15/04/11

As férias

Tenho boas memórias das férias da Páscoa, como tenho de quase tudo o que aconteceu quando era pequena. E sinto-me cada vez mais privilegiada por isso. Por ter tido sempre uma vida tão fácil, tão descomplicada e tão feliz.
Acho que nunca é demais reconhecê-lo. Os meus pais foram geniais a gerir tudo.
Lembro-me de várias viagens que fizemos na Páscoa, a última dos seis a Braga, onde cumprimos todas as tradições da cidade onde os meus pais e irmãos mais velhos viveram muito antes de eu e o mais novo nascermos.
Nesse passeio até houve tempo para cumprirmos uma "tradição" especial, que nos levou a fazer deslizar a 505 verde garrafa destravada e desengatada em sentido contrário à inclinação da estrada, que penso que era no Bom Jesus. Ficámos maravilhados e boquiabertos e quisemos repetir a façanha umas quantas vezes, para grande alegria do meu pai.
Também me lembro de vários Algarves na Páscoa, de fazer amigos na piscina, de dançar na rua, até dos febrões no apartamento que tinha mesas de cabeçeira de tijolo cravadas na parede, febrões que tivemos até a lei marcial paterna impor a proibição de banhos nas piscinas até ao último dia para não haver doenças em férias - e foi mesmo assim, acabaram-se as amigdalites e as otites.
Lembro-me de tantas coisas boas.
Agora sou eu a poder criar essas memórias. E esse poder é magnífico.

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