02/03/12
As coisas que mudam com o tempo
Eu sempre tive a profunda e secreta - porque nisto das ambições sou um bocado choné e tendo a não as partilhar com ninguém, sendo que depois me tramo, como é óbvio - de ter um destes balões. Sabem, os balões com arroz ou pedrinhas lá dentro? Aliás, até posso dizer que sempre achei aquilo glamoroso, um senhor a abanar balões nos parques infantis e isso e miúdos radiantes com os seus exemplares.
Mas nunca tive nenhum. De resto, só há uns anos é que aprendi a máxima "pede e terás", foi uma maluca americana que vivia em Madrid que me ensinou quando fizemos juntas um curso de culinária no Le Cordon Bleu em Paris. Ask and you shall receive, foi assim uma espécie de uma epifania sobre os tachos, quando estávamos a fazer um maravilhoso leite creme com alfazema, que acompanhámos com um vinho francês de Marselha que perdi o nome, mas tenho pena. Agora, tenho ensinado a expressão aos meus filhos e espero que a aprendam bem.
Por isto que acima exponho, noutro dia, a minha filha, que sabe pedir coisas e faz uns olhinhos encantadores para as conseguir, pediu um. E eu dei. Ao fim de cinco, vá, três minutos, já ninguém podia aturar o barulho que aquela porcaria faz. Foi a destruição de um mito. E, por mais que eu lhe pedisse, a miúda não parava de abanar o balão - como é que podia?
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