Enquanto via o Larry David, que Woody Allen escolheu para fazer de si, no seu filme delicioso "Whatever works", senti-me pessoalmente atingida quando ele pergunta ou diz para a plateia qualquer coisa como:
"vocês são daquele tipo de espectador idiota que quer um feel good movie/um filme para se sentirem bem?"
Nem sei o que ele diz depois disso, mas a frase assim dita fez-me sentir exposta e, por momentos, pensei que todos os outros elementos intelectuais da plateia do Monumental se iam virar para mim e dizer qualquer coisa como:
"não tem vergonha? Isto é o Woddy Allen, não é para se sentir bem".
Por isso, encolhi-me e escondi-me um bocado na minha camisola gigante. Mas o Woody Allen para mim é sempre um feel good movie - mesmo quando é deprimente ou deprimido, neurótico ou quando levanta dúvidas existenciais deliciosas ou quando é só a vida como ela é. Vide "Amor e morte". Não pode haver melhor.
No entanto, ninguém na plateia se virou para mim, nem mesmo o meu vizinho do lado, que eu sei que sabe que eu gosto mesmo é de filmes rosinha. Por isso, respirei de alívio. E o "Whatever works" é uma teoria para a vida, tudo pode dar certo, nem tem de ser muito complicado.
E no dia a seguir, à hora do almoço, fui ver o "Dia dos namorados" com uma amiga. Rosa mais rosa não há.
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