25/08/08

Sonhos

Também eu. É impossível não ficar pelo menos levemente sensibilizado pela last lecture do Randy Pausch. Simplesmente porque apela aos melhores sentimentos que temos. É tudo sobre a vida, tudo sobre a infância e tudo sobre continuar a viver a infância à medida que crescemos. Sobre manter um entusiasmo em relação a tudo na vida.

Resisti durante muito tempo a ouvir a sua conversa, mesmo depois do NYTimes ma ter recomendado explicitamente. Resisti e resisti, porque o cancro e a morte iminente são assuntos que procuro esquecer - sem o conseguir, nunca. Mas depois, como sucede nas ondas do mar onde adoro andar, deixei de resistir, encostei-me para trás e vi e ouvi com muita atenção o que Randy Pausch tinha para me dizer. Com pena, como um bom livro que não queremos largar, tive de interromper esta conversa de mais de uma hora e, no seu fim, desligar.

Nunca fui, nem sou ainda, de grandes objectivos. Contento-me geralmente com o que tenho. Como é que pude esquecer-me que entre os meus sonhos de miúda se contava um piano? Mas sei que quero, ainda que não necessariamente por esta ordem:

- uma casa grande com jardim, se puder ter tectos altos fica perfeito;
- um piano vertical;
- filhos (tenho dois);
- uma vida feliz - pode parecer vago, mas acho que não posso ser muito específica, não deixar a felicidade encaixar dentro de tabelas muito rigorosas;
- a minha família toda por perto, saudável e feliz também - já falta uma parte, como lidar com isso?
- muito dinheiro - também não é preciso especificar muito.

Quem me conhece também sabe que não sou de grandes entusiasmos, mesmo que esteja a rebentar de excitação por dentro. É uma espécie de protecção, acho. A morte do meu irmão tornou-me pouco susceptível a excitações, uma vez confirmado que nada havia a fazer. Acho que foi aí que esse instinto nasceu.

Adorei a última aula.

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