30/06/12

When it rains it pours

Love a vir de todos os lados. Obrigada.
Biscoitos e queques dos meus pais e dos meus filhos.
Um molde de chupas - muito à frente, mana e sobrinhos (e cunhado, obviously).

29/06/12

Paciência

De vez em quando, lembro-me da música dos Guns & Roses que iamos a cantar aos altos berros na traseira do autocarro da Vimeca em direcção a Algés. Alguém levava uma guitarra e os restantes - éramos muitos - cantavam. Eu não sabia a letra. Só sabia a parte
Just a little patience...
Mas cantava com sentimento. Eram os Guns e era 1990 ou 91. Devíamos estar de camisas aos quadrados porque gostavamos dos Nirvana. Passávamos as férias indolentemente sem fazer nada a não ser conversar, cantar, ir aos cafés, às discotecas. Seguiamos a caminho do comboio, para ir à praia talvez. E uma imagem tão simples, tão básica, como um grupo de miúdos empilhado na parte de trás de um autocarro, entretidos com uma viola, ficou na minha memória assim.
Hoje canto a música mais umas vezes, mas, de novo, não me importa a letra. Só a parte
Just a little patience...

27/06/12

Amor

Os miúdos fizeram só para mim.

Aos berros na televisão

Como ando a ver televisão 24/7 ando a ficar com uma dúvida:
Porque é que os americanos berram tanto nos programas?

Nora Ephron morreu

Oh... Sou fã desde sempre, dos livros dos filmes, das histórias, do estilo. Uma vez tentei entrevistá-la sobre o livro "Não gosto do meu pescoço e outras histórias", mas tive zero hipóteses. Não importou, continuei a gostar muito dela e das suas rom-coms (comédias românticas).

Sorriam se gostaram de:
"When Harry met Sally"
"Sleepless in Seattle"
"Julie & Julia"
"Heartburn" (sobre o seu casamento com o jornalista Carl Bernstein)
"You've got mail"
Os filmes fazem todos parte dos meus preferidos.
Um dos seus melhores conselhos:
"A vida é demasiado curta".

26/06/12

Sem palavras

O jantar chegou num cesto de piquenique recheado de coisas boas. Calamares, uma das iguarias preferidas da miúda, que veio cheia de febre da escola e a quem tratámos a dor de garganta com rebuçados de mentol.
"Estou muito melhor, mamã", enquanto descascava os calamares deliciada e se preparava para mais um rebuçado.
A cesta gigante, que veio do primeiro andar, trazia ainda uma entrada, um arroz cheio de cores, molho para acompanhar, um pacote de bolachas para a miúda, duas tablettes de Crunch e croissants em miniatura, com etiquetas SOS.
Talvez tenha de ser operada brevemente, ligou-me há minutos um amigo que é médico e que esteve a ver os meus exames e diz que não devo/não posso adiar mais.
"Estou muito melhor, mundo", enquanto descasco o Crunch deliciada, provavelmente o melhor chocolate do mundo.
São estas as semanas cósmicas de que falo às vezes.
Obrigada do fundo do coração.

24/06/12

Donuts e Crunch

Alguma alminha caridosa será capaz de me trazer um donuts? Ou dois? Ou uma tablette de Crunch?

O melhor do mundo

És tu. Sem pieguices. Sem folhinhos nem rendas. Sem complicações (a maior parte do tempo, pelo menos...)
Adoro-te, bicho.

Mais bonecos para recortar

Kyle Hilton, ilustradora, mente divertida, posta ao serviço do bem. Bonecos de papel para recortar - até os pais podem brincar a isto (http://flannelanimal.tumblr.com/tagged/paper_dolls).

22/06/12

O meu braço esquerdo

Dá para parar de chatear?
No hospital, outra vez, agora enfiada dentro de uma máquina a tentar ver o que se passa. Tenho borrachas de mergulho nos ouvidos e uns phones rígidos, uma barreira para a cabeça e um barulho ensurdecedor a girar à minha volta.
Para compensar, tenho uma bata azul que quase parece um vestido e, se não fosse o calor que me fazem aos pés, quase diria que tenho umas melissas calçadas.
A única coisa boa das coisas chatas que às vezes temos de fazer é que acabam.

Memórias de infância

21/06/12

When life gives you lemons...


Alguém conseguiu uma reacção diferente das crianças ao dar-lhes limão pela primeira vez na vida? Nem sei se isto se qualifica como uma maldade maldosa, mas é impossível não rir.

