criou em Portugal nos últimos anos da total desreponsabilização de todos - gostei muito desta notícia do Público.

24/11/11

A lista

Pai Natal em crise, menino Jesus sem dinheiro para roupinha,
aqui fica A lista, que pode ser útil para o mês que se avizinha:


P.S. Viverei igualmente feliz sem ter nenhuma destas coisas. Juro.

Obrigada

Hoje é dia de agradecer coisas. A todos. À família, aos amigos, aos fornecedores variados. A gerência agradece. Quem é que faz o perú? Tenham um bom dia - está um sol brutal!

Será possível?

... Que o desaparecimento da gabardine rosa com pintinhas brancas LINDA da minha filha tenha sido um acidente? Estou triste...

23/11/11

Fácil

Querida amiga,
Eu sei que não dar para perceber se estou animada com qualquer coisa é um dos meus maiores defeitos. Às vezes pode parecer que não estou animada mas estou e acabo por dar a impressão errada.
Passo a explicar:
Houve um tempo em que me entusiasmei muito com uma hipótese que saiu completamente, irreversivelmente e atrozmente ao contrário do que eu estava a imaginar. Aliás, o que aconteceu era uma impossibilidade para mim.
Quando soube que o meu irmão estava doente, fiz planos a meses para o acompanhar até ficar bom, calculei que poderia estar com ele antes das aulas começarem e ao final do dia também. Imaginei que ia ser difícil, mas posso dizer que estava mesmo muito animada com as perspectivas. Achava que aquilo era temporário.
E depois descobri que essa hipótese nunca existiu.
É isto. Não perdi propriamente a capacidade de me entusiasmar, mas talvez tenha menos capacidade de o mostrar.

22/11/11

Coisas de que eu gosto

Aqui pespegadas de uma forma completamente aleatória:
- os dias em que o trabalho corre mesmo bem (diploma "A profissional exemplar")
- os dias de férias
- os dias de receber
- as montras das lojas carregadinhas de roupa lindona:
     * coletes e casacos de peles (falsos)
     * casacos e cachecóis de lã grossa - cores vivas welcome
     * dourado e prateado
     * vestidos
     * leggings e collants de todas as cores
     * botas e sapatos com um ar muito confortável e impermeável...
     * sabrinas de todas as cores, preferencialmente pretas, douradas ou prateadas e especialmente as zebradas (sabem, as da made in? Essas mesmo)
- dinheiro para comprar estas coisas todas.
- música e videoclips.
- E dançar.

Coisas que me irritam

Aqui pespegadas de uma forma completamente aleatória:
- Fitinhas de cetim que agora vêm agarradas a todas as peças de roupa. Tenho duas hipóteses: 1ª finjo que não as vi e depois vão fazer peekaboo de cada vez que usar a roupa; 2ª corto-as e depois ponho-as em qualquer sítio durante uns dias a pensar "será que consigo usar isto para alguma coisa?". Nope. Não servem para nada.
- Papéis de publicidade incrustados no vidro do meu carro. Especialmente quando chove. Hoje. Ontem.
- Querer muito falar com uma pessoa e essa pessoa não atender o telefone. Toda a gente sabe que eu não sou a maior conversadora do mundo ao telefone, por isso, se eu ligo, já agora dá para atender?
- Ouvir o amolas a assobiar e não ter nada para amolar, nem nunca ter usado o serviço de nenhum porque: a) sempre ouvi dizer que são caros; b) toda a gente tem uma pedra de amolar em casa, certo? E mesmo assim ficar com pena do senhor porque anda à chuva de bicicleta e não me parece que tenha muito serviço.
- Ter coisas para levar ao sapateiro, a fazer baínhas, à lavandaria, ao electricista ou mesmo mandar vir um cá a casa - não vai acontecer.
- Ter coisas avariadas.
- Há uns anos atrás, irritava-me profundamente ter de me assoar em público e não compreendia como é que havia pessoas que tinham o seu próprio lençinho bordado, eventualmente com iniciais, que enfiava dentro do bolso depois de o encher de ranho. Agora, desde que tenho dois filhos esporadicamente ranhosos, perdi toda a vergonha. Claro que só utilizo lenços descartáveis - o que choca com a minha consciência ambiental, como é óbvio, mas é preferível ao caldo de vírus ambulante (no bolso).
- Estar à espera de coisas. Como agora. Estou à espera.

21/11/11

Como despachar quem está a mais?

