27/12/11

O cagader (ou caganer)

Já sabia que o dia de Reis é que era o mais importante em Espanha, devido a várias idas a Madrid em anteriores férias de Natal, e que a véspera não era o delírio que é cá (e que eu adoro). Mas em Barcelona levam isso ao extremo. Nada de gente nas compras natalícias, nada de grandes enfeites, as montras não berram Natal como cá, as músicas de Natal não entram pelos ouvidos adentro onde quer que se vá. As luzes, nos escassos sítios onde as há, são discretas.
Assim sendo, o presépio é a parte fundamental do Natal e o Pai Natal (um nadita mais comercial que o menino Jesus) não tem grande destaque. O mais importante de tudo são os Reis Magos - são assim uma espécie de tios (muito) mais velhos, que trazem carradas de presentes para as crianças. Por isso, o ponto alto das festividades é a cavalgada dos Reis, que percorre a cidade para gaúdio da pequenada que de seguida recolhe a casa para facturar presentes.
E a especialidade que mais me divertiu nos inúmeros presépios espalhados pela cidade foi a presença de um senhor - el cagader - que está agachadinho num canto a fazer, precisamente, um cocó. A sua presença é justificada para dar sorte para as colheitas. Não resisti e trouxe um para o presépio da minha irmã.
El cagader num presépio lindo, todo feito em esferovite, que estava na praça da câmara municipal
Nas pastelarias, além do carvão feito de açúcar que é usado como aviso à navegação para as crianças em vez da nossa batata podre, vendem-se, nesta altura, os urinóis, que têm dentro, precisamente, um cocó. Não provei, obviamente.

Chegámos a Lisboa no dia 24 depois do almoço. Para mim, o Natal este ano foi mini.

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