Bem sei que toda a gente diz o mesmo, mas ter tido filhos foi uma viragem enorme na minha vida. Primeiro porque passei a trabalhar em casa. Mas isso foi o menos radical.
Acho que comecei a sentir as dores das outras mães todas no mundo. Comecei a ver o mundo pelos olhos das mães. Também comecei a ter nostalgia da minha infância - perfeita, simples, descomplicada, compincha, divertida, acompanhada por uma família perfeita, simples, descomplicada, compincha e divertida - ao ver as pequenas conquistas e as experiências dos meus filhos. Todos os dias.
Ter férias na praia, o primeiro banho consciente de mar, brincar com os amigos, fazer amigos novinhos em folha com a maior das facilidades (como é que se fazem amigos hoje em dia?), ter avós muito amigos por perto, disponíveis e não só nas fotografias, andar nu o dia todo, querer gelados e bolos a todas as horas e comê-los, não ter de pensar no regresso a casa, em arrendar casa para as férias, em tirar as fotografias e organizá-las por álbuns. Há coisa mais perfeita do que esta liberdade infantil? Adoro ver os meus filhos a fazer isto tudo. Tenho pena de não poder fazer isto como eles. Daí a nostalgia.
Quando eles nasceram comecei também a fazer coisas estranhas. Descascar fruta - eu, sempre preguiçosa de comer fruta para não ter de a descascar, logo, banana fruta preferida. Acordar às 3h da manhã para dar um copo de água ao mais velho - "e eu? e eu?" a mais pequena meia hora mais tarde. Acordar à hora que eles quiserem de manhã, quando o que eu quero mesmo é dormir até às 9h. Organizar a minha vida pelos horários deles - esta confesso que não me custa nada, gosto que tenham ritmos deles e de ter a família organizada.
Estas férias estão a ser muito boas para eles. Adoro isso.
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