Tenho andado a pensar em relações e desencontros e cheguei à conclusão que mesmo que às vezes achemos que alguém nos faz muita falta, as relações tóxicas dão-nos cabo da vida, da auto-estima e também da pele (ainda que nos esforçemos por a preservar bonita com cremes caros e poções mágicas, que eu, na realidade, não frequento).
Círculo vicioso?
Senão, vejamos: Por relações tóxicas, entendo:
1. as impossíveis - se são impossíveis, por definição, só vão dar cabo da cabeça e isso é muito século XIX para ainda se usar;
2. as muito difíceis - contrariamente ao que às vezes possa parecer, nem tudo tem que ser doloroso, e gostar de outra pessoa pode só ser um prazer;
3. as desequilibradas - aquelas em que um dá tudo e não recebe nada ou recebe muito pouco, por exemplo.
Acho que todos devemos assumir que somos os principais responsáveis pela preservação da nossa auto-estima e sanidade mental. 
Concluindo: isto é suposto ser divertido. O tempo que gastamos a sentirmo-nos infelizes não volta para nós.

Cheia de energia

Estou. Absolutamente. Cheia. De. Energia.

18/11/11

Lã para casacos de bebé

Suavemente, como a lã para fazer casacos de bebés, vamos abdicando de pedaçinhos pequeninos um do outro. Deixamos pequenas partículas de "nós" dissolverem-se com as ausências, outras com as presenças que ainda vamos tendo e que gastamos em silêncio. Quando estamos juntos, parecemos agora casacos largos nas costas dos velhotes. Já não encaixamos um no outro.
Mas houve uma altura em que a nossa conversa era essa lã macia dos casacos de bebés, em que as nossas mãos e os nossos braços se enleavam numa ginástica sincronizada sem que tivessemos de pensar nisso. Nos momentos em que pressentíamos a presença do outro no meio de uma multidão, no momento em que as luzes se acendiam todas só para nós.
Agora, a maior parte das luzes está apagada. E deixámos de ter a capacidade de acender luzes novas.
A música que ouvimos já não é a paz, já não são melodias alegres, já não são pequenos-almoços na cama ou piqueniques na praia. O tempo que tínhamos juntos acabou. E não volta mais.

O que é que eu posso fazer?

Não sei tratar de plantas. Têm todas a estranha tendência para a morte quando cá chegam.
No entanto, é uma espécie de tentação trazê-las para casa. Quando vejo lojas de plantas idealizo logo um jardim luxuriante na minha sala ou na cozinha, que vão ser, ao mesmo tempo, um prazer para a vista e um foco de grande curiosidade para as pessoas que cá vêm a casa e, por isso, de vez em quando, compro uma nova para substituir outra que tenha tido um caso de morte.
Acho que isso quer dizer que sou uma optimista, especialmente porque isso é o que me acontece com quase tudo.
Quando vejo uma roupa gira imagino sempre que vou usá-la da melhor maneira possível e, por norma, numa festa. Quando conheço alguém de novo, acho sempre que vai ser a melhor pessoa do mundo. Quando vejo tecidos à venda acho que se os comprar vou conseguir fazer os vestidos mais bonitos - já ficou claro que não vou. Quando vejo tintas ou pincéis também acho que vou pintar um quadro fantástico.
Mas não vou.
E, por isso, ver as minhas plantas moribundas é como uma facada no coração. É uma prova diária de que não consigo tratar de seres vivos que não falam. Isso faz-me pena.

17/11/11

Coisas estranhas

A H&M está cheia de gajas e gajos histéricos a comprarem coisas de susto da colecção Versace. Creepy.

Sou uma sortuda

Passeio num dos sítios de que mais gosto no mundo todo, sem agenda e sem nada para fazer. Não há melhor.

É assim, mamã?

"O Pai Natal está em crise, pois está mamã?", pergunta a miúda, esperançosamente agarrada ao catálogo dos brinquedos da Popota do Continente, que anda a riscanhar há três dias.
Quem é que te disse isso?
Pergunto, enquanto tenho um vertiginoso flashback mental de todos os momentos absolutamente deliciosos da minha infância que envolveram o Natal. Dos quatro histéricos enfiados no quarto enquanto a minha mãe batia panelas na cozinha e o meu pai passava com um saco carregado com presentes. De montar a árvores de Natal, de procurar os presentes escondidos no quarto dos meus pais ao mesmo tempo que acreditava na generosidade do Pai Natal e do menino Jesus.
Acho que as crianças deviam ser resguardadas destes problemas. Ponto final. Já basta as ansiedades normais, o medo do escuro, o medo dos fantasmas, a vergonha das meias rotas, o sono, o cansaço, os testes, aprender coisas, viver a vida, para terem de estar preocupados com coisas que não percebem e que não podem resolver.
Não te preocupes com isso, mesmo que o Pai Natal esteja em crise, alguma prendinha se há-de arranjar e o importante é estarmos todos juntos.