É verdade, gostava de partilhar uma invenção que saiu muito boa:

Frango com côco e piri-piri
Pôr as pernas de frango numa travessa de ir ao forno. Salpicar com vinagre branco e azeite. Temperar com sal, pimenta e piri-piri moídos, côco ralado. Levar ao forno.

20/06/12

"A sopa está nham nham"

Esperei, rindo-me por dentro, pelos cumprimentos todos no final da sopa ao jantar de ontem para dizer que tinha sido feita pela minha mãe.
Como estou não dá sequer para fazer sopa e mesmo que fizesse ficava um nojo.
Há que ter a capacidade de reconhecer os nossos shortcomings. A sopa é o meu.

Uma teoria sobre a felicidade

Sabem aquelas teorias que dizem que a felicidade vem da nossa capacidade de projecção de coisas boas que nos irão acontecer? O segredo e outros livros de auto-ajuda do estilo, que, de acordo com o artigo do The Guardian (http://www.guardian.co.uk/lifeandstyle/2012/jun/15/happiness-is-being-a-loser-burkeman), só nos fazem ficar ainda mais infelizes. A teoria está interessante.

19/06/12

When you're down...

And troubled,
And you need some love and care,
And nothing, oh oh,
nothing is going right...
Close your eyes and think of me
And soon I will be there,
To brighten up even your darkest night...

James Taylor, You've got a friend

Coisas que nunca gosto de comprar

Pilhas.
Meias.
Batatas.
Detergentes.

Acabar com padrões...

... É muito mais difícil do que parece, mas poderá reconhecer a sua existência ser o primeiro passo para acabar com eles?

17/06/12

Yellow.pink

A pulseira amarela, além de ficar lindona com os meus calções nova iorquinos, está completamente na moda. E é mais rápida do que a verde habitual.
Já me sinto mais animada, apesar de estar cheia de dores. O médico que está a tratar de mim, nas Descobertas, valoriza as queixas e foca muito a dor que tenho. A TAC diz coisas chatinhas, vou levar mais umas drogas e continuar de dedos cruzados.

Festa de final de ano

A festa de final de ano da escola dos miúdos, este ano, foi muito original. Habitualmente, a escola organizava um espectáculo e as crianças eram os actores/artistas. Este ano, aproveitando as novas instalações, fizeram uma feira/galeria de arte e as crianças puderam mostrar a pais, avós e irmãos os trabalhos que fizeram durante o ano.
As várias salas, o ginásio e o jardim, baptizado de Joana Vasconcelos, encheram-se de famílias e achei o evento muito engraçado, calculando a trabalheira que deve ter dado a montar.
Cada aluno tinha sua tarefa. O meu filho foi monitor, explicando as obras de arte a quem passava. A miúda, que é finalista da pré-primária, não cabia em si de contente e cantou com tal felicidade as suas três músicas que ia fazendo uma luxação ao colega do lado. O tema "I'm happy, I'm happy, to be me", foi das coisas ternurentas que já ouvi.
Adorei.
(Auto-retrato do miúdo)

 (Kandinskys de cinco anos)
(Pintura da miúda, feita com "guaxinims")

Acho que já não sei o que fazer

Mais uma noite sem dormir com dores no braço e pescoço, entre o sofá e a cama, a pensar numa saída para esta porcaria. Agora no hospital outra vez. De dedos cruzados para ver se é desta.

15/06/12

Que belo colchão

Sou só que desejo deitar-me em todos os colchões quando passo por uma loja que venda os ditos?

Grande coração Vodafone

Nem sei se sou cliente (acho que sim no mobile), mas a Vodafone anda a convencer-me com as suas campanhas.
Adorei a da Editora Almedina (chegam lá pesquisando almedina vodafone no youtube) e também simpatizei muito com este mega coração que me acolheu na Avenida de Berna. Grande e vermelho. Simpático. Ainda bem que não estava ninguém a olhar para mim, senão juro que tinha corado.

O fundinho da alma

[Preciso de retomar uma ideia, por causa de um acaso muito fixe que me aconteceu ontem]

Há pessoas que olham para dentro de nós e que percebem que alguma coisa está mal. Há pessoas que vêem o que se passa para lá da roupa e dos acessórios que carregamos e conseguem ligar-se directamente às nossas emoções, como se tivessem uma compreensão maior do mundo. Há pessoas que conseguem viver em paz, apesar de terem histórias tristes.
São pessoas muito raras e especiais. Como acho que tenho andado a ser genericamente mal cuidada, por médicos que não olham, não tocam e também me parece que não ouvem muito, ontem tive a sorte de ter os cuidados de uma pessoa especial e meia maga, que me souberam muito bem.

