Eu sei que não é nada original fazer um balanço do ano. Eu sei. Mas gostamos todos de ver os balanços que aparecem nas televisões, jornais e revistas no fim do ano. Especialmente se incluirem despistes, quedas aparatosas ou gaffes cómicas.
Comecei o ano a achar que o mundo ia acabar - a crise, um mês inteiro sem trabalho, a empresa, as notícias deprimentes. A partir de Maio andei em stress total com a gripe A, na altura gripe suína/mexicana. A economia parece animar. A gripe foi mais leve do que a do ano passado. Parvoeiras.
Acabo o ano cheia de energia, feliz da vida e cheia de projectos novos. Estou contenti.
30/12/09
29/12/09
Argh!!!
Não há uma única coisa arrumada em minha casa!!! (excepto o armário das jóias, de pechisbeque todas, claro)
Mas...
[barulho de super-heroína]
... isso não me abate!!! Há duas semanas que não como glúten, leite e derivados, milho, ovos, manga, ... e sinto-me com super poderes! (ok, tirando três broas de Abrantes no dia de Natal em casa dos meus pais, irrecusáveis) Passar pelas festas a comer bem é um luxo raro.
Além do mais, sempre gostei de começar um ano novinho em folha e estamos quase lá. É um número giro - 2010. Preparar a passagem de ano também é entusiasmante, com amigos duplica o gozo.
Antes disso, ainda quero escolher os brinquedos dos putos, arrumar a despensa, os tupperwares (não tenho um único tupperware genuíno, são todos mitras, mas o nome tupperware é muito mais mítico do que caixas de plástico, quando tentei arranjar uma festa tupperware antes de comprar caixas de plástico não tive sucesso nenhum...), a minha gaveta dos undies, a gaveta das malas (mental note: despachar as que não uso, as que não dão jeito nenhum, as que não combinam com nada, as que estão estragadas, as feias...)...
[barulho de super-heroína a levantar voo]
I'll be back...
Mas...
[barulho de super-heroína]
... isso não me abate!!! Há duas semanas que não como glúten, leite e derivados, milho, ovos, manga, ... e sinto-me com super poderes! (ok, tirando três broas de Abrantes no dia de Natal em casa dos meus pais, irrecusáveis) Passar pelas festas a comer bem é um luxo raro.
Além do mais, sempre gostei de começar um ano novinho em folha e estamos quase lá. É um número giro - 2010. Preparar a passagem de ano também é entusiasmante, com amigos duplica o gozo.
Antes disso, ainda quero escolher os brinquedos dos putos, arrumar a despensa, os tupperwares (não tenho um único tupperware genuíno, são todos mitras, mas o nome tupperware é muito mais mítico do que caixas de plástico, quando tentei arranjar uma festa tupperware antes de comprar caixas de plástico não tive sucesso nenhum...), a minha gaveta dos undies, a gaveta das malas (mental note: despachar as que não uso, as que não dão jeito nenhum, as que não combinam com nada, as que estão estragadas, as feias...)...
[barulho de super-heroína a levantar voo]
I'll be back...
26/12/09
Três anos
A pirralhita faz hoje três anos, que teima serem quatro, porque essa é a idade da prima, que teima em dizer que tem cinco, que é a idade do primo, que teima em dizer que não tem quase seis. Para comemorar, tivemos a casa cheia de amigos e uma festa muito fixe em que os miúdos nem se ouviram. Os meus pais (que adoram festas) tiveram falta, porque a minha mãe está com dor de garganta, tive muita pena.
Numa mesa cheia de iguarias, bolos natalícos, pão-de-ló que a minha sogra tinha trazido no Natal de Alfeizerão, queques de anos e outras delícias, fiquei-me só pelo ananás, pelos tomates-cereja, pelas nozes e amendoins e pelo bolo de figo do Algarve feito em Telheiras pela minha sogra emprestada [corrigido da versão original, porque estava errado]. Valente.
A prenda que oferecemos ao rato foi do mais piroso que podíamos ter encontrado - um toucador da barbie com banco e tudo, que o irmão aceita ter lá no quarto e que o pai aceita ter cá em casa. Vivemos em Paz.
Estou com uma energia positiva daquelas boas. Sinto-me tão bem.
Numa mesa cheia de iguarias, bolos natalícos, pão-de-ló que a minha sogra tinha trazido no Natal de Alfeizerão, queques de anos e outras delícias, fiquei-me só pelo ananás, pelos tomates-cereja, pelas nozes e amendoins e pelo bolo de figo do Algarve feito em Telheiras pela minha sogra emprestada [corrigido da versão original, porque estava errado]. Valente.
