Todos os dias, procuras no espelho
os olhos que já não estão lá.
Ou, quer dizer, ainda estão,
mas são tão diferentes,
que já nem são bem os mesmos.
O breve tempo em que os teus olhos
eram aquilo que tu te lembras de serem,
perdeu-se. Foi-se.
E o que tens agora são uns olhos
que espreitam do espelho meio surpreendidos
E que te perguntam:
Ouve lá, este velhote, quem é?
27/09/12
24/09/12
A A2
Esqueci-me de partilhar esta fotografia quase coreografia de uma intervenção na A2. Íamos a caminho do Algarve e acho que não me lembrei de partilhar. É bonita, não é?
23/09/12
Lá se vai um redutor de caudal
Workshop sobre poupança:
ah e tal, isto é um redutor de caudal para torneiras, serve para poupar 11 litros de água por minuto, isto é uma extensão com botão de desligar, isto é fita isolante, para calafetar portas e janelas, blá blá blá. Mais ou menos quatro euros por peça, dá para poupar muito dinheiro em água ou eletricidade.
No fim, ao arrumar o equipamento todo, faltou o redutor de caudal. Foi-se.
ah e tal, isto é um redutor de caudal para torneiras, serve para poupar 11 litros de água por minuto, isto é uma extensão com botão de desligar, isto é fita isolante, para calafetar portas e janelas, blá blá blá. Mais ou menos quatro euros por peça, dá para poupar muito dinheiro em água ou eletricidade.
No fim, ao arrumar o equipamento todo, faltou o redutor de caudal. Foi-se.
21/09/12
O sono da Bela Adormecida
Às vezes sinto que preciso disto. De dormir e acordar com tudo feito, tudo arranjado, tudo arrumadinho. Tanto que às vezes até sonho com isso.
19/09/12
De 7 em 7
Tenho um amigo que diz que de sete em sete anos mudamos.
Ele fala com ar de quem percebe do que diz.
Ele deve perceber o que diz,
Porque já fez tantas vezes sete anos,
Que já sabe mais do que multiplicar sete por cinco,
Que acho até que já sabe multiplicar sete por seis,
Acho que é isso. Não sei ao certo.
Ele deve saber,
Porque ele fica a saber muitas coisas só de olhar para os sapatos das pessoas.
Não sei até aqui como fiz de sete em sete,
Mas este ano, 35,
Sete vezes cinco,
Está a mudar muita coisa.
Às vezes, apetece-me pedir para pararem o carrossel,
Que dá tantas voltas,
Que eu se calhar quero descer.
Ele fala com ar de quem percebe do que diz.
Ele deve perceber o que diz,
Porque já fez tantas vezes sete anos,
Que já sabe mais do que multiplicar sete por cinco,
Que acho até que já sabe multiplicar sete por seis,
Acho que é isso. Não sei ao certo.
Ele deve saber,
Porque ele fica a saber muitas coisas só de olhar para os sapatos das pessoas.
Não sei até aqui como fiz de sete em sete,
Mas este ano, 35,
Sete vezes cinco,
Está a mudar muita coisa.
Às vezes, apetece-me pedir para pararem o carrossel,
Que dá tantas voltas,
Que eu se calhar quero descer.
Vamos ser amigos?
...
- Então, em que dia fazes anos?
- 23 de Junho.
- E de que ano?
- 81.
- Não vai dar para sermos amigos. Desculpa. Eu sou de 12 de Agosto de 1979.
- Então, em que dia fazes anos?
- 23 de Junho.
- E de que ano?
- 81.
- Não vai dar para sermos amigos. Desculpa. Eu sou de 12 de Agosto de 1979.
18/09/12
Agora que o facebook está em baixo precisava de ir lá...
... queixar-me de que o facebook está em baixo e recolher a piedade dos meus amigos...
Porque é que eu gostava de trabalhar no Google
Porque as pesquisas que o mundo inteiro faz hão-de chegar a qualquer sítio tipo "o sítio mais maluco das perguntas mais disparatadas do mundo" ao qual podemos aceder quando quisermos passar um bom momento e que deve estar cheio de coisas como "como fazer um bocadinho de ovos moles?", que foi uma pesquisa que trouxe aqui uma alminha hoje. É fofinho. E específico.
17/09/12
16/09/12
O amor está no ar
Gosto de símbolos bonitos. Gosto de manifestações que não sejam destruição. Estes dois, estranhamente separados pelo equipamento da polícia de choque, até ficam bem engraçados juntos. Free hugs, anyone?
