Ando encantada com o aroma e sabor da pimenta longa que trouxe da Hédiard de Paris. Paguei relutantemente nove euros na loja luxuosa (era das coisas mais baratas) por um frasquinho de vidro recheado com os grãos de pimenta longa, que não são propriamente grãos, porque parecem uns tronquinhos secos e ásperos e que se devem raspar (a embalagem traz um raspador). Sabe deliciosamente em sopas, pratos de peixe ou carne, em sobremesas com chocolate e até mesmo só para cheirar. Tem aroma de limão e é ligeiramente mais suave do que a pimenta preta. A sua origem é Indonésia.
A rapariga que trabalha cá em casa ficou maravilhada e feliz quando lhe mostrei a pimenta porque a sua mãe costumava trabalhar numa fábrica em São Tomé onde esta pimenta era tratada. Sei bem o que ela sente. Também os cheiros mágicos da infância me fazem sonhar.
Onde se verifica o encantamento cósmico que o mundo tem. Pimentas indonésias vindas por acaso de Paris para Lisboa reavivam a mãe morta na memória da filha sãotomense. A vida é linda.
5 comentários:
adoro memórias olfactivas, a tua estória é linda e poética...
...esqueci-me de escrever que a fotografia está lindaaaaaaaaaaaa
É um comentário muito simpático, mas eu esqueci-me de pôr os créditos: a fotografia é do site da Hédiard e não minha.
Meus avós tinham uma planta de pimenta longa. O chá é ótimo para
cólicas , insónia . O chá faz lembrar o gosto da cidreira e tília mas com cuidado já que faz cair a tensão.
Olá Jane,
E o chá faz-se pondo a água a ferver sobre o grão?
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