A prenda que oferecemos ao rato foi do mais piroso que podíamos ter encontrado - um toucador da barbie com banco e tudo, que o irmão aceita ter lá no quarto e que o pai aceita ter cá em casa. Vivemos em Paz.
Estou com uma energia positiva daquelas boas. Sinto-me tão bem.
25/12/09
Noite feliz
Acho que a nossa consoada correu mesmo bem. É claro que tivemos um bocadinho de comida a mais, serve para amanhã. Estavam todos muito bem dispostos e contentes. Os miúdos estavam hype, como é natural, tivemos prendas equilibradas e justas para todos. Abrimos as prendas uma horinha antes da hora e adorei tudo o que recebi.
"mãe sabes? Não gostei das minhas prendas... ADOREI!!!" diz o mais velho. A mais pequena faz uma exposição no sofá grande e leva toda a gente a ver "queres ver o que é que eu ganhei?" com um ar muito contente. Ainda bem que gostaram.
Eu tive muitas prendas directinhas das minhas listas aqui expostas, o que é para agradecer do fundo do coração - pantufas, mala castanha, mala para a máquina fotográfica, livro dos bolos, sei lá, foram só coisas de que eu preciso mesmo e mimos.
E depois ainda tive a melhor prenda do mundo. Uma surpresa enorme, de dois dias a fazer uma coisa que adoro. Adoro-te amigo.
"mãe sabes? Não gostei das minhas prendas... ADOREI!!!" diz o mais velho. A mais pequena faz uma exposição no sofá grande e leva toda a gente a ver "queres ver o que é que eu ganhei?" com um ar muito contente. Ainda bem que gostaram.
Eu tive muitas prendas directinhas das minhas listas aqui expostas, o que é para agradecer do fundo do coração - pantufas, mala castanha, mala para a máquina fotográfica, livro dos bolos, sei lá, foram só coisas de que eu preciso mesmo e mimos.
E depois ainda tive a melhor prenda do mundo. Uma surpresa enorme, de dois dias a fazer uma coisa que adoro. Adoro-te amigo.
23/12/09
Imaginário infantil
Na maior parte das vezes, quando compro comida biológica - genericamente mais cara mas com benefícios nutricionais e tendencialmente livre de pesticidas perigosos - fico à espera de ser atingida por memórias.
São as cenouras pequeninas e lindas ainda presas pela rama, são os rabanetes vermelhinhos e lindos ainda com rama também, abóboras perfeitas, maçãs tortas e diferentes umas das outras, pêras amolgadas pela natureza, ovos com gema hiper amarela...
... e a saber aos ovos que vinham nas cestas desde Abrantes onde em tempos a minha mãe partilhou um galinheiro com os irmãos (acho eu) e com que sonhava fazer uma gemada gigante: uma gema, uma colher de sopa de açúcar, numa tigelinha pequena, bater até a gema ficar quase branca. Um sonho - ainda melhor quando um dia a minha mãe me encontrou deliciada a comer esta iguaria e me disse com o ar mais enternecido do mundo "o meu pai adorava gemadas". Portanto, além dos genes partilhava esse gosto com um avô que nunca conheci e de quem tenho a imagem de ser um semi-gigante abraçado à sua Ginota.
Hoje fui completamente surpreendida por um sabor raro mas típico da minha infância: o do verdadeiro ananás. Fruta maravilha que lá em casa só aparecia no Natal - o dinheiro não abundava, mas a minha mãe fazia a comida chegar para todos e para mais os 50 amigos que aparecessem. Até muito tarde, as próprias das bananas estranhamente vinham sempre em cachos de seis - uma para cada um, não dava para mais. Bifes do lombo foi coisa que só provei lá para os 16 anos - juro.
Portanto, o que estive agora a arranjar para a consoada que amanhã será cá em casa, não é como o abacaxi doce-doce que hoje se vende em todo o lado a 1,89 euros. É um verdadeiro ananás da Madeira a, se não me engano, 8,90 euros. Só pelo sabor que tem e pelas memórias que acordou valeu cada cêntimo.
São as cenouras pequeninas e lindas ainda presas pela rama, são os rabanetes vermelhinhos e lindos ainda com rama também, abóboras perfeitas, maçãs tortas e diferentes umas das outras, pêras amolgadas pela natureza, ovos com gema hiper amarela...
