04/05/10

Ou talvez não

No cemitério em Abrantes fui visitar o jazigo ou as campas de alguns familiares, os meus avós maternos, tios avós, bisavós, tios bisavós. Há muitos anos que não ía lá, ao cemitério situado no alto de uma colina, com uma vista excepcional sobre o Tejo e sobre a lezíria.
Percebi ontem um bocado espantada que, sem o saber, desenhei para a lápide do meu irmão uma lápide igual ou, pelo menos, muito parecida com a do meu avô, que tinha morrido 20 anos antes.
Quando vou a cemitérios gosto de ver a luz, as inscrições nas pedras, a vista, as árvores...
Não pensem que sou mórbida por falar nestas coisas. A coisa física não me diz nada. O corpo não serve para nada. E sei que a melhor maneira de preservarmos aqueles de quem gostamos vivos é falando sobre eles. Sem complexos. Sem preconceitos.

1 comentário:

Sónia disse...

lindo este teu texto...