07/12/10

Que bela conjugação

A história e as tradições sempre me maravilharam. Sempre adorei entrar em ambientes antigos que se modernizaram, que fazem parte dos dias de hoje, sem terem perdido a sua alma. No mesmo estilo, fazem-me pena os sítios que, tendo sido glamorosos, perderam a sua modernidade, deixaram passar o comboio e apresentam-se assim, meio perdidos, como a casa de uma tia velhota onde nos entristece ir por ter perdido o glamour que lhe atribuíramos na infância.
A pastelaria Aloma, em Campo de Ourique, onde pequeno-almoçei hoje com a minha mãe e a minha irmã, é um desses sítios que soube conjugar o passado com o presente. É antiga, de 1943, mas está cool, mantém o mosaico hidráulico no chão, mantém os armários antigos na parede, mas há ali uma aura de modernidade que gostei de ver. Até a miúda do balcão é hip.
Não sei qual é a história deles, nem se o senhor que está ao balcão é o dono original, nem se foi o (eventual) neto, que está ao seu lado, que o levou a estas alterações, mas já consegui pensar nisso um bocado e inventar um romance...
Aliado à boa onda do espaço, os bolos são uma delícia. Provámos o bolo-Rei e um palmier, delicioso e a parecer caseiro - não há melhor.


(A fotografia é daqui)

1 comentário:

womanfitbairroazul disse...

Sinto-me bastante lisonjeado com o seu comentário, mas para explicar um bocadinho que seja da história da Pastelaria Aloma, demoraria muito tempo, porque 67 anos não se resumem a tão breve texto.
De qualquer modo, abreviando, passo a explicar o possivél.
O Sr.º que está ao balcão, trabalha na Pastelaria quase á 40 anos, enquanto que o nosso pasteleiro principal já ultrapassou os 40 anos de casa. Já agora, sim, tudo o que vê no nosso balcão é feito na nossa fábrica, que fica atrás do balcão.
O rapaz que estava junto ao senhor mais velho, é o novo gerente.
Tenho pena que não tenha provado um Pastel de Nata, porque são considerados dos dez melhores do País, tal como pode constactar por informações na internet.
Para ver uma fotografia do dia da inauguração, pode ler no livro "Lisboa Desaparecida" Volume VII, e aí sim, constacta que arquitetonicamente, muito pouco mudou.
Fico bastante satisfeito com o seu comentário, por reparar que o que se fez foi reconhecido por alguém, que tal como posso presumir não é cliente abitual, mas gostou do que comeu e do que viu.
Muito obrigado pelo seu comentário.