25/04/09

e chove

e chove.
Leio o livro que me traz enfeitiçada até já não aguentar mais as dores de costas da posição pateta de ler de barriga para baixo, sem nenhum apoio para a cabeça, a parte mais pesada do corpo, que não sejam as mãos e os ombros. Leio até já não aguentar mais as pálpebras abertas, com a típica ansiedade febril de querer conhecer o fim das histórias que nos apaixonam. Leio mesmo quando já estás a dormir, resignado com a luz acesa, e quando, no quarto ao lado, se dorme também há três horas.
Ouço o meu filho resfolgar com o nariz entupido. Ouço a panelinha de fazer vapores. Fico irritada por não conseguir desentupir-te o nariz permanentemente, por andares com má cara de dormires mal. Não consigo dormir. Venho para a sala.
e chove. É Abril e chove.
Lembro-me bem como há uns anos Abril já era garantia de uma praia valente. Alguém diz o ditado das águas mil. Hoje em dia toda a gente à minha volta fala do tempo - tema que, tal como o futebol, não consigo acompanhar. Será que vai chover? Será que vai estar bom tempo? Os meteorologistas dizem que vai estar bom, o weather.com diz que vai chover, 20 por cento de hipóteses de sol, toda a gente a falar do tempo e eu a pensar que gostava de ter umas sandálias novas para a Primavera, daquelas como os gladiadores, altas a apanhar o tornozelo, em castanho, tamanho 39, por favor.

1 comentário:

Paula disse...

Diz-me, diz-me... qual é o livro??