31/07/12

Escócia dia 2

Caso não dê para perceber na foto anterior, a nossa casa é um castelo.

A sério. É o Kinnaird Castle na zona de Angus, em Brechin, onde moram os condes de Southesk. No nosso apartamento, que fica dentro do castelo, mas é autonómo, temos uma sala de estar que incorpora duas torres, uma sala de jantar que dá para 14 pessoas sentadas, dois quartos de casal, dois quartos duplos, um quarto individual, uma sala de estar/tv com mais uma cama, uma cozinha, quatro casas de banho e - pormenor creepy - um corredor gigante.
Pensamos que a zona onde estamos seria a das criadas da condessa, o que faz sentido se virmos este painel de chamada. Very Downton Abbey.

O castelo pertence à mesma família há mais de 600 anos e tem terrenos com mais de 1.300 acres, que são cerca de 526 hectares (o hectare anda pelos 10 mil metros quadrados, mais ou menos um campo de futebol, por isso, temos para cima de 5,2 milhões de metros quadrados ou 526 campos de futebol colados uns aos outros para passear...) Isto para quem está habituado a uma casa com 150 metros quadrados é muito por onde esticar as pernas. Os adjectivos são todos poucos - é um castelo, não é preciso quantificar muito mais, mas acho que é uma boa altura para usar a palavra brutal!

Nesta zona, há muitos castelos para visitar e hoje fomos visitar o castelo de Glamis (diz-se Glams), que é a casa onde vivia a rainha mãe.
 

Aprendemos imensas coisas na visita, com uma guia de voz suave e muito interessante. Contou-nos histórias dos fantasmas do castelo, com que sonhei durante a noite e nos momentos antes de adormecer das noites seguintes... Disse-nos que a princesa Margarida foi o primeiro bebé da realeza a nascer na Escócia em 300 anos. Houve fogo de artifício a noite toda.

Vimos uma pintura muito rara de Jesus com um chapéu posto, uma imagem que nunca tinha visto, numa capela onde dizem que há um fantasma. Uma donzela que foi mandada matar pelo rei e que se senta a rezar na capela, não por vingança, mas pela paz. Um rapaz, pagem, que terá morrido congelado e que se diz que prega rasteiras a quem entra na sala onde morreu. Depois descobri que em quase todos os castelos há, pelo menos, um fantasma. Deve ser uma espécie de tradição escocesa, que advém do facto de terem todos passado o tempo a matarem-se uns aos outros de formas horríveis. O nosso também tem fantasmas, mas só vou ler sobre isso quando já estiver em Edimburgo.

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