Não há mãe sem dúvidas. Julgo mesmo que os dicionários deveriam incluir essa informação na entrada mãe. O dicionário da Língua Portuguesa Online da Priberam diz que mãe é "a mulher ou qualquer fêmea que teve um ou mais filhos; mulher que dispensa cuidados maternais; mulher caridosa e desvelada; madre; ...". Acho que deviam acrescentar "fémea cheia de dúvidas".
Mãe que diga que nunca teve dúvidas deve ter tido sempre em permanência ao seu lado um pediatra, uma ama daquelas antigas e um professor das mais variadas áreas. Pelo menos.
Todos os dias as mães, ok, eu tenho dúvidas em relação ao que faço/digo/mostro/proíbo/dou aos meus filhos. Se faço/digo/mostro/proíbo/dou de mais ou de menos. Se tomo as decisões correctas. Se está calor a mais para tanta roupa ou frio para os calções do miúdo. Se temos pequeno-almoço para todos, incluindo a que ainda não pode comer iogurtes com morango. Cá em casa os iogurtes são quase todos de morango. Beijinhos e abraços é que nunca são de mais. Dúvidas fazem parte do conjunto.
Abençoado o pediatra que ontem me disse que "é estatisticamente impossível que uma criança nunca tome antibióticos". Que alívio.
Só não tenho dúvidas sobre o tipo de vida que quero que eles tenham. Quero que se sujem e vivam na rua, quero que corram e saltem e caíam e que se levantem. Quero que mexam nas coisas, mesmo nas nojentas, como lagartixas e lesmas. Porque eu também mexo.
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