Quem são as pessoas, certamente muito estranhas e descompensadas, que dobram as bulas dos medicamentos? Encontro uma certa lógica artística nas dobras equivalentes dos mapas de estrada, a cair em acelerado desuso devido aos gps que por aí pululam - terão sido a prenda mais oferecida neste Natal, como os telemóveis o foram há uns oito ou nove anos? Também ganhámos um cá em casa, que nos leva a sair de auto-estradas na saída anterior e fazer rotundas para voltar a entrar na auto-estrada. Acho que vai levar um v de volta.
Mas as bulas não fazem mesmo sentido. São dobradas em mil dobrinhas que nunca mais vamos conseguir reproduzir e acabamos por atabalhoadamente enfiar o papel, agora com três vezes o seu tamanho original, na caixa do medicamento. Deixamos de conseguir fechar a caixa e de conseguir pôr os medicamentos lá dentro. Pensem melhor no assunto, ok?
Bom, mas eu gosto mesmo de mapas, apesar de haver quem diga o contrário. Gosto de me deixar guiar pelas linhas de várias cores e feitios até sítios giros. E gosto de um certo método no final, dobrar o mapa todo muito bem, para caber outra vez no porta-luvas.
Eu, quando vejo um quadro torto numa parede, sinto uma compulsão para o ir endireitar, penso rapidamente quem o terá entortado, se a senhora das limpezas, se o dono da casa, se alguém achando que estava a endireitar o quadro. Isto passa-se em fracções de segundos, não é para ficar preocupado.
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