31/03/09

Como um peão

Cruzo as ruas como um peão num tabuleiro de xadrez. Há dias em que qualquer movimento em falso pode levar-me em direcção a locais perigosos ou, continuando a analogia, a peças perigosas. Por isso, jogo. Ando na diagonal como as torres ou a direito como os peões. Acelero para ultrapassar algum conhecido mais melga ou abrando para evitar ter de ficar a fazer conversa de chacha com pessoas chatas. Finjo pressa, corro para fazer qualquer recado, fazer ou dar um almoço ou jantar.
Se, por outro lado, são pessoas de que gosto e por aqui há também muitas dessas, abrando ou acelero com o objectivo contrário, que é o de ficar à conversa. Pessoas estimulantes ou só semelhantes fazem-me perder os horários, esquecer o jantar, chegar tarde. Pessoas que já não vejo há muitos anos, tenho tanta curiosidade de saber o que fazem, mas tenho geralmente vergonha de perguntar. O que fazem? Quem são? O que é a vossa vida? Vivem sozinhas ou têm vidas animadas, têm filhos, o que fazem? Sou tão cusca interiormente e, ao mesmo tempo, tão contida nas conversas. Como jogadora de xadrez não sou muito boa a fazer bluff.

5 comentários:

Claudia disse...

Espero nao ser das pessoas chatas!!! Mas por vezes sei que sou um bocadinho. O desespero para conviver e arranjar desculpas e conversas para não vir apra casa trabalhar é imenso!!!!

Mas também eu sou uma cusca de primeira!! Adoro cuscar (sem malícia na maior parte das vezes).

Portanto deste post escolho ser uma das pessoas estimulantes sem conversa da chacha!!!!

Bjinhos e diverte-te!!!

anniehall disse...

Eu gosto de conversar , tanto que por vezes até ouço as tais chatas :) pouco tempo ,mas ouço .
Depois quando estou com as outras , as que valem todos os segundos sabe melhor . Só não gosto mesmo é das que se lamentam e respondem:- "vai-se indo que remédio"....não suporto mesmo as fatalistas .

Joaninha disse...

Tudo tranquilo, não és das chatas Claúdia. Muitas vezes também converso com as pessoas chatas, o meu espírito cristão entra em acção e penso que estou a fazer uma simpatia a alguém que precisa... Também não tenho paciência para as que se lamentam muito. Cá por mim tento ir sempre com um sorriso, mesmo que me doam as "cruzes" (que não doem e que se doerem não digo a ninguém).

Daniela disse...

e eu, sou chata?? ehehehe...

Joaninha disse...

Tu também és das boas, já disse, como jogadora de xadrez não sou muito boa a fazer bluff. Gosto sempre de te encontrar :)