... e a saber aos ovos que vinham nas cestas desde Abrantes onde em tempos a minha mãe partilhou um galinheiro com os irmãos (acho eu) e com que sonhava fazer uma gemada gigante: uma gema, uma colher de sopa de açúcar, numa tigelinha pequena, bater até a gema ficar quase branca. Um sonho - ainda melhor quando um dia a minha mãe me encontrou deliciada a comer esta iguaria e me disse com o ar mais enternecido do mundo "o meu pai adorava gemadas". Portanto, além dos genes partilhava esse gosto com um avô que nunca conheci e de quem tenho a imagem de ser um semi-gigante abraçado à sua Ginota.
Hoje fui completamente surpreendida por um sabor raro mas típico da minha infância: o do verdadeiro ananás. Fruta maravilha que lá em casa só aparecia no Natal - o dinheiro não abundava, mas a minha mãe fazia a comida chegar para todos e para mais os 50 amigos que aparecessem. Até muito tarde, as próprias das bananas estranhamente vinham sempre em cachos de seis - uma para cada um, não dava para mais. Bifes do lombo foi coisa que só provei lá para os 16 anos - juro.
Portanto, o que estive agora a arranjar para a consoada que amanhã será cá em casa, não é como o abacaxi doce-doce que hoje se vende em todo o lado a 1,89 euros. É um verdadeiro ananás da Madeira a, se não me engano, 8,90 euros. Só pelo sabor que tem e pelas memórias que acordou valeu cada cêntimo.
22/12/09
Uma semana
Faz hoje uma semana desde que comecei a levar a sério as intolerâncias - e posso garantir que está a ser animado. Sinto-me cheia de energia e só me apetece começar coisas novas. Mas estou cheia de trabalho... Sinto-me desinchada, algo que desconfio seja resultado de não estar a comer glúten e fermento e não me apetece comer guloseimas - estranhamente -, só coisas salgadas.
Pelo meio, sobrevivi incólume: à organização e condução de uma aula de culinária à séria numa festa de anos de uma miúda (foi lindo!!!) - a festa foi na q.b., aceitam-se inscrições, e correu sobre rodas, os miúdos adoraram e saíram a pedir por mais; a um lanche em casa de amigos com iguarias variadíssimas e deliciosas, como bolo mármore e tortas de Azeitão, das quais eu só comi... batatas fritas.
O Natal corre sobre rodas, já comprei as prendas todas que quero dar este ano, já embrulhei algumas, já comprei o bacalhau que vou assar no forno com batatas a murro e com legumes variados, talvez salteados ou então assados no forno, sempre é menos um tacho. Para sobremesa, estou a pensar em salada de frutas, em frutos secos (figos, amêndoas, passas e pinhões) e num crumble de maçã e pêra, em que as migalhas serão feitas com amêndoa ralada, açúcar amarelo, limão e canela (não posso comer a farinha tradicional). Acabei de inventar mas deve ficar uma delícia, meio tarte de maçã meio tarte de amêndoa. Também queria ter filhós e bolo rei, mas vou encomendar.
Era das coisas que eu mais gostava de fazer com a minha avó: cozinhar. Pegar na tigela gigante, a única coisa gigante que havia na cozinha da minha avó, o resto era tudo em miniatura, misturar todos os ingredientes, seguindo as receitas da gaveta da mesa da cozinha, pesar com a balança verde, mexer com a colher de pau, provar, conversar, deixar crescer, comer queijo flamengo do frigorífico. As filhós eram mágicas. A minha avó era muito minha amiga quando eu era pequena.
Pelo meio, sobrevivi incólume: à organização e condução de uma aula de culinária à séria numa festa de anos de uma miúda (foi lindo!!!) - a festa foi na q.b., aceitam-se inscrições, e correu sobre rodas, os miúdos adoraram e saíram a pedir por mais; a um lanche em casa de amigos com iguarias variadíssimas e deliciosas, como bolo mármore e tortas de Azeitão, das quais eu só comi... batatas fritas.
O Natal corre sobre rodas, já comprei as prendas todas que quero dar este ano, já embrulhei algumas, já comprei o bacalhau que vou assar no forno com batatas a murro e com legumes variados, talvez salteados ou então assados no forno, sempre é menos um tacho. Para sobremesa, estou a pensar em salada de frutas, em frutos secos (figos, amêndoas, passas e pinhões) e num crumble de maçã e pêra, em que as migalhas serão feitas com amêndoa ralada, açúcar amarelo, limão e canela (não posso comer a farinha tradicional). Acabei de inventar mas deve ficar uma delícia, meio tarte de maçã meio tarte de amêndoa. Também queria ter filhós e bolo rei, mas vou encomendar.
