Roma que ao contrário é amor é uma cidade bonita para se fazer a pé. Uma cidade boa para conhecer em quatro dias - sem miúdos, para eles é um suplício. Não ficámos a conhecer intensamente, porque isso precisa de mais tempo, mas como nós gostamos, a namorar as ruas, a olhar distraidamente para as casas, para as heras que as enfeitam, para as tampas dos esgotos S.P.Q.R., para as janelas, para as montras, para as pinturas...
Só um museu, o do Vaticano. Vimos o Papa em miniatura que nos abençoou da segunda janela a contar da direita - a nós, aos nossos filhos, sobrinhos, irmãos e cunhados, pais e avós, amigos e restante família. Aproveitei, já que lá tínhamos ido, para estender a benção a todos. Acho que é justo, se todos vão sempre comigo a todo o lado onde vá.
O top da viagem:
- Na sede da Ordem de Malta espreitámos pela fechadura para o Vaticano, do outro lado da cidade. O simbolismo não se perdeu em nós.
- A vista do cimo dos jardins no Monte Palatino - a Via Sacra e toda a loucura de sedimentos visíveis. Construção sobre construção, uma manta de retalhos de épocas e de estilos espectacular.
- O indiano que, de ar absolutamente humilde, me disse: excuse me, what tree is that? Tinha um turbante enrolado à volta da cabeça e das barbas brancas e posso quase jurar que tinha só um lençol à volta do corpo, como o Ghandi. No meio da imponência louca da Via Sacra, da sucessão impressionante de monumentos de Roma, cada um mais magnífico do que o outro, o que o deslumbrava era um pinheiro bravo.
- A comida: espargos com ovos de codorniz e trufas seguidos de bife tártaro no il bacaro, tartufo na Piazza Navona, as massas maravilhosas, as pizzas al taglio, os gelados que comemos sempre que conseguimos, o crepe de nutella (nunca pensei!)...
- A Piazza de Spagna e as suas escadarias espectaculares, o passeio pela orla da Villa Borghese sobre a Piazza del Popolo.
- A Fontana de Trevi, linda, deslumbrante, apanhada ao cair da noite, mágica apesar do enxame de turistas.
- A Fontana del Acqua Paola, não só pela obra, muito bonita, mas pela magnífica vista.
- As ruas. Todas.
- Uma volta de Segway, três horas sem nos cansarmos a desvendar segredos da cidade, com um italiano guia de história da arte só para nós.
- A pompa do dito italiano, habituado a guiar americanos, quando nos mostrou com cara de vitória uma oliveira.
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