14/06/12

Joana Vasconcelos em Versailles

Diz que é a primeira mulher a expor em Versailles, o palácio magnífico de França. Orgulho.
Há uns anos entrevistei a artista, quando ainda estava em Oeiras e adorei conversar com ela. Falámos muito, essencialmente sobre magia da criatividade, sobre o espírito da imaginação e também sobre os aspectos práticos do funcionamento do seu atelier.
Aí, vi pendurado um coração de Viana gigante feito de talheres de plástico cor de laranja que me encantou. Vi também os cães de loiça com crochet tricotado. Vi muitos projectos e vi essencialmente a artista, o motor.
Falámos muito sobre a deslumbrante noiva, o seu gigantesco lustre feito de tampões, sobre as esculturas públicas que já conhecia e que mexiam comigo, mesmo sem saber que eram suas.
Tempos depois vi os sapatos de salto alto feitos com panelas e os monstros/criaturas feitos de crochet e vou sempre acompanhando o que faz.
O que destaco é essa sua capacidade de pensar em grande, de sair do tamanho A3, que sinto ser o princípio do meu limite. Power to you.

Dia da palha de Abrantes na Comercial

A Rádio Comercial tem uma rubrica com o "evento, pessoa ou animal" do dia que é sempre engraçado (e tem um genérico óptimo).
Há dias disparatados, mas há outros, como o de hoje - dia da palha de Abrantes - que merecem ser divulgados. Hoje começam as Festas de Abrantes.
Abrantina pelo lado materno, a palha (e também as tigeladas) é uma das minhas sobremesas preferidas. Amo mesmo. Sempre que lá vou arranjo uma desculpa para comprar uma caixa. O mesmo com as tigeladas, que, no entanto, sabem sempre melhor comidas in loco, especialmente quando estão nas travessas em casa dos meus tios, sobre folhas de figueira.

13/06/12

Pequeno almoço delicioso

Sou a maior tansa das sopas de que há memória, mas isso é outra história. Agora acabei de fazer um muesli delicioso para o pequeno-almoço de amanhã (e depois) e fiquei muito orgulhosa do resultado final.

A receita foi adaptada do livro "Culinária para crianças", da editora Civilização, e chama-se cereais crocantes no original.

As doses que eu usei:

2 colheres de sopa de azeite + 3 colheres de sopa de mel a derreter numa frigideira.
Deixa-se arrefecer e mistura-se com 100 gramas de amêndoa com pele lascada + 200 gramas de aveia + 50 gramas de sementes de girassol + 50 gramas de sementes de abóbora + 50 gramas de coco ralado.
Vai ao forno a 200 graus dez minutos para tostar. Deixa-se arrefecer e mistura-se com 75 gramas de alperces secos cortados + 75 gramas de sultanas + 75 gramas de arandos secos.

A aveia faz muito bem à pele, evita as intolerâncias ao trigo, os frutos secos são muito nutritivos e o mel não faz mal, ao contrário do açúcar. Só cenas fixes.

12/06/12

Há vida além dos computadores

Enquanto tecla de forma dolorosamente lenta no teclado preto que parece ocupar a secretária inteira, mantém os óculos fixos no monitor do qual só consigo ver a marca impressa a relevo nas costas.
A bata branca e a posição relativa no gabinete em que nos encontramos dizem que este senhor é o médico. Mas, deixa-me a pensar, na minha cabeça ser médico é outra coisa diferente.
Gosto dos médicos como gosto das pessoas - daqueles que olham para dentro de nós e sabem exactamente qual é a pergunta que devem fazer. Melhor, aqueles que conseguem apontar o sítio exacto, no meio dos milhões de células, onde nos dói.
Estes médicos a treinarem para serem tecnológicos, já não são propriamente médicos. Especialmente porque teclam como uma criança de dois anos.
Para mim, quando se perde a ligação humana, o resto já não interessa muito. E este silêncio forçado, interrompido pelo titubeante teclar, incomoda-me, quanto mais não seja porque as dores de costas já arrasaram comigo antes.

Olá, cá estou eu...

Hoje venho fazer uma tac mais um atendimentozinho a seguir
é que não consigo estar nem sentada nem em pé nem deitada.
(quando é que isto passa?)

