29/11/10

Mitos que desfiz em Londres

A semana passada fomos a Londres. Faz de conta que fomos comemorar 17 anos de namoro, que é já daqui a cinco dias. Os miúdos ficaram com os meus pais e ficaram óptimos.
Nós tivemos uns dias fantásticos a correr de um lado para o outro, consegui repousar as vistas em tantas coisas bonitas, originais ou só giras, que me vai dar por mais uns meses. Museus, desculpe papá, sei que não foi assim que aprendi, só visitámos um, o Museu da Ciência e mais nenhum. É um museu daqueles onde nos perdemos a fazer todas as experiências disponíveis e a aprender coisas giras. Também tivemos pouco tempo, só três dias bem espremidos.
Compras, nem por isso. Umas roupas para os miúdos, pouca coisa, uns collants e uma mala para mim e uns sapatos para o artista. Depois, livros, lindos, muitos e pesados. Tivemos de comprar uma mala de viagem grande, que já andávamos a namorar há uns tempos.
E macarrons. Comemos os que pudemos.
Mitos, desfiz dois.

Mito nº 1. O Sol quando nasce é para todos
É mentira. O sol em Londres não aquece nada e ponto final. É igual andar pelas ruas com ou sem sol, sendo que quando está sol é mais frustrante porque andamos pelos passeios à procura dele e nada. É igual a nada. O vento, esse, ganha facil e rapidamente uma intimidade extrema connosco, entrando por todas as pequenas brechas das protecções contra o frio. Gelo.

Mito nº 2. O Jamie Oliver é genial
Ao almoço, lá conseguimos comer sem reserva no enorme Jamie Italian, perto de Covent Garden. E que decepção!
Amo incondicionalmente o Jamie Oliver desde que o vi pela primeira vez, mesmo com a sua ligeira boçalidade e com os seus tiques. Tenho todos os livros que consigo dele - o que não quer dizer todos -, e estão bem usados. Também compro a revista dele quando a vejo à venda, mesmo sabendo que é um bocado bullshit. Isto porque as features são um bocado decepcionantes - especialmente quando fizeram uma sobre Portugal - lugares comuns atrás de lugares comuns. Mas perdoa-se, porque as receitas são boas.
Já o restaurante foi mau do princípio ao fim. Não o sítio, que me pareceu relaxado, mas sim a música, alta de mais, e, pior que tudo, a comida - é que não tinha piadinha nenhuma. Não tinha aquele génio que encontro em todas as receitas dele. E já experimentei muitas. E todas boas.
Ao almoço, comi cogumelos no forno, que estavam a nadar em azeite, ligeiramente rançoso, ainda por cima, nada o good quality olive oil, que o Jamie tanto alardeia. Depois fui enganada com um burger italiano - que treta. O homem que frisa a necessidade de não overcook as coisas, oferece-me um hamburger sem piada nenhuma que, ainda por cima, parecia sola de sapato. As batatas posh não tinham também piada nenhuma.
Conclusão: as brand extensions podem ser espectaculares para encher os bolsos e chegar a mais clientes satisfeitos, mas se há falhas na qualidade esperada, quem sofre é a brand propriamente dita. Eu, devo confessar, saí de lá muito triste.

1 comentário:

Sónia disse...

...uau...os relatos de Londres!...
gosto da atmosfera "gris"...e do vento....
menos "Oliver The Brand"...(too much brand = too much lake of quality...) :(