Era das coisas que eu mais gostava de fazer com a minha avó: cozinhar. Pegar na tigela gigante, a única coisa gigante que havia na cozinha da minha avó, o resto era tudo em miniatura, misturar todos os ingredientes, seguindo as receitas da gaveta da mesa da cozinha, pesar com a balança verde, mexer com a colher de pau, provar, conversar, deixar crescer, comer queijo flamengo do frigorífico. As filhós eram mágicas. A minha avó era muito minha amiga quando eu era pequena.
18/12/09
Adenda
Preciso de fazer uma adenda à minha lista de prendas para o Natal:
- mala para a máquina fotográfica (DSLR, i.e. daquelas que dá para máquinas sem serem das pequeninas).
- mala para a máquina fotográfica (DSLR, i.e. daquelas que dá para máquinas sem serem das pequeninas).
17/12/09
16/12/09
Leite de amêndoa
Nunca pensei que fosse tão simples fazer leite de amêndoa. Como a necessidade é a mãe de todas as invenções, vou experimentar. Deve ser delicioso.
Uma boa notícia
A BBC diz que cientistas acabam de desvendar o código genético completo do melanoma e cancro do pulmão - que factores ambientais, o que gerou o cancro e que tratamentos devem ser prosseguidos, i.e. que drogas vão funcionar com esse tipo de cancro. É uma boa promessa.
Experiências
Com a minha (penso eu) perspectiva humanista da vida, muitas vezes imagino trocar de papéis com outras pessoas. Pôr-me nos seus sapatos, viver a sua vida. Deve ser divertido. Por isso é que via com tanta curiosidade o reality show "Wife swap", que era justamente isso.
Hoje, enquanto deambulava pelos corredores do Jumbo à procura de comidas que não incluissem leite, glúten, ovos, piri-piri, coentros, endro, cominhos, manga e kiwi, lembrei-me disto. Chamemos-lhe uma experiência sociológica:
Imaginemos que vou pelo corredor com o meu carrinho cheio de compras para um mês inteiro e passo por outra pessoa, que não conheço de lado nenhum, e trocamos de carrinho. Ou seja, eu tenho de viver por um mês com as opções dessa pessoa. Seria engraçado?
Bem, a lista de ingredientes proibidos está na minha carteira desde ontem de manhã. Intolerâncias alimentares, é disso que trata, com os resultados do teste entregues ontem. É uma absoluta novidade para mim... Quer dizer, desde sempre que acho que não me dou bem com leite/manteiga/natas/queijo/iogurtes e há muitos anos que calculo que o glúten (trigo/centeio/cevada/milho) também não me faça muito bem. É difícil de eliminar da alimentação (massa, pão, bolos, bolachas...), mas já há muitos substitutos à altura.
Agora, ovos? Ovos moles de Aveiro, a invenção mais perfeita do mundo todo? Ovos cozidos? Ovos mexidos? Ovos estrelados, ovos escalfados, ovos? O ingrediente mais perfeito do mundo? Mais versátil do que tudo o resto que há? Isto sim, é um drama.
Hoje, enquanto deambulava pelos corredores do Jumbo à procura de comidas que não incluissem leite, glúten, ovos, piri-piri, coentros, endro, cominhos, manga e kiwi, lembrei-me disto. Chamemos-lhe uma experiência sociológica:
Imaginemos que vou pelo corredor com o meu carrinho cheio de compras para um mês inteiro e passo por outra pessoa, que não conheço de lado nenhum, e trocamos de carrinho. Ou seja, eu tenho de viver por um mês com as opções dessa pessoa. Seria engraçado?
Bem, a lista de ingredientes proibidos está na minha carteira desde ontem de manhã. Intolerâncias alimentares, é disso que trata, com os resultados do teste entregues ontem. É uma absoluta novidade para mim... Quer dizer, desde sempre que acho que não me dou bem com leite/manteiga/natas/queijo/iogurtes e há muitos anos que calculo que o glúten (trigo/centeio/cevada/milho) também não me faça muito bem. É difícil de eliminar da alimentação (massa, pão, bolos, bolachas...), mas já há muitos substitutos à altura.
Agora, ovos? Ovos moles de Aveiro, a invenção mais perfeita do mundo todo? Ovos cozidos? Ovos mexidos? Ovos estrelados, ovos escalfados, ovos? O ingrediente mais perfeito do mundo? Mais versátil do que tudo o resto que há? Isto sim, é um drama.
14/12/09
Rapidinha
Uma rapidinha só para registar a comemoração ontem dos 40 anos de casados dos meus pais. São 40 anos de vida em conjunto, sempre muito amigos. Ontem almoçámos todos em minha casa e depois fomos ver a Bela Adormecida ao São Carlos, os miúdos adoraram a sala e calculo que também a ópera - não se queixaram uma única vez. Depois, passeio pelo Chiado de Natal, com direito a conversa com o Pai Natal e tudo - "não é mesmo o Pai Natal, pois não, mamã? Tem uma barba postiça", diz o mais velho. É só um ajudante.