As horas passadas

Saio da cama sem posição para dormir pela quarta vez e ainda não são três e meia. Volto à sala, ao sofá onde consigo (a expressão é) cochilar um pouco, entre a televisão e o iPad.
Tenho os olhos confusos de quem não dorme há muitos dias e já nem sei se é a dormir se acordada que me empenho nas televendas. Sem som.
Sempre fui fã da plasticidade dos anúncios das televendas, uma espécie de um círculo virtuoso onde a comida é sempre deliciosa e as barrigas "depois" sempre lisas e fascinantes. Ou então, as facas são sempre afiadas.
Pela madrugada fora, senti uma profunda necessidade de comprar um wonder sower, um nicer dicer e uns calções de elástico que faziam as badochas ficarem sem barriga nem rabo.
Há lá necessidades mais prementes na vida, depois do meu pedido de gomas ter sido saciado pela amiga do andar de baixo?
Ah, já sei, um produto maravilha para acabar com estas dores.

11/06/12

Gomas

Quem é que traz um pacote de gomas? Plizzz

Na cadeira da frente

A mulher despachada do senhor a fazer tratamentos à minha frente
(que está com uma cólica renal, diz que é pior que ter um filho, não sei, os meus nem me lembro mas acho que não custaram nada)
A mulher pergunta
"queres aquele spray para o hálito? Estás com muito mau hálito".
É a mulher que manda, que diz
"ai se os homens tivessem filhos..."
A mulher que arrepanha as calças nervosamente quando o marido se levanta para arrastar o sofrimento e o penduricalho dos medicamentos até à casa de banho.
O marido aceita o spray e queixa-se de não ter cortado ontem as unhas. Faz o seu papel, queixa-se, ela fica mais calma, pensa isto eu sei fazer.
"Então, meu querido?"

Ups, I did it again...

10/06/12

Fun

Give me a second,
I'd like to get my story straight,
My friends are in the bathroom
Getting higher than the Empire State...

Para quem mais?

Saltar de felicidade ao ver a loja do outro lado da rua, achar que é uma coincidência ser perto do hotel, lamentar não estares lá comigo a ver os quilómetros todos. Para quem mais?

08/06/12

Be my baby

Bonecas de papel Downton Abbey

Mais alguém adora ver o Downton Abbey? Guilty!
Olhem o que encontrei aqui, feito por Kyle Hilton! E grátis, ainda por cima.

Fim do dia

"Cornos mansos" ou realistas?

Onde os outros países partem tudo, Portugal encolhe os ombros e vai à luta, que é como quem diz trabalha, que é como quem diz isso é a única coisa que nos vai tirar desta situação. Pelo menos é o que eu leio neste artigo do New York Times.

Não duvides que é amor

Fashion

Amigos do coração

Horas de diversão a esvaziar a cabeça e a cantar com os miúdos. Isto para dizer que amo os lápis da Staedtler aguareláveis. Amo. Parecem magia.

06/06/12

Não há coincidências

Ainda não consigo trabalhar no computador, por isso, vim com uma amiga a um entrevista num sítio mítico no Guincho.
Para fazer horas, dei um pulinho à Boca do Inferno, que sempre considerei um lugar místico.
Calha estar a ler o livro "O anjo que queria pecar", de Francisco Salgueiro, que enreda justamente com a Boca do Inferno.
Lamentavelmente, estou a chegar ao fim. É um dos problemas dos livros que gostamos de ler, acabarem.

Já sei o que me apetece para o almoço

05/06/12

Receita anti-Alzheimer

No dr. Oz:

1. Suplementos memória
Vitamina E
Gingko
Fosfatidil (whati?)

2. Dieta Anti inflamatória
Castanha do Brasil
1 ovo cozido por dia
Café (3 a 4 chávenas por dia)

3. Tempero
Curcuma (uma parte)
Salva (duas partes)
Gengibre (três partes)

A receita é dos médicos Deepak Chopra e Andrew Weil.

04/06/12

Encher a despensa

Os miúdos deliram com a chegada das compras, especialmente se o atum Tenório estiver em prédio (o paizinho delas também).

Não preciso de aqui voltar...

Para saber onde estou. Nem preciso de aqui voltar para conseguir desenhar a minha infância de olhos fechados.
Estou igual. As paredes estão intactas, a banheira está cheia de girinos, o armário azul de lençóis, os bancos de ferro de gente, as nossas camas de nós. A rua está cheia de sol, de árvores e chorões, de bicicletas e figueiras, de marmeleiros e caminhos misteriosos. A rua está cheia de mistérios, a preparar-nos para o futuro, talvez?


É só lavar as mãos

Não custa nada uma vez por outra lavar as mãos. Ficar em casa se está doente. A história está bem contada. Se conseguirem que mais pessoas lavem as mãos, todos ficaremos mais saudáveis.

