22/06/11

A bola

Correm, cansam-se, correm mais um pouco, zangam-se, fazem as pazes, caem, levantam-se, caem outra vez, gritam palavras de ordem. "Aqui, estou sozinho. Chuta. Golo"
Os rapazes unificam-se em torno de uma bola com uma facilidade que sempre me surpreende. Amigos para sempre.
E o nome? Como se chama o teu amigo? Pergunto.
"Não sei", encolhe os ombros, enquanto volta apressado para o jogo. E no fim revemos juntos as melhores jogadas, eu a pensar o que há-de ser o jantar, o que vou fazer à noite quando estiverem a dormir, ele a sonhar com os passes, as fintas, os golos, a bola.
"Viste o golo que eu marquei?" Vi, claro, as mães vêm tudo.
Se há miúdas, elas tentam agarrar a bola com as mãos, eles exasperam. São os genes, mais uma vez. Eu não, eu gosto de chutar a bola, gosto de correr atrás dela, gosto de jogar com ele à bola. Não tenho pachorra é para regras. "Agora é à parede, agora eu sou primeiro e depois tu..."

Ontem fizemos um mega piquenique para comemorar a chegada do Verão. Dez putos a correr no jardim. Tivemos direito a formigas e tudo. Foi muito divertido.

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