Para terminar, lanchinho no quiosque do Camões, com o frio a começar a apertar. Bom dia.
P.s. Hoje vou à defesa da tese de doutoramento de uma amiga - odiava ser eu a ter de ir defender uma coisa destas. Boa sorte.
Para terminar, lanchinho no quiosque do Camões, com o frio a começar a apertar. Bom dia.
P.s. Hoje vou à defesa da tese de doutoramento de uma amiga - odiava ser eu a ter de ir defender uma coisa destas. Boa sorte.
12/12/09
Dicionário II
A caminho da festa de anos de uma colega da escola:
"Mamã, podes segurar aqui no presente para eu correr e ganhar a corrida?"
Claro, dá cá.
"Faz de conta que tu és a anicia feirante..."
ih ih ih ih ih
"Mamã, podes segurar aqui no presente para eu correr e ganhar a corrida?"
Claro, dá cá.
"Faz de conta que tu és a anicia feirante..."
ih ih ih ih ih
Dicionário
O que eu ouço depois de te ir buscar a casa do teu amigo onde lanchaste e onde estavas a jogar hóquei na sala...
"Mamã, quando for grande quero ser circulista"
Ciclista?, pergunto eu, a ponderar que deve ter sido da conversa com o Vasco.
"não, mamã, circolista, do circo".
Ok, está tudo explicado.
"Mamã, quando for grande quero ser circulista"
Ciclista?, pergunto eu, a ponderar que deve ter sido da conversa com o Vasco.
"não, mamã, circolista, do circo".
Ok, está tudo explicado.
10/12/09
A propósito do Natal
Não sei muito bem como está a correr a minha compra de prendas para o Natal. Estou a fazer as compras sozinha, o que é mais difícil, porque há uma pessoa cá em casa que de há uns tempos para cá prefere fingir que em Dezembro não há Natal,
"- a mamã é que decora a árvore, porque a mamã é que gosta do Natal..."
nem há os seus anos,
"- não me faças nenhuma festa de anos. Nem se for surpresa."
nem há nada.
"- cá por mim nem celebrava o Natal..."
Nem sei bem o que lhe hei-de fazer, este é o segundo ano em que isto acontece, o ano passado tinha a desculpa da crise, o que é verdade é que o Natal por causa disso foi farçola. Este ano não sei.
Assim, ando a percorrer os corredores das lojas de brinquedos inspeccionando milimetricamente os brinquedos todos - e não encontro muitos que me apaixonem. Só uma casa de bonecas ou duas. Roupas de bonecas, carros telecomandados, estojos de maquilhagem, caixas de pintura... E Playmobil, claro, outra vez.
Quando era miúda, enchia o chão todo do quarto dos meus irmãos com a cidade Playmobil, com peças essencialmente herdadas do Jorge-das-mãos-moles-do-prédio-ao-lado. Eu e o meu irmão mais novo ficávamos horas a brincar com os bonecos e, muitas vezes, deixávamos tudo montado para o dia a seguir, rezando para que ninguém tivesse de ir à casa de banho a meio da noite. Devido ao Jorge, porque de outra maneira não teríamos mais do que dois ou três bonecos, tivemos uma cidade à séria da Playmobil, com polícia, bombeiros e ambulâncias, hospital, cães, cavalos e sei lá mais o quê, que deslumbrava toda a gente. Especialmente a nós os dois.
Também me lembro do Natal mágico em que a minha avó que nunca conheci me ofereceu uns brincos lindos. De ouro. Fiquei deliciada e acho que cresci uns centímetros.
E da música "Pró Natal, de presente, eu quero que seja... A minha agenda, a minha agenda...". E do Coro de Santo Amaro de Oeiras. E dos sonhos. E das filhós da minha avó Irene, que fazíamos numa tigela de faiança branca linda e pesada. E das rezas necessárias para fazer crescer a massa e de a embrulhar num cobertor de papa. O mistério dos fungos...
E ainda nem cheguei às prendas dos mais velhos - estou firmemente convicta que vou fazer a maior parte das prendas, mas para os homens não é prático, nenhum que eu conheça usa brincos...
Era tudo mais simples quando as prendas eram mesmo mágicas e era mesmo o menino Jesus que as deixava de manhã debaixo do pinheiro artificial decorado com todas as cores possíveis e ao lado do presépio maior do mundo, com lagos e patos e moinhos e soldados...