Obviamente

Obviamente, fiquei enjoada com as porcarias que misturei e acabei por não jantar. Fomos passear até Carcavelos e estava uma noite bonita. Bebi um chá, em vez da caipirinha que tinha idealizado. Passeámos de mão dada a conversar.

16/11/11

Planos

Estou a contar os minutos que faltam para poder ir para a borga. Não sei o que vamos fazer, mas, pelo menos, conversaremos. As últimas semanas têm sido cheias de desencontros e de horários esquisitos. O mais provável é hoje estares cansado. Os miúdos já estão de pijama e vão agora jantar (sopa + massa com ovo + fruta). Enquanto lhes fazia o jantar fui comendo alguns dos meus petiscos preferidos: chocolate de menta, batatas fritas e cornichons. Belo lanche.

15/11/11

Fia-te na virgin


Alguém já consumiu o novo mega ginásio que a Virgin Active abriu ao lado do Oeiras Parque e onde existe esta bela fonte? Eu fazia-me sócia do SPA... Acho que estou carregadinha de stress e outras coisas más que fazem mal ao corpo. Até quase que dá para ouvir o barulho da água a correr e ficar relaxada. E se calhar até se perde peso só de olhar para as fotos do site...

14/11/11

Havia necessidade...

... de umas olheiras tão monstruosas?

Sondagem remete enfeites para 1 de Dezembro

Cerca de 80% das pessoas inquiridas aqui mesmo não querem ainda ver enfeites de Natal por todo o lado. Os mais moderados querem a 1 de Dezembro - o que me parece justo e o dia em que eu votaria - os mais radicais - e presumo que raparigas apenas - ainda não querem arrumar o bikini. Os restantes cerca de 20% admitem que "tem dias". É uma resposta simpática para o inquérito de um blogue chamado vida a dias...
Vale o que vale, porque só dez responderam :) 

Meia noite...

Hora do crime e mistério... Conhecem todos esta história, certo? É para sussurar enfaticamente a crianças em sítios assustadores, tipo no pinhal, à noite, na praia, à noite, no parque de campismo, à noite, na casa assustadora dos avós, à noite. Se houver gemidos das madeiras e passinhos apressados de ratitos, ainda melhor.
A história continua, em sussuro:
Abre-se uma porta (barulho de porta a abrir)
pausa, para aumentar o suspense,
ouve-se um grito
breve pausa,
Ó Xico, traz cá o penico.
Esta história tem sido útil desde pequenina, quando quero aliviar situações assustadoras. Pode-se contar a crianças porque ficam aliviadas quando ouvem o final e descomprimem com umas boas gargalhadas (que são nervosas, é claro).
Pois ontem, à tal meia noite, hora do crime e mistério, estava eu sozinha em casa com os miúdos que dormiam desde as sete, tal foi a estoira do fim-de-semana, trovejava desde as seis e estava escuro como breu e eu não estava a fazer nada de especial. As madeiras não gemiam, o que até não é mau de todo, mas o vento e a chuva fustigavam as janelas da sala - que eu penso sempre qualquer dia hão-de voar com tanto vento.
Bem, meia noite, hora do crime e mistério,
as portas abanam (com o vento, ok?),
ouve-se um grito
pausa, para aumentar o suspense,
"O que é um fantasma?"
...
Acho que o meu coração deixou de bater durante cinco minutos, até verificar que estava tudo tranquilo e que os miúdos dormiam. Aquilo que me parecia o início de uma conversa, do estilo "olá, eu sou canalizador", "o que é um canalizador?", afinal era só uma pergunta filosófica e o rapaz voltou a dormir. Como se nada fosse. E eu fiquei-me pelos risinhos histéricos, encolhida no sofá.

11/11/11

A pilha

Tenho uma pilha assustadora de papelinhos à minha frente.
Estive a separá-los até tarde, por estilo - os completos, os incompletos, os vazios. São 251 ao todo. Tenho de os ler todinhos, catalogar, passar para a base de dados. Depois escolher os dez melhores. Quando a pilha estiver organizada, é só enviar dez presentes pelo correio e está feito. Mas, sinceramente, preferia ter uma pilha de notas.

09/11/11

A força da natureza

O White Salmon River em Washington, EUA, foi restituído ao seu curso normal a 28 de Outubro. Depois de cem anos de aprisionamento, demorou duas horas até equilibrar entre os dois lados da barreira. A força das águas é impressionante. A paisagem é linda.