Seguro, mas ao lado, na entrevista ao Público
A fotografia de António José Seguro na entrevista que hoje sai no Público confronta com a mensagem que tenta passar. Com a crítica à austeridade que faz vocalmente.
Se a mensagem é editorial, Seguro aparece sozinho num palácio. É anos-luz diferente do que ouvimos na rua. Pessoas sem dinheiro para comer. Desempregados de longa duração.
É ingénuo pensar que as imagens não valem. Valem mais do que mil palavras, não é?
Lembro-me de, em tempos, ter entrevistado um colega seu de partido, seguramente com muito mais noção da imagem, que pediu ao fotógrafo para não disparar quando estava a fumar.
Para conseguir coerência, devia ter pedido que o fotografassem na rua. Isso tinha gostado de ver.
Se a mensagem é editorial, Seguro aparece sozinho num palácio. É anos-luz diferente do que ouvimos na rua. Pessoas sem dinheiro para comer. Desempregados de longa duração.
É ingénuo pensar que as imagens não valem. Valem mais do que mil palavras, não é?
Lembro-me de, em tempos, ter entrevistado um colega seu de partido, seguramente com muito mais noção da imagem, que pediu ao fotógrafo para não disparar quando estava a fumar.
Para conseguir coerência, devia ter pedido que o fotografassem na rua. Isso tinha gostado de ver.
15/09/12
14/09/12
Cenas do analytics
Já confessei que o analytics me confunde. Todos os dias tenho aí uns quantos visitantes, a maior parte silenciosos, o que eu até compreendo, porque, já o disse, o site não é muito interactivo. Agora, de há uns dias para cá, tenho montes de gente que vem de um vídeo publicitário que está no youtube. Aposto que são pessoas que têm montes de interesse em ler sobre as porcarias de que me queixo ou exalto, mas, na verdade, o mais provável é nem serem pessoas, mas sim robots e coisas assim maradas. Blagh.
13/09/12
Ai, ai (ou um desabafo)
A fisioterapia hoje foi do mais agressivo que já tenho visto. Estive a animar a terapeuta quanto ao futuro, que ela prevê que continue a ser meio difícil.
10/09/12
Isto não é nada original
Entregámos hoje os miúdos para o primeiro dia de escola. Ficaram sem dramas, contentes de rever os colegas e conhecer os novos. O mais velho, terceiro ano... A mais nova, primeiro... God!
Rebelei-me: este ano não forrei os livros, limitando-me a escrever os nomes deles com caneta de acetato. No final do ano não darão para mais ninguém, são livros de utilização intensiva, para escrever e fazer contas. Forrá-los é uma actividade de desgaste intensivo para as minhas costas e dispenso isso.
Por falar em costas, ainda não percebi muito bem como será o ano em matéria de compras, daquelas mais ou menos diárias, tipo fruta e legumes. Tenho de arranjar um esquema para me safar.
Hoje também acabam as minhas férias e, acho que pela primeira vez na vida, não tivemos férias a sério. Teremos de compensar.
Rebelei-me: este ano não forrei os livros, limitando-me a escrever os nomes deles com caneta de acetato. No final do ano não darão para mais ninguém, são livros de utilização intensiva, para escrever e fazer contas. Forrá-los é uma actividade de desgaste intensivo para as minhas costas e dispenso isso.
Por falar em costas, ainda não percebi muito bem como será o ano em matéria de compras, daquelas mais ou menos diárias, tipo fruta e legumes. Tenho de arranjar um esquema para me safar.
Hoje também acabam as minhas férias e, acho que pela primeira vez na vida, não tivemos férias a sério. Teremos de compensar.
09/09/12
Estou sem palavras
Acabei de regressar de um mês inteiro a tratar de papelada para os meus pais, por causa de uma herança do meu tio-avô.
Antes de ir, pediste-me um tempo para pensar. Tinhamos combinado umas férias juntos, desmarcámo-las, foi cada um para seu lado. Encolhi os ombros, lembrei-me da expressão do velho António "as mulheres às vezes precisam de espaço" e fiquei à espera. Quase todos os dias tive de resistir à vontade de te ligar, para não te abafar. Enviei-te uns sms meio neutros, para não te pressionar.
Agora, chego a casa, ligo o computador e abro o facebook, para ver o que os amigos andaram a fazer nas férias. E o que vejo são fotografias tuas, a divertires-te como se fosses uma adolescente, com pessoas que não conheço, que me magoam a sério, que são inexplicáveis por completo, que me arrumam num canto. Num impulso, risco-te da minha lista de amigos no facebook. Acho que nunca mais te quero ver.
