Há dois dias consegui, pela primeira vez num mês de férias com os miúdos, estar 15 minutinhos deitada na minha toalha azul. Deitei-me e fechei os olhos como gosto de fazer desde sempre. O fechar de olhos que permite aguçar os sentidos, que faz com que sinta melhor o que está à volta. Gosto do cheiro do mar, gosto do cheiro da areia, gosto dos barulhos da praia, do ronronar das ondas, dos gritos das crianças, dos pregões dos vendedores de bolas de berlim e gelados...
Todos os dias penso que me apetece comer uma bola de berlim com creme, mas não como. Comer bolos na praia não é grande ideia.
Ouço tudo. Gosto da proximidade da areia, do contacto com a leve ondulação da areia sob a toalha. Do toque da toalha, super macia. Abro os olhos, repostos que estão todos os sentidos. Acima o ceú, lindo, de Verão, com umas leves nuvens. Mas ao fim de um bocado, não sou eu que olho para cima para o ceú, estando afinal debruçada de cima a olhar para as nuvens que estão lá em baixo, no fim da imensidão de azul. Gosto de sentir e de provocar estas mudanças de ponto de vista. São fundamentais para aceitar coisas diferentes.
Os 15 minutos passaram a correr, como passa sempre o tempo em paz. E voltou a agitação, vamos jogar à bola, vamos fazer surf, vamos vestir o fato, vamos tirar o fato, embrulha-me na toalha, quero tirar o fato de banho, vamos tomar banho, tenho fome, tenho sede, quero fazer xixi, não quero ir embora, não quero ficar. Cinco cabeças com ideias tontas.
Sem comentários:
Enviar um comentário