A minha vida é um sonho

Agora apresento-me sempre como personal shopper. Ponho um ar superior e passo a impressão de ter uma clientela selecta e endinheirada que me confia as escolhas das tendências, que podem ir desde roupa a aromas e até decoração de casa. Muita dondoca, muito galã, uma vida muito animada. Dou a ideia de que passo a vida em lojas sofisticadas, que me relaciono com os designers e com os empreendedores, e até - quando me entusiasmo mais -, que sou eu que ajudo a determinar tendências.

Na realidade, esse trabalho obriga-me a gastar muito dinheiro.

A minha avó sempre me disse:
"Uma mulher nunca anda mal arranjada",
enquanto me dava dinheiro para comprar uns sapatos ou um laço para o cabelo. Era dinheiro que não chegava a entrar no esquelético orçamento familiar, que era a pensão do meu avô. Essa pensão esticava um mês inteiro para as despesas dos avós, minhas e da minha tia, que fazia todas as semanas uns tratamentos especiais para os nervos e que eu nunca soube bem o que eram, só sabia que chegava a casa pior do que tinha saído, mas acho que só eu é que reparava.

Vou todas as semanas duas vezes ao cabeleireiro/laboratório, fazer unhas e madeixas, brushing, extensões e todos os técnicos que forem surgindo. Aí testo as minhas histórias, refino os nomes, acrescento pormenores que vão validar o que conto. A menina das unhas inveja a minha vida, sinto-o em cada pincelada de verniz rosa. Deslumbra-se com o que conto e ajuda-me a construir esta imagem de glamour.

Por norma, evito as pessoas que conhecem a minha vida de antes. Na rua, desvio-me sempre das Marias Cristinas ou das Marias do Céu que andaram comigo na escola e que tinham sempre pena de mim. É um sentimento que detesto. Se calha encontrar alguém conhecido, puxo do meu sotaque mais sofisticado e deslumbro com as histórias que copio das revistas cor-de-rosa do cabeleireiro, às vezes até sou amiga íntima das nobres da vida.

E gasto dinheiro com as deslocações. Para não encontrar ninguém conhecido, trabalho a duas horas diárias de casa. Mas assim é mais seguro. Ou pensava eu, que hoje em dia ninguém está seguro em parte alguma.

O dia até estava a correr bem, tinha evitado uma Maria da Luz da primária que ao longe parecia bem na vida, passado à frente de um António Manuel do liceu na fila dos autocarros e almoçado sem ninguém me ver na zona da restauração.

Agora, mastigo a vergonha de ter sido descoberta pela menina das unhas de boné e avental, que berram "não sofisticada", enquanto enchia o carrinho das compras online do hipermercado com fraldas tamanho 5, papel higiénico folha dupla sem aroma, uma bola de piscina, amaciador e detergente de roupa de sabão natural, escovas de dentes de três tamanhos diferentes, algodão em discos e desmaquilhante e a marca de leite condensado ("não substituir") preferida da D. Maria Lopes.

Em busca de...

Um ortopedista ou um fisioterapeuta ou um endireita ou qualquer coisa do estilo que me tire as dores que se esticam do ombro ao dedo médio, passando pelo cotovelo. Parece que não há.

01/06/12

Coisas que não gosto de descobrir

Que as pessoas de quem gostamos mudaram irremediavalmente.

Volvo ocean race

Chegaram a noite passada a Algés os marinheiros da Volvo Ocean Race, com o veleiro da Abu Dhabi a cruzar a meta em primeiro.
No recinto da Volvo, a mais dura prova do mundo, uma volta ao mundo à vela, a recepção aos velejadores foi fraca.
Portugal, um país famoso pela sua hospitalidade, não esteve brilhante. Digamos que se o Ronaldo ou qualquer outro jogador de futebol tivesse saído de um avião teria tido um acolhimento mais entusiasmado.
O recinto está óptimo, cheio de iniciativas divertidas - e grátis, patrocinadas pelas autarquias de Lisboa e Oeiras.
Vamos lá voltar nestes dez dias, para andar na roda, para andar no simulador de vela à velocidade Volvo, para comer um cachorro no Hot Dog Lovers (de quem fiquei fã depois de terem dado um cachorro à minha chorosa filha que tinha deixado cair o seu), para ir ver as aulas.
Fiquei envergonhada com a fraca recepção. Adorei o que promete o recinto. Os miúdos adoraram o fogo de artifício. É que deliraram, mesmo.

Quero! Da Lanidor