20/02/10

Porque eu gosto de ti

Hoje celebramos dez anos de casados.

Foi no dia 19 de Fevereiro de 2000, em Seteais. Estava Sol apesar de nos dias antes e nos depois ter chovido muito, acho - era Fevereiro. Estava tão contente que não me lembro de quase nada do que aconteceu nesse dia. Lembro-me do meu irmão mais novo a chorar antes de sairmos de casa. Lembro-me vagamente da viagem no carro dos meus pais. Lembro-me de mais ninguém ter chorado. Lembro-me do Sol. Lembro-me do conservador se ter atrasado 40 minutos.

Lembro-me basicamente do que vejo nas fotografias no álbum cor-de-rosa que de vez em quando tiro da estante para mostrar aos nosso filhos ("e eu onde é que estava, mãe?").

Nesse dia estava pouco eloquente, tinha um nó na garganta e não fiz nenhum discurso. Isto apesar de ter pensado tanto tempo no que queria dizer. Queria assinalar a falta monstruosa do meu irmão mais velho - queria explicar porque é que não íamos dançar, porque me chocava uma grande festa quando o vazio era tão grande -, mas também a falta dos meus avós maternos e do teu avô materno.

Queria dizer que a nossa festa era também a festa da minha irmã, que se tinha casado no ano antes, queria agradecer do fundo do coração aos meus pais, queria agradecer a todos os amigos por estarem ali.

Mas o máximo que disse foi "já está", quando o conservador finalmente se calou. E esse "já está" foi a melhor expressão que encontrei para selar a união que decidira anos antes, quase na primeira vez que te vi nos degraus da faculdade.

Foi aí que pensei "vou casar-me contigo" e calhou tu também achares isso de mim. E ainda bem. Hoje continuas a ser o meu melhor amigo. És a outra metade de mim, o outro elemento da nossa equipa.

Adoro sentir-me orgulhosa das coisas que fazes ou dizes. Adoro maravilhar-me contigo. Adoro quando à noite ficamos horas à conversa com a luz apagada como se fossemos miúdos. Adoro quando me perguntas se acho que dás muito mimo aos miúdos. Sabes o que eu acho, que o mimo nunca é demais.

Em dez anos, as pessoas e as famílias evoluem e hoje temos filhos, sobrinhos e mais um a caminho, temos menos os teus avôs paternos e a minha avó materna, temos amigos velhos, temos amigos novos. E temos-nos um ao outro.

Hoje vamos jantar com alguns amigos para comemorar tranquila e simplesmente. Amigos que estão connosco desde sempre ou desde há pouco.

Estou a preparar um discurso. Prepara-te.

[Esta mensagem foi publicada no dia certo, o 19, mas por engano ficou atrás da última, perdendo, por isso, o impacto que queria dar-lhe. Aqui fica.]

6 comentários:

Raquel disse...

Lembro-me que o Rui ficou muito aflito quando reparou que dentro da aliança dele estava escrito "Joana" :))

Claudia disse...

Já está!!!
Bjs

Anónimo disse...

Parabéns prima! Lembro-me perfeitamente do teu casório. Aliás, há algo que perdura desde esse dia: a minha alergia a Balantine's :)

Beijinhos a ti e abraços ao primo Rui

Joaninha disse...

Estás a falar da aliança que ele usou três minutos?
Sabes porque é que é bom haver uma frase como "Já está"? Porque de cada vez que a digo lembro-me desse momento tão feliz das nossas vidas. E isso é fixe.
Ainda bem que te lembras priminho, quer dizer que ainda não estamos jarretas... mais dez anos e se calhar já não podemos dizer o mesmo ;) bjs

Raquel disse...

sim, essa mesmo. Pensou que se tinham enganado e trocado os nomes... devia achar que a dele devia dizer Rui e tua Joana :)

Sónia disse...

Parabéns!