01/04/13

Pensar no défice de atenção

Não percebo nada disto, mas 11 por cento das crianças norte-americanas em idade escolar têm diagnóstico de défice de atenção (ADHD), diz o Center for Disease Control (CDC), citado pelo New York Times. Dito assim pode parecer só uma percentagem, mas serão cerca de 6,4 milhões de crianças entre os 4 e os 17 anos a serem diagnosticadas e tratadas com medicamentos para Attention Deficit Hyperactivity Disorder (ADHD). 
São 16 por cento mais do que em 2007. 53 por cento mais do que há dez anos. A taxa histórica para a doença (ADHD) é de 3 a 7 por cento das crianças.
Muitas destas crianças, dizem médicos citados pelo jornal, tomam os medicamentos (que podem provocar vício, ansiedade e, ocasionalmente, psicose) apenas para melhorar o comportamento ou para terem melhores resultados na escola. Outras trocam ou vendem os comprimidos aos amigos, em muitas escolas de over achievers a toma é bem aceite - o jornal cita um estudo que diz que 30 por cento dos comprimidos acabam por ser tomados por terceiros. A publicidade da indústria farmacêutica tem jogado com a ansiedade que os pais têm face ao sucesso dos filhos, tanto social como nos estudos.
"Há uma tremenda pressão para, em casos em que o comportamento da criança é considerado "anormal" - isto é, se não estão sentados quietos à secretária -, que seja uma patologia, em vez de infância.", diz Jerome Groopman, professor de medicina na Universidade de Harvard.
Ned Hallowell, defensor durante anos da segurança de um dos medicamentos comummente usados para o défice de atenção - que terá dito "é tão seguro como tomar uma aspirina" -, mudou a sua posição face às mais recentes conclusões.
Dá que pensar.

2 comentários:

apessoa disse...

Antigamente o numero de crianças com défice de concentração era muito inferior e a responsabilidade disso era atribuída ao professor que não permitia distracções, hoje o ensino está diferente, os miúdos tentam, os professores permitem e depois os números são estes... Quem paga são claro, sempre os miúdos

Maria disse...

Aos casos que eu conheço de PHDA coincide com muita frequência a falta de rotinas e estrutura familiar. Falta de sono (não têm horários), péssima alimentação, dias a fio a jogar PlayStation e a ver tv, etc, etc. infelizmente, os médicos não querem saber muito da área familiar e acabam por diagnosticar e passar os medicamentos facilmente.

Ainda há uns dias saiu um estudo que liga o excesso de estímulos da tv ao défice de atenção.