08/02/09

E depois de woody?

Ontem, quando o carro acelerava pela auto-estrada abaixo, atingiu-me de repente que mais dia menos dia os filmes de Woody Allen vão acabar. Depois de ver o Vicky Cristina Barcelona que adorei como todos os filmes de Woody Allen, tive antecipadamente nostalgia daquilo que poderei vir a perder. É tramado pensar assim, mas às vezes acontece.

O melhor neste, como nos últimos, é que Allen já não está fisicamente presente mas está em tudo o que faz o filme. Está nas mãos das personagens, nos seus complicados dilemas existenciais e está até na cor magnífica do filme, que não é a cor real da vida, mas é aquele amarelo com que toda a gente fica mais sensual. E as letras do final, iguais desde sempre.

O que farei eu sem a garantia de que no próximo ano vou ter outra vez Woody Allen? É como um livro de que estamos a gostar muito e que lemos num sufoco, entre querer conhecer-lhe o fim e não querer deixar de o ler. Quem é que vai herdar o seu estilo?

6 comentários:

Paula disse...

Já viste que há cineastas, assim, igualmente magrinhos e enxutos, que duram até aos cem anos (ou mais)?
Pode ser...

Joaninha disse...

Sim, mas eu acho que o Woody Allen tem ar de já passar dos 110... E, além disso, tem ar de ser pouco saudável.

Paula disse...

Estes pensamentos só me fizeram ter outro: conseguiste ir ao cinema?! I wish...!

anniehall disse...

Ele nunca acaba , aliás como o próprio afirma , "morrer acaba com a angustia de saber que um dia isso acontece "..depois esfrega as mãos e diz " Deus tem mesmo de existir senão todo o mistério que rodeia a morte perde a piada"!!

Joaninha disse...

Paula: quando o little guy deixar de estar doentinho combinas com o big guy e eu vou lá para casa enquanto eles dormem e vão ao cinema.

Annie: a morte acaba com a angústia, mas ele é das garantias melhores que tenho na vida. Os problemas existenciais estão sempre lá e são assumidos. Ninguém é perfeito. Como na vida.

Raquel disse...

Também já fomos ver o filme e adorámos!
Problemas existenciais à parte fiquei com vontade de ir a Barcelona, beber um copo de vinho tinto numa esplanada bonita e de ouvir tocar guitarra numa noite quente de verão.