Antes de ir, pediste-me um tempo para pensar. Tinhamos combinado umas férias juntos, desmarcámo-las, foi cada um para seu lado. Encolhi os ombros, lembrei-me da expressão do velho António "as mulheres às vezes precisam de espaço" e fiquei à espera. Quase todos os dias tive de resistir à vontade de te ligar, para não te abafar. Enviei-te uns sms meio neutros, para não te pressionar.
Agora, chego a casa, ligo o computador e abro o facebook, para ver o que os amigos andaram a fazer nas férias. E o que vejo são fotografias tuas, a divertires-te como se fosses uma adolescente, com pessoas que não conheço, que me magoam a sério, que são inexplicáveis por completo, que me arrumam num canto. Num impulso, risco-te da minha lista de amigos no facebook. Acho que nunca mais te quero ver.
07/09/12
A estratégia para Agosto
Este mês vou pôr todos os dias uma fotografia minha no facebook. Na praia, com amigos, sozinha, pensativa, na discoteca, rodeada de gente muito divertida, na piscina, com um micro-bikini, bebericando mojitos sob um chapéu de palha e óculos de sol enormes. Vou fazer tags dos meus amigos todos, incluindo dos suecos que conheci na discoteca e com quem só troquei os perfis e que ficaram mesmo bem nas fotografias de baixo para cima que tirámos. Vou fazer posts sugestivos - sobre o calor, sobre o que me apetece comer, sobre roupa que vou estrear.
Antes do mês chegar ao fim vais voltar para mim.
Antes do mês chegar ao fim vais voltar para mim.
Mental note otites
Após o diagnóstico de uma otite interna, perguntar SEMPRE:
De certeza que não é externa?
De certeza que não é externa?
04/09/12
Picture perfect
O final de tarde deu ontem para fotografias com uma luz perfeita, que um grupo de Malta se apressou a registar em milhões de fotos pirosas para o facebook, tiradas dois a dois, com muito coração à mistura. Eu captei miúdas a brincar e os mais crescidos a surfar.
(À noite, atacou uma otite no mais crescido, que tem andado na máquina de lavar...)
(À noite, atacou uma otite no mais crescido, que tem andado na máquina de lavar...)
É hoje que vou mudar
Decidi, mal acordei, que hoje era o dia para mudar a minha vida.
Acordei, dez minutos mais tarde, e não dobrei a camisa de noite. Não arrumei as pantufas no roupeiro. Não comi duas torradas nem alinhei as toalhas na casa de banho. Saí de casa sem levar guarda-chuva, deixei a carteira na cadeira da sala.
Hoje, quando chegares a casa, vais encontrar uma pessoa diferente. Vou dizer-te, sem tirar nem pôr, que quero que me arrebates todos os dias como fizeste ontem. Assim, como se eu fosse a única mulher do mundo.
Acordei, dez minutos mais tarde, e não dobrei a camisa de noite. Não arrumei as pantufas no roupeiro. Não comi duas torradas nem alinhei as toalhas na casa de banho. Saí de casa sem levar guarda-chuva, deixei a carteira na cadeira da sala.
Hoje, quando chegares a casa, vais encontrar uma pessoa diferente. Vou dizer-te, sem tirar nem pôr, que quero que me arrebates todos os dias como fizeste ontem. Assim, como se eu fosse a única mulher do mundo.
02/09/12
Já vai atrasado, eu sei
Acabei hoje o primeiro volume da trilogia Milénio. Gostei. Vou passar ao segundo, assim que vier de Lisboa (o livro).
Como é mesmo o nome dos peixes?
O tema dos garra-rufas, que limpam calosidades dos pés mergulhados em aquários, tem feito parte de várias conversas este Verão. O artigo da Saber Viver, em que a jornalista (corajosamente) se colocou à mercê dos animaizinhos, foi o despoletador de memórias antigas. Há muitos anos, vi um documentário na televisão, que me marcou (por isso me lembro dele), sobre os bichinhos. Era um spa na Turquia, se não me engano, e os peixinhos eram usados para pedicures e também para tratar a pele de pessoas com psoríase. Mas, na altura, não fixei o nome deles. Agora há cá. A minha filha acha que são os agarra-bufas. Que é um nome que faz muito mais sentido.
01/09/12
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