08/11/11

Meia noite em Paris

Acho que nesta altura, já não é novidade para ninguém que o filme é muito bom. Por incapacidade de agenda, deixei-o para o fim.
Não só é Woody Allen dos pés à cabeça - que eu adoro sempre -, como é Paris - que eu adoro sempre, também. Acho mesmo que o filme é uma carta de amor a uma cidade inteira (ao género do que fazia antes com Manhattan). Mesmo com os barulhentos americanos que não a compreendem e que acham que na terra deles é que é.
Gostei acima de tudo da festa de casamento surrealista, com as paredes azuis esverdeadas e os animais embalsamados mais as borboletas, do Hemingway, com a sua barba incipiente e do Dalí, com os seus rinocerontes e as suas lágrimas. Adoro as festas, a música, as ruas, os cafés, os recantos todos.
Na realidade, só tenho pena que Paris não seja a uma hora e meia de Lisboa e que não possa ir lá mais vezes. Ou mesmo morar lá uns tempos.
Muito bom.

07/11/11

Românticos anónimos

Um filme francês, tão querido e doce como o chocolate que lhe dá corpo. Vi ontem nas Amoreiras, com um público divertido. Bonita fotografia e luz (ou será que isso é a mesma coisa?).

O sol nos pés

Esta noite, incorporei-te no meu sonho depois de teres chegado tarde e, hoje de manhã, enquanto tomava banho, fiquei arrepiada com a água fria a cair nos pés. O desconforto foi tão grande que nem a água a escaldar, quando virei a torneira para o lado vermelho, compensou. Já passaram duas horas, mas ainda sinto os pés frios, o que é das coisas mais desagradáveis de ter fria, porque tem o condão de arrefecer tudo o resto.
Quando sinto os pés frios, lembro-me instantaneamente do meu avô, com os pés ao sol enquanto me lia os seus livros mágicos ou escrevia os seus romances. Primeiro, escrito à mão em folhas fininhas e translúcidas, depois passado à máquina, que mais tarde passou a máquina de escrever eléctrica e que ainda vejo em cima da arca muito grande que está na sala lá de dentro. Apesar de não ir a casa dos meus avós há mais de cinco anos, talvez.
Vejo a máquina da mesma maneira que vejo nitidamente o meu avô a fazer a barba com os seus pijamas fofinhos de flanela, que vejo o menino Jesus pequenino sobre a cómoda do quarto e a minha avó a fazer arroz e sopa nas panelas de brincar ou com a caixa de costura aberta na camilha da sala, a passajar pacientemente meias com o ovo de madeira e o dedal de prata. A memória do cheiro da casa dos meus avós também persiste em mim, com o cheiro doce que têm as memórias de criança.
As casas sem gente são iguais a casas vazias de móveis, apesar de continuarem iguais ao que eram quando as pessoas sairam pela última vez. Não sei se a casa se apercebeu que não tem já gente, que o meu avô já não põe os pés ao sol, que a minha avó não organiza as suas receitas na mesa da cozinha laranja, guardadas na gaveta aos pés da letra da música da Nossa Senhora do Almortão. Ou, se calhar, a casa também está triste.

04/11/11

Deitar fora o secundário


No Sábado, enquanto esperávamos que voltasses, estive a acabar o secundário. E a faculdade também.
Numa manhã, em casa dos meus pais, enchi cinco sacos de lixo gigantes com dossiers e livros, estojos e outros despojos dessa altura.
Dossiers inteiros cheios de sebentas que já na faculdade não foram estimulantes - a hermenêutica, a lei da rádio, Habermas, Witgenstein, teoria da comunicação e outros temas esotéricos - foram todos para o lixo. Que alívio.
As coisas interessantes que se aprendem na faculdade - quase exclusivamente com os professores que têm vida fora dela - ficam dentro de nós. Passam a fazer parte do nosso discurso. Vamos buscá-las ao ficheiro da memória em que se arquivam quando são precisas. Os professores valem por aquilo que sabem, que vale por aquilo que fazem. Ponto final.

03/11/11

[Este ano]

[Eu sei que falta imeeeeeeeeeenso para o Natal e, não, senhores dos shoppings que já enfeitaram tudo com objectos natalícios, isso não aguça a minha vontade de comprar prendas de Natal, mas sim aumenta a minha indiferença face à óbvia extemporaneidade da iniciativa. Mas estes enfeites aqui são tão bonitos, que eu não resisto a partilhar. Bastam-me dois de cada.]

Fim-de-semana+feriado

Sábado à noite
Regressaste de Moçambique depois de uma semana inteirinha
Os miúdos estavam cheios de saudades
Eu também
Domingo de manhã
Enquanto esperamos pela miúda que foi à festa de dois amigos
Passeio por Sintra com o mais velho
Não há melhor
Segunda à tarde
A montar kits
À noite
A assustar crianças no pinhal, a brincar ao Halloween
Com uma máscara que não me deixa respirar
Terça
A brincar aos crescidos
Hoje
A brincar às crianças