03/02/11

Rerun

A última vez que assou frango no forno, eu tive de recuperar um saco meio derretido com miúdos cozidos lá dentro, já perto do fim da cozedura do próprio frango.
Hoje, com medo de repetir o disparate, que me fez oscilar entre um valente ataque de riso e um receio de comer aquela porcaria que tinha estado dentro do frango a libertar coisas más que a minha família ia comer, apareceu nos vidros da porta da sala segurando cuidadosamente um frango nas mãos, a perguntar-me onde é que vêem os miúdos. Resposta óbvia: dentro do frango. A resposta dele, também óbvia e muito usada: mas não estão lá...
Como ando a aprender a desligar o botão, fingi que não ouvi. Tudo se resolve a seu tempo, sem a nossa interferência.
Eu estou a ressacar na sala, dando um olhinho ao Clube dos poetas mortos, filme com que embirro vagamente, talvez por ter tido um colega de turma que passou um ano lectivo inteiro a berrar carpe diem...
Da cozinha chega a esperada constatação: já encontrei.
E também um promissor: vou fazer sopa de cenoura.
A felicidade existe.

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