Descobri há tempos nas lojas uma espécie de bolachas que antes nunca tinha visto à venda e às quais chamam marinheiras. A marca é "Cem por cento natural", acho. A coisa gira destas bolachas é que sabem às bolachas que fazia com os restos da massa das empadas em casa da minha avó. Nessas ocasiões, em que a avó usava a taça de faiança branca e em que fazia as suas rezas para a massa crescer, eu rezava para que sobrasse massa que permitisse fazer essas bolachas, fininhas e sem piada nenhuma, isto é, sem sabor nenhum especial. Só massa. São as minhas bolachas preferidas. (Não as posso comer, porque têm glúten).
Hoje tenho no frigorífico uma porção de massa crua com sabor a limão, que está à espera que a mais pequena acorde para ser trabalhada e passar a ter formas especiais. Fizemos a massa antes do almoço e a única maneira de a convencer a dormir a sesta e a deixar-me trabalhar foi dizer que só estendíamos a massa quando ela acordasse da sesta - que tinha de ser grande. E está a ser. Sempre adorei estar na cozinha e gosto que os meus filhos também gostem.
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