A primeira vez que me lembro de entrar num submundo contigo namorávamos há pouco tempo. Já nem me lembro onde foi, mas sei que manténs essa atração. Lembro-me de falarmos dum café em Algés, enorme, que era um pouco assim, ninguém dava nada por ele por fora, mas por dentro era um mundo. Lembro-me dum jantar na mãe d'água "mas isto é assim por dentro?". Lembro-me de quando fui entrevistar a governanta do Ritz para um artigo e de te fazer inveja com as caves do hotel, inacessíveis para a generalidade das pessoas, onde se passa tudo o que faz um hotel funcionar. Lembro-me da igreja "Our Lord in the attic" em Amsterdão, onde ficámos os dois perplexos com a loucura duma igreja escondida plantada em cima de um prédio - daí o nome "Nosso Senhor no sotão".
Sempre gostaste desses lugares semi-escondidos, que não são imediatamente perceptíveis para os passers-by. Aliás, quando andamos a passear são justamente esses os sítios que procuramos, esquece lá o monumento batido com 500 pessoas à porta, vamos fazer outra coisa qualquer. E hoje fomos almoçar a um desses sítios onde gostas de ir. E parecias um miúdo a espreitar para todos os recantos, a ver se vias mais do que os outros. Gosto de ti quando fazes de miúdo.
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