Um passeio não é uma viagem, no entanto, se nos esforçarmos, podemos fazer de qualquer trajecto uma viagem fantástica. No caminho para a escola, em pleno Monsanto onde só há mulheres da má vida e os eventuais acompanhantes que as cobiçem, um homem pequenino anda com um ar decidido.
Cruzamo-nos enquanto desço a Serafina, o pequeno homem de verde, que se confunde com a folhagem das árvores luxuriantes da Primavera, e eu no meu carro cinzento, que se confunde com o pó e com os anos que tem. "É patine" dizem os entendidos.
O que fará este homem e porque está a andar por Monsanto, sem destino óbvio uma vez que está longe de tudo? Se calhar é um daqueles pequenos duendes das florestas que surgem ao princípio da noite, só que está enganado com o novo horário solar...
De repente, Nirvana no rádio e tenho 14 anos outra vez, 14 anos em que somos todos os melhores amigos, apesar de hoje já não me lembrar do nome de muitos e não saber donde os conheço. 14 anos em que as conversas sobre nada duram dias e noites, em que as coisas verdadeiramente importantes são os amigos, as saídas, as roupas, os namoricos. Adoro Nirvana.
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