"- a mamã é que decora a árvore, porque a mamã é que gosta do Natal..."
nem há os seus anos,
"- não me faças nenhuma festa de anos. Nem se for surpresa."
nem há nada.
"- cá por mim nem celebrava o Natal..."
Nem sei bem o que lhe hei-de fazer, este é o segundo ano em que isto acontece, o ano passado tinha a desculpa da crise, o que é verdade é que o Natal por causa disso foi farçola. Este ano não sei.
Assim, ando a percorrer os corredores das lojas de brinquedos inspeccionando milimetricamente os brinquedos todos - e não encontro muitos que me apaixonem. Só uma casa de bonecas ou duas. Roupas de bonecas, carros telecomandados, estojos de maquilhagem, caixas de pintura... E Playmobil, claro, outra vez.
Quando era miúda, enchia o chão todo do quarto dos meus irmãos com a cidade Playmobil, com peças essencialmente herdadas do Jorge-das-mãos-moles-do-prédio-ao-lado. Eu e o meu irmão mais novo ficávamos horas a brincar com os bonecos e, muitas vezes, deixávamos tudo montado para o dia a seguir, rezando para que ninguém tivesse de ir à casa de banho a meio da noite. Devido ao Jorge, porque de outra maneira não teríamos mais do que dois ou três bonecos, tivemos uma cidade à séria da Playmobil, com polícia, bombeiros e ambulâncias, hospital, cães, cavalos e sei lá mais o quê, que deslumbrava toda a gente. Especialmente a nós os dois.
Também me lembro do Natal mágico em que a minha avó que nunca conheci me ofereceu uns brincos lindos. De ouro. Fiquei deliciada e acho que cresci uns centímetros.
E da música "Pró Natal, de presente, eu quero que seja... A minha agenda, a minha agenda...". E do Coro de Santo Amaro de Oeiras. E dos sonhos. E das filhós da minha avó Irene, que fazíamos numa tigela de faiança branca linda e pesada. E das rezas necessárias para fazer crescer a massa e de a embrulhar num cobertor de papa. O mistério dos fungos...
E ainda nem cheguei às prendas dos mais velhos - estou firmemente convicta que vou fazer a maior parte das prendas, mas para os homens não é prático, nenhum que eu conheça usa brincos...
Era tudo mais simples quando as prendas eram mesmo mágicas e era mesmo o menino Jesus que as deixava de manhã debaixo do pinheiro artificial decorado com todas as cores possíveis e ao lado do presépio maior do mundo, com lagos e patos e moinhos e soldados...
07/12/09
OMG
O momento oh my God do dia, corrijo, da semana, foi ver a parte do filme de animação Planeta 51 em que tiravam o cérebro a dois aliens masculinos verdinhos e eles apareceram de perninha cruzada a beber chá e com modos efeminados!!!
Não sou do tipo de reparar, não sou feminista, mas concordo que as mulheres devem ter os mesmos direitos que os homens... Isto é, se quiserem...
Agora um filme orientado para crianças pequenas a transmitir estes preconceitos já me parece um pouco fora de sentido. O filme é giro e até a mais pequena gostou, veio no carro a perguntar se os monstros existem mesmo --- o filme é sobre um planeta que é invadido por um alien, sendo que o alien é um humano e os habitantes do planeta é que são verdes. Não mete medo nem assusta, tem piadas fáceis e cores bonitas.
Não sou do tipo de reparar, não sou feminista, mas concordo que as mulheres devem ter os mesmos direitos que os homens... Isto é, se quiserem...
Agora um filme orientado para crianças pequenas a transmitir estes preconceitos já me parece um pouco fora de sentido. O filme é giro e até a mais pequena gostou, veio no carro a perguntar se os monstros existem mesmo --- o filme é sobre um planeta que é invadido por um alien, sendo que o alien é um humano e os habitantes do planeta é que são verdes. Não mete medo nem assusta, tem piadas fáceis e cores bonitas.
06/12/09
Wish list para o Natal
Noutro dia tive uns minutos e estive a pensar que coisas gostava de ter este Natal. Assim, aqui segue a minha lista de desejos para o Pai Natal/menino Jesus. Não está completa, mas logo a vou actualizando:
- O livro de fotos "Annie Leibovitz at work" - capa dura (a Amazon diz que custa 40 dólares mas vende por 26,40 dólares);
- O livro "Bolos de encantar", Debbie Brown, 25 euros;
- Uma mala castanha de pele neutra para poder usar todos os dias;
- Uma toalha de mesa de damasco preta ou vermelha escura;
- Uns chinelos de trazer por cá confortáveis, fáceis de calçar e sem andares (isto é, sem centímetros de espuma que não serve para nada por baixo);
- Paz, paciência e um dicionário para ler tudo melhor.
