04/01/12

Desejos para 2012

Bem sei que hoje já é 4 de Janeiro, já começa a não se usar o tom tão efusivo quando se deseja Bom Ano a alguém na rua, que já toda a gente está a encarrilar a escrever 2012 quando toma nota das datas, que as aulas já recomeçaram, que estamos quase em Fevereiro...
Bem.
As manobras da passagem de ano são sempre difíceis para mim. Quando era pequenita, em pé em cima das cadeiras da sala (só com o pé direito), engolia as passas todas de uma só vez e ficava contente de ter conseguido fazer isso tudo sozinha.
Agora, tenho de controlar a contagem das passas para os meus filhos viciados em passas, dar-lhes ideias de desejos - são DOZE, não era mais simples serem dois ou três?, fazer com que esperem até à hora certa para começarem a pedi-los, evitar que se engasgem, evitar que levem com a rolha do champanhe (ou espumante...) na tola, que não escorreguem na espuma do espumante, dar beijinhos e desejar Bom Ano a toda a família, dar beijinho às outras pessoas em roda... Graças a Deus que já ninguém se põe em cima das cadeiras...
E, depois, reparo que me esqueci dos meus próprios desejos e tenho um aglomerado de passas moles e quentes na mão direita, a mesma que está a segurar o copo de espumante enquanto tenta enxotar os putos das flutes para eu não entrar em despesas.
Esqueci-me, portanto, de pedir as mesmas coisas que peço desde que sei que há esta janela de oportunidade a cada ano que se renova: saúde para toda a família, amor, felicidade, amizade, reforçar os amigos e fazer novos, dinheiro, paz no mundo, coisas boas a rodos, paciência, a casa sempre arrumada, as lâmpadas operacionais e as torneiras sem pingar. Há o lado sonhador e o pragmático, confesso.
Então, para recuperar o tempo perdido, engoli as passas todas de uma vez só, encolhendo os ombros.
O que se passa é que os meus desejos este ano são tão simples, mas tão simples, que o conjunto das passas pode ter mais força. Este ano pedi trabalho. Muito trabalho para todos. E o fim da crise.

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