09/02/09

Viagens repetitivas

Não gosto de viagens repetitivas. Perco a atenção aos detalhes, perco a pachorra para o que passa, passo a procurar o que está diferente. Vejo através de uma montra um senhor com uma marreca enorme, que afinal só estava a coçar as costas. Conseguiu roubar-me um sorriso, este senhor que trabalha com certeza na cozinha de um restaurante onde jantámos uma vez só com um amigo que temos pena de não encontrar muito mais vezes.

Vejo duas raparigas com um ar muito saudável e arranjadinho. Passo por lojas e por supermercados. Passo por estradas com pouca luz, por candeeiros enormes (que às vezes se apagam quando eu passo) e por passadeiras com avós de mãos dadas com miúdos ensonados que só agora regressam a casa, ou se calhar ainda só a casa dos avós, de mãos dadas aos irmãos, poucos, que agora as famílias são pequenas.

Curiosamente, encontro amigos que têm muitos filhos, pelo menos três, que é onde se desenha a linha das maiores complexidades de ter muitos filhos. A partir dos três tudo muda. A casa tem de ficar maior, o carro tem de ficar muito maior, passa a haver muito mais espaço na carteira, muito menos nas prateleiras e nos armários...

Deixa-me concentrar que senão ainda bato em algum lado...

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