07/09/10

O sabichão

Ontem à noite, enquanto o melhor amigo do mundo estava a montar a minha secretária nova, de chave de fendas eléctrica em punho, lembrei-me dum jogo que sempre me maravilhou quando era pequena. Por várias razões:
1ª tinha um ar muito sofisticado - nada a ver com o Jogo da Glória a que eu estava habituada;
2ª aquilo mexia-se sozinho - tinha vida própria, era uma espécie de uma tábua de espíritos;
3ª respondia a perguntas dificílimas, já não me lembro quais, mas aquilo era mesmo esperto e acertava sempre;
4ª ninguém sabia como é que aquilo funcionava - e, só isso, já justificava brincar com o jogo.

Numa família com quatro miúdos não havia dinheiro para muito mais do que o essencial e, claro, não havia dinheiro para jogos sofisticados como este. Também calculo que, se tivesse havido, a minha irmã cientista o teria desmontado para ver como funcionava. Da mesma maneira que cortava o cabelo às minhas bonecas para ficarem diferentes e mais bonitas.
Noutro dia estive com O sabichão na mão a pensar se havia de comprar ou não para os meus filhos, mas depois achei caro de mais e achei que, se comprasse, ia perder a mística.

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