- O livro de fotos "Annie Leibovitz at work" - capa dura (a Amazon diz que custa 40 dólares mas vende por 26,40 dólares);
- O livro "Bolos de encantar", Debbie Brown, 25 euros;
- Uma mala castanha de pele neutra para poder usar todos os dias;
- Uma toalha de mesa de damasco preta ou vermelha escura;
- Uns chinelos de trazer por cá confortáveis, fáceis de calçar e sem andares (isto é, sem centímetros de espuma que não serve para nada por baixo);
- Paz, paciência e um dicionário para ler tudo melhor.
05/12/09
De novo Natal
Hoje finalmente a árvore de Natal está feita. Gosto de fazer no dia 1 mas atrasámo-nos. Está gira, com o toque dos miúdos obviamente, super colorida - acho que nunca mais vamos ter uma monocromática ou bicromática... Enfim, para eles é divertido. Está cheia de chocolates, como no ano passado, acho que tanto o Pai Natal como o menino Jesus gostam disso.
E tem o meu enfeite preferido, um cartão de Natal do meu irmão mais velho. Tenho saudades das tuas prendas, escolhidas nas lojas da zona, e embrulhadas em casa, dos teus chocolates Nestlé, de ti.
E tem o meu enfeite preferido, um cartão de Natal do meu irmão mais velho. Tenho saudades das tuas prendas, escolhidas nas lojas da zona, e embrulhadas em casa, dos teus chocolates Nestlé, de ti.
04/12/09
Crime and punishment
Acredito que quando fazemos coisas más ou coisas muito boas às vezes somos castigados. Calculo que como paga pelas mini-férias em Roma, ontem fiquei com uma otite malvada. Acho que só tinha tido uma coisa destas uma vez na vida - já não me lembrava como é horrível. Não dormi nada a noite toda. E acordei com a estranha e nojenta sensação de ter um líquido quente a sair do ouvido. Afastados os receios hipocondríacos normais de quem é acordado com um líquido quente a sair do ouvido, voltei-me para o lado e dormi um pouco agora que a pressão aliviou.
A médica que me viu ficou fã do meu colar novo e quando me observava perguntou se era o ouvido direito que me doía. Não e ela disse que esse estava normal, com aquele ar de quem imagina "quase que te apanhava", mas de uma maneira cómica. Quando viu o outro até deu um salto para trás "está totalmente vermelho"...
Estou a antibiótico e brufen. Logo hoje, noite de borga.
A médica que me viu ficou fã do meu colar novo e quando me observava perguntou se era o ouvido direito que me doía. Não e ela disse que esse estava normal, com aquele ar de quem imagina "quase que te apanhava", mas de uma maneira cómica. Quando viu o outro até deu um salto para trás "está totalmente vermelho"...
Estou a antibiótico e brufen. Logo hoje, noite de borga.
Inconfidências
03/12/09
Em Roma
Roma que ao contrário é amor é uma cidade bonita para se fazer a pé. Uma cidade boa para conhecer em quatro dias - sem miúdos, para eles é um suplício. Não ficámos a conhecer intensamente, porque isso precisa de mais tempo, mas como nós gostamos, a namorar as ruas, a olhar distraidamente para as casas, para as heras que as enfeitam, para as tampas dos esgotos S.P.Q.R., para as janelas, para as montras, para as pinturas...
Só um museu, o do Vaticano. Vimos o Papa em miniatura que nos abençoou da segunda janela a contar da direita - a nós, aos nossos filhos, sobrinhos, irmãos e cunhados, pais e avós, amigos e restante família. Aproveitei, já que lá tínhamos ido, para estender a benção a todos. Acho que é justo, se todos vão sempre comigo a todo o lado onde vá.
O top da viagem:
- Na sede da Ordem de Malta espreitámos pela fechadura para o Vaticano, do outro lado da cidade. O simbolismo não se perdeu em nós.
- A vista do cimo dos jardins no Monte Palatino - a Via Sacra e toda a loucura de sedimentos visíveis. Construção sobre construção, uma manta de retalhos de épocas e de estilos espectacular.
- O indiano que, de ar absolutamente humilde, me disse: excuse me, what tree is that? Tinha um turbante enrolado à volta da cabeça e das barbas brancas e posso quase jurar que tinha só um lençol à volta do corpo, como o Ghandi. No meio da imponência louca da Via Sacra, da sucessão impressionante de monumentos de Roma, cada um mais magnífico do que o outro, o que o deslumbrava era um pinheiro bravo.
- A comida: espargos com ovos de codorniz e trufas seguidos de bife tártaro no il bacaro, tartufo na Piazza Navona, as massas maravilhosas, as pizzas al taglio, os gelados que comemos sempre que conseguimos, o crepe de nutella (nunca pensei!)...
- A Piazza de Spagna e as suas escadarias espectaculares, o passeio pela orla da Villa Borghese sobre a Piazza del Popolo.
- A Fontana de Trevi, linda, deslumbrante, apanhada ao cair da noite, mágica apesar do enxame de turistas.
- A Fontana del Acqua Paola, não só pela obra, muito bonita, mas pela magnífica vista.
- As ruas. Todas.
- Uma volta de Segway, três horas sem nos cansarmos a desvendar segredos da cidade, com um italiano guia de história da arte só para nós.
- A pompa do dito italiano, habituado a guiar americanos, quando nos mostrou com cara de vitória uma oliveira.
Só um museu, o do Vaticano. Vimos o Papa em miniatura que nos abençoou da segunda janela a contar da direita - a nós, aos nossos filhos, sobrinhos, irmãos e cunhados, pais e avós, amigos e restante família. Aproveitei, já que lá tínhamos ido, para estender a benção a todos. Acho que é justo, se todos vão sempre comigo a todo o lado onde vá.
O top da viagem:
- Na sede da Ordem de Malta espreitámos pela fechadura para o Vaticano, do outro lado da cidade. O simbolismo não se perdeu em nós.
- A vista do cimo dos jardins no Monte Palatino - a Via Sacra e toda a loucura de sedimentos visíveis. Construção sobre construção, uma manta de retalhos de épocas e de estilos espectacular.
- O indiano que, de ar absolutamente humilde, me disse: excuse me, what tree is that? Tinha um turbante enrolado à volta da cabeça e das barbas brancas e posso quase jurar que tinha só um lençol à volta do corpo, como o Ghandi. No meio da imponência louca da Via Sacra, da sucessão impressionante de monumentos de Roma, cada um mais magnífico do que o outro, o que o deslumbrava era um pinheiro bravo.
- A comida: espargos com ovos de codorniz e trufas seguidos de bife tártaro no il bacaro, tartufo na Piazza Navona, as massas maravilhosas, as pizzas al taglio, os gelados que comemos sempre que conseguimos, o crepe de nutella (nunca pensei!)...
- A Piazza de Spagna e as suas escadarias espectaculares, o passeio pela orla da Villa Borghese sobre a Piazza del Popolo.
- A Fontana de Trevi, linda, deslumbrante, apanhada ao cair da noite, mágica apesar do enxame de turistas.
- A Fontana del Acqua Paola, não só pela obra, muito bonita, mas pela magnífica vista.
- As ruas. Todas.
- Uma volta de Segway, três horas sem nos cansarmos a desvendar segredos da cidade, com um italiano guia de história da arte só para nós.
- A pompa do dito italiano, habituado a guiar americanos, quando nos mostrou com cara de vitória uma oliveira.
16 anos
Hoje. 16 anos que não parecem nada isso. A única diferença são os miúdos. Antes, quando éramos pequenos nós, não tínhamos muito dinheiro para jantar fora mas tínhamos tempo. Tínhamos conversa de adultos. Agora temos interferências e vimos para casa a pensar que era mais fixe termos ido comemorar sem os putos. Mas fomos com eles. E eles foram chatinhos e birrentos. Outro dia logo comemoramos de jeito.
A arca de gelados ainda lá está, a rua ainda se desce e se sobe no mesmo sentido. Temos tempo.
A arca de gelados ainda lá está, a rua ainda se desce e se sobe no mesmo sentido. Temos tempo.
02/12/09
A organizar ideias
Eu sei que já passaram dois dias desde que voltei e ainda não contei nada, nem se gostei nem se não, mas tenho tido imenso trabalho e o gozo que escrever aqui me dá não é para queimar em dois minutos de escrita à pressa.
Prometo que quando ainda andava por Roma já estava a pensar como ia descrever as coisas que ia vendo aqui no blog. E tenho muitas coisas giras para contar.
Os miúdos portaram-se muito bem - ficaram com os meus pais :)
Amanhã faço 16 anos de namoro. Fixe.
Prometo que quando ainda andava por Roma já estava a pensar como ia descrever as coisas que ia vendo aqui no blog. E tenho muitas coisas giras para contar.
Os miúdos portaram-se muito bem - ficaram com os meus pais :)
Amanhã faço 16 anos de namoro. Fixe.
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